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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fórum Mundial da Bici: pedalar para transformar, pedalar para preservar

Começa hoje em Porto Alegre o II Fórum Mundial da Bicicleta data escolhida para recordar o atropelamento intencional que ocorreu contra os participantes da Massa Crítica de Porto Alegre, em 25 de fevereiro de 2011. Infelizmente, o processo ainda trâmita na justiça.
A primeira edição do Fórum em 2012 foi um sucesso e motivou a realização dessa segunda edição, onde pretende-se aprimorar o debate sobre a necessidade de cidades para pessoas (para nós do CEA também queremos cidades para todos os seres) e o papel que a bicicleta e outros modais sustentáveis têm como motivadores de transformações urbanas e sociais. A programação pode ser vista aqui
É muito bom ver que a nossa proposta de ”Pedalar para Preservar” nos últimos tempos tem ganhado um grande reforço e se tornado uma pauta de ativismo para muita gente. Chamados de Massa Crítica já ganharam as ruas de Porto Alegre, de Rio Grande; em Pelotas ganham as ruas e a zona rural com o Pedal Curticeira.
Infelizmente o “ganhar” não é de fato uma realidade, pois os cicloativistas estão forçando, cunhando uma disputa diária com os carros/pedestres. Pedalar nas cidades, na estrada Rio Grande-Cassino é uma aventura que muitas vezes tem fins bem trágicos. O ideal era não precisar correr riscos, mas infelizmente como toda a pequena revolução, precisamos nos expor, nos machucar para que logo em seguida muitos possam ganhar.
Chile - Taller de Futuro
La Bici pelas ruas de Santiago do Chile. Foto: Cíntia Barenho/CEA
O ideal era uma política pública de cidade não para carros, mas sim para usos múltiplos, não egoístas, não antropocêntricos. Podemos ver agora com o que acontece em Porto Alegre onde se questiona “Quantas copas por uma Copa”? , no qual percebe-se quais reais interesses em suprimir árvores de uma área verde (cotada para sem um parque) em detrimento do alargamento de uma pisca para levar mais carros ao centro da cidade (que já está um caos) Um investimento público que é tão irrisório, mas que esbarra nos “intéresses” privados de alguns poucos. Especialmente daqueles que visam um financiamento de campanha eleitoral.
Na programação do fórum encontramos a turma do Bicicultura do Chile. Recentemente em viagem ao Chile percebi o quão presente está “la bici”no dia-a-dia das pessoas. La Bici toma conta das ruas e calçadas de Santiago do Chile. Não me pareceu haver uma grande quantidade de ciclovias ou ciclofaixas. As pessoas andam por cima das calçadas, mas são calçadas muito largas e o compartilhamento com o pedestre é bem harmônico. Claro que há situações engraçadas como o malabarismo dos garçons, quando vão servir uma mesa e se deparam com uma bici passando na calçada. Confesso, que no início achei estranho, mas depois percebi que sim, temos que andar em cima das calçadas (com muito respeito ao pedestre, claro) para disputar nosso outro espaço nas ruas. Infelizmente no RS, em Porto Alegre a realidade das calçadas é cruel (inclusive no centro estão diminuindo uma para passar mais carros -sic-).
Um grande temporal “parou a cidade de Porto Alegre dia 20/02/13, porém para os ciclistas foi só um banho de chuva. Foto Ramiro Furquim
Há uma série de lojas especializadas em bicicletas, por todos os cantos. Há acessórios muito legais. Sim isso é consumo, mas ter bons equipamentos fazem parte da vida do ciclista. Eu mesma comprei umas fitas refletoras que já havia procurado por todas as lojas que conheço em POA e nunca tinha achado.
Em Santiago, la Bici, aliada a um transporte público de qualidade (o serviço de metrô é excepcional), faz com não haja engarrafamentos. Sim! Sabe qual a população da capital do país? Santiago do Chile tem mais de 4 milhões de pessoas. Sabem quanto há em Porto Alegre, capital do RS? Somos mais de 1milhão. Quantos engarrafamentos enfrentei no Chile: zero! Em Porto Alegre hoje fiquei pelo menos 1 hora trancada. Agora quem estava de bicicleta, se molhou, mas não se engarrafou!
Além de que, a educação para o trânsito me pareceu excelente. Pedestres, ciclistas, motoristas de autos todos muito respeitáveis. Param até na faixa de segurança (algo que em POA o prefeito fez uma campanha publicitária de pouco tempo e achou que as pessoas já iriam cambiar costumes arraigados). Agora se a educação é contínua eu não sei.
Assim esperamos encontrar nosso leitores do blog lá no II Fórum Mundial da Bicicleta! Pedalando para transformar, pedalando para preservar!
 
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FONTE : * Cíntia é uma ecologistas do CEA que promete que nessa semana estará desbravando as ruas com sua bici, criando de fato uma micro-revolução molecular, na qual somente irá para o trabalho em la bici!

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