A água é vital para a saúde humana, cujo corpo é composto por pelo menos 70% de água.
Quando estamos com sede, beber água pura e fresca é um grande prazer. Mas, será que a água que bebemos é pura realmente?
Na maioria das vezes, a água que bebemos vem de rios, com cada vez menos florestas no entorno. Muitas vezes, esses rios cortam cidades inteiras e se tornam destino de esgoto e lixo.
Na zona rural, o cenário também não é animador, devido ao uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos que acabam por contaminar os rios.
Toda esta mistura química da vida moderna está contaminando seriamente a água dos mananciais. Por isso, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou recentemente uma moção que propõe o desenvolvimento de melhores técnicas de monitoramento e tratamento dos cursos-d’água para abastecimento humano e de seus afluentes.
O objetivo é incentivar a pesquisa e a adoção de tecnologias capazes de retirar da água distribuída às residências as “nanopartículas” de poluentes, orgânicas e inorgânicas, além de eliminar os micro-organismos patogênicos. As nanopartículas são porções de material de apenas alguns átomos de tamanho, com propriedades muito diferentes do mesmo material em grandes quantidades.
Tais nanopartículas, com o tratamento atual que se da à água, não são eliminadas. Por isso que é tão necessário investir em pesquisa e tecnologia.
De acordo com o coordenador-geral de Mudanças Globais de Clima do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Sanderson Leitão, conselheiro do CNRH/MMA, autor dessa moção junto ao Conselho, “a tendência é aumentar a contaminação por micropoluentes que causam, por exemplo, câncer, infertilidade, outros distúrbios metabólicos e endócrinos, para citar alguns, e isso é muito preocupante”.
No texto aprovado pelo CNRH, consta uma lista de micropoluentes, provenientes de medicamentos, drogas ilícitas, produtos de beleza, higiene pessoal e limpeza, aditivos industriais, aditivos de gasolina, agrotóxicos e produtos resultantes da transformação desses micropoluentes.
São inúmeras as substâncias que escapam à filtragem e tratamento químico dado à água destinada ao consumo humano, ingeridas diariamente pelos brasileiros.
Diante deste quadro, vem a inevitável pergunta: afinal, que água podemos beber? Será a engarrafada em plástico direto da fonte, onde o calor excessivo pode adicionar dioxinas à água? Será a de poços artesianos, que podem estar contaminados por fossas negras ou pela infiltração de efluentes industriais? Talvez seja melhor morar na roça onde a água pura sai de uma mina em um local onde se tem certeza que não há poluição. Será?
* Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental e responsável técnico da Master Ambiental.
** Publicado originalmente no site Ideia Sustentável.
Quando estamos com sede, beber água pura e fresca é um grande prazer. Mas, será que a água que bebemos é pura realmente?
Na maioria das vezes, a água que bebemos vem de rios, com cada vez menos florestas no entorno. Muitas vezes, esses rios cortam cidades inteiras e se tornam destino de esgoto e lixo.
Na zona rural, o cenário também não é animador, devido ao uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos que acabam por contaminar os rios.
Toda esta mistura química da vida moderna está contaminando seriamente a água dos mananciais. Por isso, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou recentemente uma moção que propõe o desenvolvimento de melhores técnicas de monitoramento e tratamento dos cursos-d’água para abastecimento humano e de seus afluentes.
O objetivo é incentivar a pesquisa e a adoção de tecnologias capazes de retirar da água distribuída às residências as “nanopartículas” de poluentes, orgânicas e inorgânicas, além de eliminar os micro-organismos patogênicos. As nanopartículas são porções de material de apenas alguns átomos de tamanho, com propriedades muito diferentes do mesmo material em grandes quantidades.
Tais nanopartículas, com o tratamento atual que se da à água, não são eliminadas. Por isso que é tão necessário investir em pesquisa e tecnologia.
De acordo com o coordenador-geral de Mudanças Globais de Clima do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Sanderson Leitão, conselheiro do CNRH/MMA, autor dessa moção junto ao Conselho, “a tendência é aumentar a contaminação por micropoluentes que causam, por exemplo, câncer, infertilidade, outros distúrbios metabólicos e endócrinos, para citar alguns, e isso é muito preocupante”.
No texto aprovado pelo CNRH, consta uma lista de micropoluentes, provenientes de medicamentos, drogas ilícitas, produtos de beleza, higiene pessoal e limpeza, aditivos industriais, aditivos de gasolina, agrotóxicos e produtos resultantes da transformação desses micropoluentes.
São inúmeras as substâncias que escapam à filtragem e tratamento químico dado à água destinada ao consumo humano, ingeridas diariamente pelos brasileiros.
Diante deste quadro, vem a inevitável pergunta: afinal, que água podemos beber? Será a engarrafada em plástico direto da fonte, onde o calor excessivo pode adicionar dioxinas à água? Será a de poços artesianos, que podem estar contaminados por fossas negras ou pela infiltração de efluentes industriais? Talvez seja melhor morar na roça onde a água pura sai de uma mina em um local onde se tem certeza que não há poluição. Será?
* Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental e responsável técnico da Master Ambiental.
** Publicado originalmente no site Ideia Sustentável.
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