EUA: Projeto sugere criação de uma taxa de US$ 20 sobre o carbono
por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
Medida arrecadaria US$ 1,2 trilhão que seriam destinados para o desenvolvimento de tecnologias limpas e ações compensatórias aos consumidores caso exista alta nos preços dos produtos, apesar disso o plano tem poucas chances de ser aprovado no formato original.
Nesta quinta-feira (14), os senadores Barbara Boxer, presidente do Comitê do Senado sobre Meio Ambiente e Trabalhos Públicos, e Bernie Sanders, independente representante do estado de Vermont, apresentaram um projeto ambicioso com o objetivo de cortar as emissões norte-americanas em 20% até 2025, com relação aos níveis de 2005.
A principal medida da proposta é uma taxa de US$ 20 sobre o carbono emitido pelas 2869 maiores poluidoras dos Estados Unidos, abrangendo assim 85% da economia. Esse valor aumentaria em 5,6% ao ano. Apenas ficariam de fora as instalações geradoras de energia, que continuariam a ser reguladas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA).
A estimativa é que US$ 1,2 trilhão seriam arrecadados em dez anos, dos quais 60% seriam destinados diretamente para os consumidores, reduzindo assim possíveis altas nos preços dos produtos. O restante seria investido em programas de eficiência energética, fontes alternativas e tecnologias limpas.
“Sob a legislação, a taxa sobre as emissões de carbono financiaria investimentos históricos em eficiência energética e tecnologias sustentáveis, como eólica, solar, geotérmica e biomassa. A proposta também ofereceria rebates para que os consumidores compensassem qualquer tentativa das empresas de petróleo, carvão e gás de aumentar os preços”, divulgou o gabinete do senador Sanders.
“Não estamos lidando com um tema político. Isto não é sobre Democratas ou Republicanos e as brigas políticas que vemos todos os dias. Isto é sobre física. O Congresso está atualmente atrasado em relação à opinião pública e vamos vencer essa luta quando milhões de pessoas se levantarem e exigirem ações”, afirmou o senador.
A proposta, como um todo, possui poucas chances de ser aprovada, principalmente na Câmara, onde existe um claro domínio do Partido Republicano. Mesmo no Senado já existe forte oposição, o senador republicano Marco Rubio declarou que “o governo não pode controlar o clima”.
O também republicano David Vitter, que faz parte junto com a senadora Boxer do Comitê do Senado sobre Meio Ambiente e Trabalhos Públicos, não poupou críticas ao plano da colega.
“Não apenas os preços da energia iriam disparar com uma taxa sobre o carbono, os custos de praticamente tudo construído nos EUA ficariam mais elevados”, afirmou.
Porém, em um segundo momento, alguns elementos do plano poderiam ser integrados em um pacote maior, que incluísse incentivos para manter a competitividade das empresas, como corte nos impostos.
“Se o Congresso acabasse com os impostos sobre a repatriação de lucros conseguidos no exterior, por exemplo, grupos industriais poderiam vir a apoiar a taxa sobre o carbono”, acredita Manik Roy, vice-presidente do Centro para Soluções Climáticas e Energéticas.
De uma forma geral, o plano foi bem recebido pelas entidades ambientais.
“Atualmente, por todo o país, as pessoas estão encarando os impactos devastadores das mudanças climáticas em suas casas e negócios. É hora de investirmos nas nossas comunidades, ao invés de ficarmos sentados esperando a próxima tempestade catastrófica. Os senadores Boxer e Sanders estão fazendo o correto, agindo para reduzir as emissões”, afirmou Tara McGuinness, presidente do Centro para o Progresso Americano.
Está agendada para o próximo sábado uma grande manifestação popular em apoio à criação de ações climáticas pelo governo dos EUA.
A senadora Boxer espera que sua proposta entre em discussão nos próximos meses e que seja votada por volta de julho.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
Nesta quinta-feira (14), os senadores Barbara Boxer, presidente do Comitê do Senado sobre Meio Ambiente e Trabalhos Públicos, e Bernie Sanders, independente representante do estado de Vermont, apresentaram um projeto ambicioso com o objetivo de cortar as emissões norte-americanas em 20% até 2025, com relação aos níveis de 2005.
A principal medida da proposta é uma taxa de US$ 20 sobre o carbono emitido pelas 2869 maiores poluidoras dos Estados Unidos, abrangendo assim 85% da economia. Esse valor aumentaria em 5,6% ao ano. Apenas ficariam de fora as instalações geradoras de energia, que continuariam a ser reguladas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA).
A estimativa é que US$ 1,2 trilhão seriam arrecadados em dez anos, dos quais 60% seriam destinados diretamente para os consumidores, reduzindo assim possíveis altas nos preços dos produtos. O restante seria investido em programas de eficiência energética, fontes alternativas e tecnologias limpas.
“Sob a legislação, a taxa sobre as emissões de carbono financiaria investimentos históricos em eficiência energética e tecnologias sustentáveis, como eólica, solar, geotérmica e biomassa. A proposta também ofereceria rebates para que os consumidores compensassem qualquer tentativa das empresas de petróleo, carvão e gás de aumentar os preços”, divulgou o gabinete do senador Sanders.
“Não estamos lidando com um tema político. Isto não é sobre Democratas ou Republicanos e as brigas políticas que vemos todos os dias. Isto é sobre física. O Congresso está atualmente atrasado em relação à opinião pública e vamos vencer essa luta quando milhões de pessoas se levantarem e exigirem ações”, afirmou o senador.
A proposta, como um todo, possui poucas chances de ser aprovada, principalmente na Câmara, onde existe um claro domínio do Partido Republicano. Mesmo no Senado já existe forte oposição, o senador republicano Marco Rubio declarou que “o governo não pode controlar o clima”.
O também republicano David Vitter, que faz parte junto com a senadora Boxer do Comitê do Senado sobre Meio Ambiente e Trabalhos Públicos, não poupou críticas ao plano da colega.
“Não apenas os preços da energia iriam disparar com uma taxa sobre o carbono, os custos de praticamente tudo construído nos EUA ficariam mais elevados”, afirmou.
Porém, em um segundo momento, alguns elementos do plano poderiam ser integrados em um pacote maior, que incluísse incentivos para manter a competitividade das empresas, como corte nos impostos.
“Se o Congresso acabasse com os impostos sobre a repatriação de lucros conseguidos no exterior, por exemplo, grupos industriais poderiam vir a apoiar a taxa sobre o carbono”, acredita Manik Roy, vice-presidente do Centro para Soluções Climáticas e Energéticas.
De uma forma geral, o plano foi bem recebido pelas entidades ambientais.
“Atualmente, por todo o país, as pessoas estão encarando os impactos devastadores das mudanças climáticas em suas casas e negócios. É hora de investirmos nas nossas comunidades, ao invés de ficarmos sentados esperando a próxima tempestade catastrófica. Os senadores Boxer e Sanders estão fazendo o correto, agindo para reduzir as emissões”, afirmou Tara McGuinness, presidente do Centro para o Progresso Americano.
Está agendada para o próximo sábado uma grande manifestação popular em apoio à criação de ações climáticas pelo governo dos EUA.
A senadora Boxer espera que sua proposta entre em discussão nos próximos meses e que seja votada por volta de julho.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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