30 de novembro de 2014
Com aproximadamente um mês para o fim de 2014, o Projeto Arara Azul já contabiliza resultados positivos na reprodução da espécie considerada um dos ícones da fauna brasileira. De 455 ninhos cadastrados no Pantanal, o número saltou para 599. Nos últimos quatro meses – de agosto a novembro – foram contabilizados 55 ovos de araras-azuis em 94 ninhos monitorados. Desses, 30 já eclodiram e estão no estágio de filhotes. Entre eles está a pequena arara-azul do ninho apadrinhado pela Anhanguera-Uniderp.
De acordo com a coordenadora do curso de Ciências Biológicas e Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade, Luciana Paes de Andrade, a instituição reforçou mais uma vez a parceria de 20 anos com o Instituto Arara Azul dando suporte às pesquisas que combateram o risco de extinção, evidente na década de 1980. “Além dos trabalhos no Projeto realizados desde 1994, a universidade adotou um ninho há alguns meses e já foram realizados cinco monitoramentos. Recentemente, recebemos a notícia do nascimento de uma arara-azul e estamos comemoramos os resultados positivos na preservação da espécie”, revela.
Geralmente o período reprodutivo da Arara Azul acontece entre julho e janeiro, mas este ano deve se estender até fevereiro ou março de 2015 por conta de um atraso de seis semanas -reflexo das condições climáticas no Pantanal. A bióloga responsável pelo Instituto Arara Azul, professora e pesquisadora da Anhanguera-Uniderp, Neiva Guedes, explica que”existe a perspectiva de observarmos posturas até o mês de dezembro. Só após esse período poderemos avaliar os resultados em relação aos anos anteriores, mas estamos bastante confiantes e animados. Esperamos o nascimento de mais 20 indivíduos até o fim deste ano”.
Atualmente, o Projeto Arara Azul acompanha cerca de três mil aves, que vivem em 599 ninhos cadastrados por 57 fazendas, situadas nas regiões de Miranda, Aquidauana e Bonito, no Mato Grosso do Sul, e nos arredores de Barão de Melgaço, no Mato Grosso.Boa parte dos ninhos está localizada em regiões de difícil acesso, por isso o instituto conta com a ajuda da Fundação Toyota do Brasil, que cedeu picapes Hilux para que as equipes de biólogos transportem suprimentos e equipamentos necessários à realização dos trabalhos de campo.
Já são 25 anos de trabalho em estudos de biologia básica, reprodução, comportamento, habitat, manejo e educação ambiental para a conservação da espécie, que no fim da década de 1980 somava apenas 1.500 indivíduos no Pantanal. Com o Projeto colocado em prática a realidade é outra. Acredita-se que exista mais de cinco mil indivíduos no Pantanal, na área que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além da Bolívia. E, para se manter ativo, o Projeto Arara Azul ainda conta com o patrocínio e apoio da Universidade Anhanguera-Uniderp, Fundação Toyota do Brasil, Toyota, Refúgio Ecológico Caiman, Bradesco Capitalização, entre outros.
Adote um Ninho – No dia 19 de novembro, o Instituto Arara Azul iniciou uma nova fase com o lançamento da Campanha “Adote um Ninho”, ação que tem o objetivo de fortalecer o projeto em prol da preservação da espécie por meio das pesquisas e do monitoramento de ninhos naturais e artificiais. O apadrinhamento também proporciona o apoio à manutenção da biodiversidade do Pantanal: tanto as araras-azuis como várias outras espécies que ocupam as mesmas cavidades. A iniciativa comemora 25 anos e, desde 1994, conta com o apoio da Universidade Anhanguera-Uniderp.
A primeira edição do “Adote Um Ninho” funcionou como projeto piloto e, com grande sucesso, reunindo padrinhos famosos como Ziraldo, Carlos Saldanha, Luan Santana, Gabriel Sater, Michel Teló, Chitãozinho e Xororó e vários empresários.
“Estou bastante satisfeita e feliz por ver o quanto as pessoas se importam com nosso trabalho. O reconhecimento pela credibilidade ao projeto dá uma sensação de dever cumprido. Já colhemos muitos resultados positivos, mas ainda há muito a ser feito e, para isso, precisamos do engajamento da sociedade”, destaca Neiva Guedes, bióloga, coordenadora do Projeto Arara Azul e professora doutora do Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp.
Para adotar um ninho, o interessado deve ler o regulamento, preencher a ficha de inscrição e assinar o contrato de doação, bem como o termo de compromisso e responsabilidade. O padrinho, ou madrinha, também passará por um Curso de Preparação para Adoção onde aprenderá sobre o monitoramento dos ninhos e como serão enviadas as informações, além de explicar a importância deste trabalho e qual a diferença entre ninhos naturais e artificiais. O padrinho também poderá batizar o filhote com um nome. A ave será acompanhada até o momento de seu voo e receberá uma anilha com numeração exclusiva e um microchip. Todas as informações serão encaminhadas ao adotante, em seu relatório final,junto com um Certificado de Adoção.
Fonte: Jornal Agora MS
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