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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 25/fev/2013



Hoje: Amazônia, Biotecnologia, Cidades, Energia, Pobreza, Povos Indígenas, Reciclagem, UCs

Povos Indígenas

Esperança volta com bebê avá-canoeiro
Os olhos apertados e amendoados de Paxeo, de 1 ano, refletem o resquício de uma etnia que já foi composta por mais de dois mil índios, no cerrado brasileiro, onde era conhecida como "a tribo invisível", por sua capacidade de se esconder nas árvores. O nascimento do bebê é a esperança da comunidade. Removidos pela construção da usina hidrelétrica de Serra da Mesa, em 1996, os sete índios do grupo vivem quase na miséria em uma reserva entre Miraçu e Colinas do Sul (GO). Os R$ 6,9 milhões, resultado de royalties pelo uso da água na hidrelétrica e da compra de terras para recompor parte da reserva que foi alagada em 10% do território, foram geridos pela Funai mas não há sinais de que chegaram à aldeia. Após o fim do convênio em 2002, os índios passaram a ter uma condição de dependência extrema do apoio externo, chegando a mendigar por cestas básicas junto ao povo vizinho à aldeia e à cidade de Minaçu - O Globo, 25/2, Economia, p.42.

Avá-Canoeiro não têm mais animais para a caça
A espingarda de Iawi Avá-Canoeiro não tem balas. Tampouco elas são necessárias, porque já não existem animais selvagens a serem perseguidos na reserva. A área é cercada por pasto e gado. Iawi, índio mais velho da tribo, era responsável pelo provimento do grupo, mas também já não tem capacidade física para grandes perseguições cerrado adentro. Não há mais tempo para Iawi ver os resultados de uma nova fase das políticas indigenistas no Brasil, que resultaram em um novo convênio firmado entre Funai e empreendedores no ano passado, visando à recuperação de aspectos culturais adormecidos entre os Avá. Com anemia severa e baço aumentado, o resultado de um exame previsto para o dia 10 poderá comprovar as suspeitas de que tem leucemia - O Globo, 24/2, Economia, p.43.

Índios munduruku rejeitam hidrelétricas no rio Tapajós
O governo federal enfrenta resistências dos índios munduruku, que vivem na área onde pretende erguer as hidrelétricas do rio Tapajós. Um grupo de líderes de aldeias do Pará e do Mato Grosso esteve em Brasília para protestar contra os projetos durante reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Para o cacique Arnaldo Koba Munduruku, que lidera 8 mil índios do Tapajós, o resultado do encontro foi negativo. "Nosso povo não quer indenização, nem quer o dinheiro da usina. Nosso povo quer o rio como ele é", disse Koba. "Não vamos permitir que usinas ou até mesmo que estudos sejam feitos. Vamos unir nossa gente e vamos para o enfrentamento" - Valor Econômico, 25/2, Brasil, p. A2.

Advogada wapixana vai presidir Comissão Nacional de Direitos dos Povos Indígenas
O presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, anunciou a criação da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas (CNDDPI). A wapixana Joênia Batista de Carvalho, primeira advogada índia do Brasil, foi nomeada presidente da CNDDPI. "A comissão pretende subsidiar e atuar no âmbito do STF e nas instâncias inferiores, garantindo o pleno gozo dos povos indígenas de seus direitos com a garantia das terras", disse Marcos Vinícius. Ele destacou que no Poder Executivo e no Congresso Nacional, a comissão vai acompanhar os projetos de lei ou emendas constitucionais de exclusão ou diminuição de direitos e garantias dos povos indígenas - Folha de Boa Vista, 25/2.


