Texto Vilmar Sidnei Demamam Berna*
(www.escritorvilmarberna.com.br)
A NASA anunciou o risco do fim de nossa civilização. não, não se trata de nenhum discurso apocalíptico, mas o resultado de estUdos sérios e com Base científica. Não é novidade para a humanidade. Já aconteceu antes com impérios poderosos, como o Romano, Maias, etc. A boa notícia é que, apesar dos pesares, a espécie humana sobreviveu, então, certamente sobreviveremos outra vez.(www.escritorvilmarberna.com.br)
O IPCC confirmou agora o que todos já estão sentindo na pele: as mudanças climáticas já estão acontecendo, e esta não é a má notícia. A má, é que vai piorar e que o mundo, apesar de todo o avanço tecnológico e de toda a riqueza acumulada, está muito pouco preparado para lidar com essa situação.
Informações, digamos, ruins, como estas, nos deprimem? Ou é por que estamos deprimidos que nos deixamos atrair por este tipo de notícia?
O estado de espírito infl uencia a maneira como encaramos a realidade. A coragem, o otimismo, a energia para enfrentar os problemas dependem muito mais do modo como avaliamos a realidade que da realidade em si. A realidade é o que é, os problemas existem de verdade, mas a forma como os encaramos pode fazer toda a diferença. Frustração, ódio, mau humor, palavrões, não solucionarão problema algum, ao contrário, podem criar mais problemas e nos impedir de ver as soluções, as alternativas. Para gerar estes sentimentos, precisamos investir energia que poderia estar sendo direcionada para buscar soluções, alternativas, bons exemplos, boas práticas, cooperação, parcerias, ouvir o outro.
Toda a situação tem seus prós e contras. O fim de uma civilização permitiu o surgimento de outra. O fim dos dinossauros permitiu a multiplicação dos mamíferos. O que é crise para um é oportunidade para outro. O fi m da era do combustível fóssil pode inaugurar a nova era da energia solar, eólica, biomassa, etc. A felicidade não é feita sem sacrifícios. Para se passar numa prova é preciso estudar e se preparar bem. Para alcançar o cume de uma montanha, é preciso se esforçar bem na subida.
Menoquia del Pichia, em seu poema O Voo, nos convida a aproveitar a “euforia do vôo do anjo perdido em ti. Não indagues se nossas estradas tempo e vento, desabam no abismo. Que sabes tu do fim? Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-a de estrelas; conserva a ilusão que teu vôo te leva sempre para o mais alto. No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã estarás mudo esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta. Canta! Canta para conservar uma ilusão de festa e vitória. Talvez as canções adormeçam as feras que esperam devorar o pássaro. Desde que nasceste não é mais que um vôo no tempo. Rumo ao céu? Que importa a rota? Voa e canta enquanto resistirem as asas”.
* Vilmar é escritor e jornalista, fundou a rebia - rede brasileira de informação ambiental (rebia.org.br), e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente), e o Portal do Meio Ambiente (portaldomeioambiente.org.br). em 1999, recebeu no japão o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas.
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