Projeto inovador visa a recuperação de recifes de coral
por Fernanda B. Mûller, do CarbonoBrasil
Com a missão de agir pela conservação de ecossistemas marinhos e proteção dos recifes de coral, um novo projeto realizado em Bali reconstrói ambientes degradados com a ajuda das comunidades locais.
Construir recifes artificiais dedicados à reabilitação de corais em zonas degradadas e estrategicamente posicionadas é o objetivo principal de um projeto inovador que está sendo implantado em Bali, Indonésia.
A ONG Coral Guardian, organização especializada no desenvolvimento de estruturas submarinas com propósitos de conservação, arte, cultura e desenvolvimento econômico de comunidades locais, é a responsável pelo programa ‘Adote um Coral’, situado no Triângulo de corais.
O projeto nasceu após seu fundador, o francês Martin Collognoli, trabalhar como gerente em uma fazenda para a exploração de animais ornamentais na Indonésia e constatar que, todos os dias, os pescadores lhe traziam espécies em condições “deploráveis”, com altas taxas de mortalidade.
Cinco meses mais tarde, após tentar de tudo para mudar este “pesadelo”, como descreve Collognoli, ele decidiu abandonar seu trabalho e buscar outra forma de preservar os oceanos, surgindo assim o Coral Guardian. A ideia do projeto era reunir conservação, sensibilização e pesquisas.
Recuperação
Ao sul de Bali, a área do Triângulo de corais é classificada como uma zona prioritária para a conservação por abrigar mais de 30% dos recifes mundiais. O projeto é conduzido na Ilha de Serangan, que teve grande parte dos recifes destruída há cerca de 20 anos durante a expansão do seu território.
Em dois hectares, estruturas em concreto são voluntariamente imersas visando à colonização por organismos marinhos, como os corais. Então, a equipe, incluindo profissionais e cientistas, realiza o povoamento das estruturas com técnicas de estaquia de corais.
A ideia das estruturas, na forma de um templo, foi integrar um suporte para a biodiversidade com a arte e cultura locais, aportando também mais um atrativo para os turistas. O templo é constituído de duas portas de cerca de três metros de altura e de uma série de 20 estátuas balinesas a uma média de quatro metros de profundidade.
“Com o tempo, as estruturas desaparecem sob o recife e dão lugar a uma zona natural, como poderia ser antes da intervenção humana. As comunidades locais poderão igualmente se beneficiar sensibilizando os ecoturistas e desenvolvendo uma economia responsável”, comentou Collognoli.
O programa, que gerou 20 postos de trabalho localmente e traz oportunidades de ecoturismo e melhoria dos estoques pesqueiros, é completamente financiado por doações privadas de particulares ou empresas que desejam apoiar as ações de conservação.
A evolução da biodiversidade na área repovoada é acompanhada durante cinco anos. O sucesso do projeto depende da escolha certa do local a ser reconstruído, levando em conta os habitats ao redor e as correntes dominantes, as características da estrutura de base e o apoio de parceiros chave, como pescadores, mergulhadores, governo, público, etc.
Benefícios múltiplos
Como os corais construtores de recifes armazenam carbono, além da recuperação da biodiversidade local, o projeto assume uma importância global na luta pela redução das emissões de dióxido de carbono.
Em uma parceria com a Universidade Macquarie de Sydney (Austrália) e com o Instituto Oceanográfico Paul Ricard de Six-Fours-Les-Plages (França), o projeto também apoia o desenvolvimento de pesquisas científicas, trabalhando com a aquicultura de peixes e invertebrados ornamentais visando propor alternativas à extração no meio selvagem.
Além do envolvimento direto com o projeto, atividades de sensibilização ligadas à preservação dos oceanos são realizadas com as crianças locais. A ONG também possui um projeto para a criação de uma escola, financiada por empresas, que deve abrir as portas no final de 2013.
Assim, as comunidades locais são acompanhadas para que possam preservar a biodiversidade de forma autônoma e contribuir na melhoria do seu nível de vida.
Com a evolução rápida do projeto, em breve dois outros recifes artificiais serão construídos em outros locais na Indonésia e a ONG tem planos de realizar parcerias com instituições de mergulho para auxiliar na implantação de recifes artificiais – não unicamente na Indonésia.
Os corais
Ao longo de 240 milhões de anos, os recifes evoluíram e se tornaram um dos ecossistemas mais importantes e complexos do planeta, abrigando mais de quatro mil espécies de peixes (25% de todas as espécies marinhas conhecidas), 700 espécies de corais e milhares de plantas e outras formas de vida.