Energia

Foz do Amazonas desperta interesse de petroleiras
A disputa pelos blocos da Bacia da Foz do Amazonas, no extremo norte do País, promete ser a mais acirrada da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios de óleo e gás, que será promovida pelo governo federal em maio. O motivo é a descoberta, no litoral da vizinha Guiana Francesa, praticamente ao lado da bacia brasileira, de grandes reservatórios exploráveis de petróleo. As grandes petroleiras articulam sociedades para concorrer às áreas ofertadas pela ANP. De olho no súbito interesse despertado nas companhias pelas jazidas de óleo e gás presumivelmente escondidas no subsolo marinho do litoral do Amapá, o governo aumentou de 172 para 289 os blocos a serem leiloados. Das 117 novas áreas, 65 estão na Bacia do Foz do Amazonas - OESP, 25/2, Economia, p.B3.

Poço é abandonado após acidente com sonda no Amazonas
O principal alerta da natureza sobre os perigos da exploração de petróleo nas áreas de mar revolto no entorno da foz do Rio Amazonas ocorreu no fim de 2011, quando uma sonda de perfuração a serviço da Petrobrás foi arrastada pela correnteza. Não houve vítimas, mas os riscos à integridade física da tripulação, do equipamento e à segurança ambiental de uma região de ecossistema tão importante e particular, levaram a companhia a abandonar o poço em 2012 - OESP, 25/2, Economia, p.B3.

As usinas estão parando
"Nos próximos dois ou três anos, 60 das 330 usinas de açúcar e de etanol da região Centro-Sul, que respondem por 90% da cana-de-açúcar processada no País, encerrarão suas operações ou serão vendidas. A previsão é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Por dificuldades financeiras, pelo menos dez usinas não processarão a safra 2013/2014. Só em 2012, o setor fechou 18 mil postos de trabalho. A dívida das empresas do setor, no final da safra 2013/2014, deverá chegar a R$ 56 bilhões, R$ 4 bilhões mais do que o total apurado no final da safra anterior e pouco abaixo do faturamento projetado para as usinas do Centro-Sul, de R$ 60 bilhões. O setor carece de segurança para investir, o que depende, entre outros fatores, de definição clara do governo sobre o papel do etanol na matriz energética, por exemplo", editorial - OESP, 25/2, Notas e Informações, p.A3.


Cidades

APA vira santuário evangélico e refúgio de viciados
Era para ser uma mata protegida em uma das regiões mais carentes de áreas verdes de São Paulo. Mas a Mata do Iguatemi virou o "Monte Sagrado". Abandonada pelo poder público, a APA de 300 mil m² cravada entre conjuntos habitacionais na zona leste abriga uma espécie de santuário evangélico sob uma cobertura densa de árvores nativas remanescentes da Mata Atlântica. E não só. Um trecho mais degradado serve de refúgio a moradores de rua e dependentes químicos. E mais: para certos moradores, a APA é apenas um terreno baldio de capim com gradil arrebentado. Sinônimo de local para o despejo ilegal de entulho e lixo doméstico - OESP, 24/2, Vida, p.A21.

Mata do Iguatemi aguarda recuperação ambiental há 9 anos
O poder público de São Paulo sabe que a APA Mata do Iguatemi precisa ser recuperada. Até hoje, no entanto, o governo do Estado não fez a intervenção necessária. Em maio de 2004, o governo prometeu um plano de melhorias ambientais e urbanísticas para a região, mas deixou a APA sem cuidados por nove anos seguidos - OESP, 24/2, Vida, p.A21.

Moradores barram condomínio em área verde do Morumbi
Acionada por um grupo de moradores reunidos na Associação Amigos do Jardim Morumbi, a Prefeitura de São Paulo vetou a construção de megaempreendimento imobiliário em uma das últimas áreas de preservação do bairro da zona sul. Por meio de uma permuta com a Congregação das Irmãs Franciscanas, dona das terras ao lado do Colégio Pio XII, a Cyrela queria alvará para construir 111.587 m2 - espaço suficiente para erguer pelo menos oito torres residenciais e 1.200 vagas de garagem, segundo especialistas. O pedido da incorporadora foi indeferido em definitivo pela Prefeitura no dia 12 de janeiro. O terreno onde havia o pedido para "edificação nova" em trâmite no governo municipal desde 2008 soma, ao todo, 127 mil m2, é coberto por mata nativa e fica entre o Colégio Pio XII e a Marginal do Rio Pinheiros - OESP, 25/2, Metrópole, p.C4.

