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Água
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Disparada do consumo, produção em ritmo lento e desperdício de água. Esses são os ingredientes da crise de abastecimento que vem se delineando há uma década na Grande São Paulo, revela levantamento da Folha a partir de dados da Sabesp. Entre 2004 e 2013, o consumo de água nos 33 municípios da região metropolitana abastecidos pela companhia aumentou 26%, enquanto a produção cresceu apenas 9%. No mesmo período, cerca de 200 mil novos habitantes chegaram anualmente à região, com padrões de consumo cada vez mais elevados. Há dez anos, um morador da Grande SP gastava em média 150 litros de água por dia. Hoje, o consumo é de 175 litros, 65 a mais do que o recomendado pela ONU - FSP, 3/4, Cotidiano, p.C6. |
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Relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra que a Bacia do Rio Paraíba do Sul, de onde o governo de São Paulo pretende transpor água para o Sistema Cantareira, também atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-la com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. O nível seria o mais baixo da história dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do Estado do Rio. O ONS fez uma simulação com base na pior seca já registrada na região, em 1955, e na vazão de 190 mil litros por segundo que podem ser bombeados hoje na usina elevatória de Santa Cecília, para a geração de energia pela Light e para o abastecimento do Rio. Desta forma, a bacia entraria em colapso em oito meses - OESP, 3/4, Metrópole, p.A22. |
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Não há como escapar da conclusão de que o governo deve considerar desde já a necessidade da adoção de novas providências para enfrentar uma crise que pode se agravar ainda mais. A estação das chuvas deste ano praticamente terminou. Para obter tudo o que é possível do programa de descontos, é preciso uma campanha mais ampla e audaciosa do que a feita até agora para motivar os consumidores. Se há um gasto com publicidade oficial que se justifica plenamente - ao contrário da maioria dos outros - é este. Ao mesmo tempo, a dura realidade indica que, se o racionamento ainda não é inevitável, é cada vez mais uma possibilidade que não pode ser excluída", editorial - OESP, 3/4, Notas e Informações, p.A3. |
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Energia
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que os problemas do setor elétrico terão impacto sobre a conta de luz com reajustes maiores para os consumidores. Segundo cálculos de técnicos da área de energia, o peso dos empréstimos de R$ 8 bilhões que serão contratados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para socorrer as distribuidoras será de cerca de 10%. Mas o governo ainda não definiu como será o repasse para a conta de luz, a partir de 2015: se de uma vez ou em parcelas - O Globo, 3/4, Economia, p.20. |
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Risco de racionamento sobe para 46%
O risco de o Brasil ter um racionamento neste ano quase dobrou. Com as chuvas abaixo do esperado para março, a probabilidade de o País ter de decretar um corte superior a 4% da demanda de energia subiu de 24% para 46%, segundo cálculos da consultoria PSR, do especialista Mario Veiga. Uma redução dessa dimensão significaria desligar 12 milhões de residências - OESP, 3/4, Economia, p.B5. |
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"Em 2013, as usinas térmicas foram usadas intensamente. Mesmo assim, o governo Dilma Rousseff tentou angariar alguns dividendos políticos com uma redução de tarifas. Fez o anúncio, de maneira oportunista, como se estivesse repassando aos consumidores os ganhos originados de um processo de eficácia gerencial, a partir da renovação de concessão de hidrelétricas até então sob responsabilidade de companhias estatais. Nada mais falacioso. Já naquela ocasião o governo preferiu ignorar o risco de uma possível escassez de energia devido ao baixo volume de água armazenado nos reservatórios. O resultado, já indisfarçável, é que a conta pesará diretamente no bolso do consumidor", editorial - O Globo, 3/4, Opinião, p.14. |
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Geral
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O Rio é o estado brasileiro que cuida melhor de sua zona costeira. Tem um desempenho exemplar no uso para turismo, na preservação de habitats e de sua biodiversidade. O levantamento, divulgado ontem pela Conservação Internacional e publicado na revista PLOS One, determinou pontuações para os 17 estados litorâneos do país. A pesquisa, batizada de Índice de Saúde do Oceano, avaliou como o Brasil cuida dos 3,6 milhões de km² de sua zona econômica exclusiva. O resultado não foi bom - nota 60, a mesma da primeira edição do levantamento, divulgada em 2012. Além do Rio, quatro estados tiveram notas acima da média nacional - Bahia e São Paulo, Amapá e Santa Catarina. O Piauí é o lanterninha do ranking - O Globo, 3/4, Economia, p.20. |
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O Greenpeace informou ontem que os três maiores frigoríficos brasileiros - JBS, Marfrig e Minerva - apresentaram sistemas "eficazes" para a compra de gado bovino no bioma amazônico, conforme atestam relatórios das auditorias BDO e DNV. Isso significa que os três frigoríficos conseguiram bloquear a aquisição de bois oriundos de fazendas que desmataram floresta, que utilizaram mão de obra análoga à escravidão ou que estão localizadas em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia. Os relatórios se referem ao ano de 2013. A eficácia dos sistemas de controle de JBS, Marfrig e Minerva está relacionada ao georreferenciamento das propriedades dos fornecedores - Valor Econômico, 3/4, Agronegócios, p.B16. |
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Quem tem medo do CAR?
"O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o item mais importante do Código Florestal que foi aprovado pelo Congresso em maio de 2012. Mas a lei ainda não saiu do papel. Ela depende de um decreto presidencial que regulamente o tema. No entanto, dois anos se passaram e nada aconteceu. O que explicaria essa situação? Afinal, quem tem medo do CAR? O CAR é, antes de tudo, um instrumento moderno de gestão, que ajuda o país a crescer de forma transparente e sustentável. Talvez este seja o grande problema", coluna de Agostinho Vieira - O Globo, 3/4, Economia Verde, p.20. |
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"O Relatório do IPCC prediz coisas preocupantes, ainda que um pouco mais incertas, como um aumento da média de temperatura na América do Sul de 1,7oC a 6,7oC até o ano 2100 e uma redução de 22% das chuvas no Nordeste. O país precisa de mais iniciativas de adaptação, como desenvolver cultivares agrícolas mais resistentes à seca. O mundo ainda não se pôs de acordo quanto a políticas conjuntas para reduzir as emissões de gases que realimentam o efeito estufa -e talvez nunca venha a fazê-lo. Individualmente, contudo, os governos têm obrigação de preparar-se para os riscos que a mudança climática possa acarretar para a segurança alimentar e hídrica de suas populações", editorial - FSP, 3/4, Editoriais, p.A2. |
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