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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Adriano Gambarini acompanha o dia a dia dos pesquisadores que estudam como os animais sobrevivem em uma das áreas mais antropizadas de Goiás.

Um olhar para o futuro dos mamíferos do Cerrado
Adriano Gambarini - 29/04/13

Uma raposinha solta por Fred. Fotos: Adriano Gambarini
Hoje finda minha participação por aqui; pegarei a estrada para percorrer 1.100 quilômetros de retorno. Levo a certeza de que nos próximos 40 dias a equipe de campo do Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado avançará no seu trabalho e percorrerá, entre idas e vindas aos campos da região do Limoeiro, uma distância talvez maior do que a distância que trilharei para casa. Seus membros continuarão buscando as respostas de como conservar o que ainda resta dos carnívoros viventes nesta região. 

Até o presente momento, foram capturadas 6 raposas, sendo uma nova (Miss Root, filha de Flávia) e 5 recapturadas com troca de rádio-colar. Para os cachorros-do-mato, foram 7 novas capturas e 2 deles tiveram rádio-colar instalados. Um dos 2 lobos ainda resistentes aos problemas criados pela pressão humana, descrita no último artigo, foi também recapturado. 

Não é de hoje que falo: o que me motiva a documentar pesquisas de campo e a crença dos pesquisadores no seu trabalho. O Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado tem como alicerce pessoas que carregam uma das virtudes que mais admiro: ideologia. Fred e Fernanda tem isto de sobra, assim como outros pesquisadores com quem tenho a honra de trabalhar e ser parceiro. 

Só é possível entrar de cabeça em empreitadas como esta, se a ideologia for a base de todas as atitudes. 

E se todas as perdas da biodiversidade para o ‘mundo incoerente dos homens’ não tiverem mais jeito, temos que resistir. Temos que usar nossa máquina intelectual para criar estratégias de transformação. 

A recriação, reconstrução, renascimento é possível. Basta acreditar e fazer com que os outros também acreditem. Não é fácil, eu sei. 

Mas a vida da raposinha Flávia com seus filhotes também não deve ser nada simples. Eles sobrevivem escapando da agressividade dos cachorros domésticos e vivendo numa toca embaixo de um campo de braquiária onde dezenas de nelores caminham pesadamente. As raposinhas estão lá, lutando pela sobrevivência. E conseguindo.

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