Apesar de 100 milhões de pessoas dependerem deles diretamente, 75% dos recifes de coral estão ameaçados devido às mudanças climáticas, poluição, sobrepesca, turismo em massa, entre outros.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
Construir recifes artificiais dedicados à reabilitação de corais em zonas degradadas e estrategicamente posicionadas é o objetivo principal de um projeto inovador que está sendo implantado em Bali, Indonésia.
A ONG Coral Guardian, organização especializada no desenvolvimento de estruturas submarinas com propósitos de conservação, arte, cultura e desenvolvimento econômico de comunidades locais, é a responsável pelo programa ‘Adote um Coral’, situado no Triângulo de corais.
O projeto nasceu após seu fundador, o francês Martin Collognoli, trabalhar como gerente em uma fazenda para a exploração de animais ornamentais na Indonésia e constatar que, todos os dias, os pescadores lhe traziam espécies em condições “deploráveis”, com altas taxas de mortalidade.
Cinco meses mais tarde, após tentar de tudo para mudar este “pesadelo”, como descreve Collognoli, ele decidiu abandonar seu trabalho e buscar outra forma de preservar os oceanos, surgindo assim o Coral Guardian. A ideia do projeto era reunir conservação, sensibilização e pesquisas.
Recuperação
Ao sul de Bali, a área do Triângulo de corais é classificada como uma zona prioritária para a conservação por abrigar mais de 30% dos recifes mundiais. O projeto é conduzido na Ilha de Serangan, que teve grande parte dos recifes destruída há cerca de 20 anos durante a expansão do seu território.
Em dois hectares, estruturas em concreto são voluntariamente imersas visando à colonização por organismos marinhos, como os corais. Então, a equipe, incluindo profissionais e cientistas, realiza o povoamento das estruturas com técnicas de estaquia de corais.
A ideia das estruturas, na forma de um templo, foi integrar um suporte para a biodiversidade com a arte e cultura locais, aportando também mais um atrativo para os turistas. O templo é constituído de duas portas de cerca de três metros de altura e de uma série de 20 estátuas balinesas a uma média de quatro metros de profundidade.
“Com o tempo, as estruturas desaparecem sob o recife e dão lugar a uma zona natural, como poderia ser antes da intervenção humana. As comunidades locais poderão igualmente se beneficiar sensibilizando os ecoturistas e desenvolvendo uma economia responsável”, comentou Collognoli.
O programa, que gerou 20 postos de trabalho localmente e traz oportunidades de ecoturismo e melhoria dos estoques pesqueiros, é completamente financiado por doações privadas de particulares ou empresas que desejam apoiar as ações de conservação.
A evolução da biodiversidade na área repovoada é acompanhada durante cinco anos. O sucesso do projeto depende da escolha certa do local a ser reconstruído, levando em conta os habitats ao redor e as correntes dominantes, as características da estrutura de base e o apoio de parceiros chave, como pescadores, mergulhadores, governo, público, etc.
Benefícios múltiplos
Como os corais construtores de recifes armazenam carbono, além da recuperação da biodiversidade local, o projeto assume uma importância global na luta pela redução das emissões de dióxido de carbono.
Em uma parceria com a Universidade Macquarie de Sydney (Austrália) e com o Instituto Oceanográfico Paul Ricard de Six-Fours-Les-Plages (França), o projeto também apoia o desenvolvimento de pesquisas científicas, trabalhando com a aquicultura de peixes e invertebrados ornamentais visando propor alternativas à extração no meio selvagem.
Além do envolvimento direto com o projeto, atividades de sensibilização ligadas à preservação dos oceanos são realizadas com as crianças locais. A ONG também possui um projeto para a criação de uma escola, financiada por empresas, que deve abrir as portas no final de 2013.
Assim, as comunidades locais são acompanhadas para que possam preservar a biodiversidade de forma autônoma e contribuir na melhoria do seu nível de vida.
Com a evolução rápida do projeto, em breve dois outros recifes artificiais serão construídos em outros locais na Indonésia e a ONG tem planos de realizar parcerias com instituições de mergulho para auxiliar na implantação de recifes artificiais – não unicamente na Indonésia.
Os corais
Ao longo de 240 milhões de anos, os recifes evoluíram e se tornaram um dos ecossistemas mais importantes e complexos do planeta, abrigando mais de quatro mil espécies de peixes (25% de todas as espécies marinhas conhecidas), 700 espécies de corais e milhares de plantas e outras formas de vida.
Apesar de 100 milhões de pessoas dependerem deles diretamente, 75% dos recifes de coral estão ameaçados devido às mudanças climáticas, poluição, sobrepesca, turismo em massa, entre outros.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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