Horta urbana conquista espaço entre paulistanos
Hortas urbanas têm atraído os mais diferentes perfis de paulistanos, de catadores de lixo na zona leste a engravatados da avenida Paulista. Na praça dos ciclistas, na Paulista com a rua da Consolação, um grupo se organiza pelas redes sociais para garantir que mudas de berinjela e milho não deixem de prosperar. No extremo leste, região em que está o pior índice de área verde por habitante, a ONG Cidades Sem Fome ajuda mais de 115 famílias a gerir 21 hortas comunitárias - FSP, 24/2, Cotidiano, p.C9.


Geral

Praia na Ilha Grande no ranking das 10 melhores
A Praia de Lopes Mendes, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), foi escolhida a sétima praia do mundo por turistas no site TripAdvisor, que promove um concurso anual. Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, até 2007, Lopes Mendes não fazia parte do Parque Estadual da Ilha Grande e, por isso, não era protegida. Havia até o medo de que fossem construídos no local três resorts. Em março de 2007, já como secretário, Minc conseguiu ampliar o parque, de seis mil para 12 mil hectares, incluindo a Lopes Mendes. "É a joia da coroa, a pérola da Ilha Grande. Vamos colocar mais guarda-parques lá", disse o secretário - O Globo, 23/2, Rio, p.12.

Linhão de fibras ópticas
"A enorme linha de transmissão de energia elétrica que interligará Manaus (AM) e Macapá (AP) ao resto do país, conectando-se em Tucuruí ao sistema nacional, está pronta, e sua contribuição não se restringirá à eletricidade. Pelas torres também passa agora uma rede de fibras ópticas, que ficará aos cuidados da TIM, vencedora da licitação entre as operadoras de telecomunicações", coluna de George Vidor - O Globo, 25/2, Economia, p.18.

A guerra pela semente da Monsanto
Produtores de soja e a multinacional Monsanto estão travando uma disputa judicial por causa da cobrança de royalties da primeira geração da semente de soja transgênica tipo Roundup Ready (RR1). As associações de agricultores acusam a companhia de exigir ilegalmente os royalties da soja desde 1º. de setembro de 2010, data a partir da qual a patente já estaria vencida. De lá para cá, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), os depósitos em juízo dos produtores de todo o País somaram R$ 1,7 bilhão - OESP, 25/2, Economia, p.B7.

Novos pobres impedem fim da miséria
A presidente Dilma anunciou que zerará o número de extremamente pobres no Cadastro Único, banco de dados de famílias de baixa renda. Ela reconheceu que ainda faltam cadastrar e resgatar 2,5 milhões. Estudiosos argumentam, no entanto, que mesmo quando todos esses forem achados, a pobreza extrema não estará erradicada. O que impede que os miseráveis cheguem a zero, dizem, é a existência de "recém pobres". Os especialistas concluem que há cerca de 739 mil nessa condição, "entrando na pobreza extrema todo mês" - FSP, 24/2, Poder, p.A6.

Indústria terá de reciclar 17% de eletroeletrônicos
A indústria de eletroeletrônicos terá de recolher e reciclar 17% dos produtos que forem colocados no mercado, de acordo com edital do governo federal. A meta terá de ser cumprida em até cinco anos após a assinatura do acordo entre as partes. A data inicial ainda não foi estipulada. O setor tem até o dia 13 de junho para apresentar um plano de ação para o Ministério do Meio Ambiente. "Poderíamos nos comprometer a reciclar 100% dos produtos que nos forem entregues pelos consumidores, mas não 17% de tudo que for produzido", diz Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). "Como as indústrias vão saber com quem estão os produtos após sua vida útil?", diz. Se as propostas não forem aceitas pelo ministério, valerá as determinações que já constam no edital - FSP, 25/2, Mercado Aberto, p.B2.

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