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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pesquisa mundial estima que milhões de tartarugas morreram em redes de pesca nas últimas décadas

Milhões de tartarugas marinhas foram mortas nas últimas duas décadas após ficarem presas em equipamentos de pesca, de acordo com uma pesquisa mundial publicada na revista científica Conservation Letters (“Global Patterns of Marine Turtle Bycatch,” Bryan P. Wallace, et al, Conservation Letters. doi: 10.1111/j.1755-263X.2010.00105.x).

Descrita como a primeira análise global de dados disponíveis sobre o assunto, a sondagem, realizada por pesquisadores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, analisou dados de capturas ocorridas em diversas regiões globais por conta de três equipamentos de pesca: as linhas longas, arrastões e redes.

O estudo afirma que entre 1990 e 2008 foram registradas 85 mil capturas acidentais de tartarugas. A pesquisa revelou índices particularmente altos de mortes desse tipo no Mar Mediterrâneo e no leste do Oceano Pacífico. Reportagem de Richard Black, especialista de meio ambiente da BBC News, com informações complementares do EcoDebate.

Segundo o pesquisador Bryan Wallace, que liderou o estudo, a situação das tartarugas no mundo é um bom indicador sobre as condições gerais da saúde dos oceanos.

De acordo com ele, apesar do alto número de capturas levantado pelo estudo, a quantia representa uma pequena fração do número total.

“Porque os documentos que observamos cobrem menos de 1% de todas as frotas, com pouca ou nenhuma informação sobre pequenas empresas, nossa estimativa conservadora é de que o número real de tartarugas capturadas acidentalmente em redes de pesca esteja não em dezenas de milhares, mas sim em milhões”, disse ele.

Alternativas

As tartarugas marinhas precisam subir à superfície para respirar. Quando enroscam em uma rede ou anzol, elas não conseguem subir à superfície e se afogam.

O estudo afirma que uma mudança nos equipamentos de pesca pode ter um impacto significativo no número de animais capturados e mortos.

Os pesquisadores sugerem, por exemplo, a substituição dos anzóis convencionais, em forma de gancho, pelos anzóis circulares. Além disso, a pesquisa recomenda ainda o uso mais abrangente de materiais conhecidos como dispositivos de exclusão de tartarugas (DET) , que previnem a entrada dos animais nas redes de pesca e permitem que escapem, caso sejam capturados.

Alguns países exigem que as companhias de pesca usem dispositivos para reduzir a captura acidental de outras espécies, mas algumas empresas resistem à ideia alegando que teriam seus lucros reduzidos.

Seis entre os sete tipos de tartarugas marinhas estão na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.

Acredita-se que o número de espécies da tartaruga de couro, capazes de crescer mais de 2 metros, tenha diminuído em mais de 75% entre 1982 e 96.

As tartarugas marinhas sofrem ainda outras ameaças como mares poluídos com sacos plásticos e a perda de seus habitats naturais.
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FONTE : EcoDebate, 08/04/2010

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