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segunda-feira, 28 de abril de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Agropecuária, Água, Energia, Povos Indígenas, Rodoanel, Zona Costeira
Ano 14
28/04/2014

 

Povos Indígenas

 
  Liminar reconhece que há mais de dois anos a Norte Energia tem descumprido a obrigação de apoiar a proteção territorial das Terras Indígenas da região - Direto do ISA, 28/4.
  Um mistério de 40 anos mobiliza antropólogos, procuradores e indigenistas: o que aconteceu com quase 2.000 índios que viviam no Amazonas nos anos 1970? O que se sabe é que os Waimiri Atroari quase foram extintos no período. A população da etnia caiu para 300 pessoas, a maioria crianças e mulheres, e só voltou a crescer no final dos anos 1980 - hoje são cerca de 1.700. A CNV (Comissão Nacional da Verdade) quer provar que esses índios foram alvo de genocídio praticado pela ditadura. Em depoimentos à CNV, índios waimiri atroari disseram que militares mataram famílias inteiras, lançaram bombas e pó químico de aviões e incendiaram aldeias. Citaram ainda doenças como causas das mortes - FSP, 26/4, Poder 2, p.1.
  "A estrada chegou com o Exército. Os índios tentavam flechar o avião. Havia um avião que sobrevoava as aldeias e jogava algo que esquentava as pessoas. Elas morriam logo". A declaração, feita no ano passado pelo índio Tomás Tamerré durante visita da CNV à aldeia dos Waimiri Atroari, sugere algum tipo de ataque aéreo à etnia durante a construção da BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR), iniciada em 1972. Outros relatos sobre um pó que era arremessado de aviões e "queimava por dentro", segundo os índios, foram colhidos pelos integrantes da CNV. "Para os índios, o que aconteceu foi uma guerra. E os vitoriosos continuam no poder", disse José Porfírio de Carvalho, ex-funcionário da Funai, que ainda trabalha com a etnia - FSP, 26/4, Poder 2, p.4.
  Conflitos no campo motivaram ameaças de morte a 2.282 pessoas no Brasil entre 2004 e 2013, segundo relatório que será apresentado pela Comissão Pastoral da Terra hoje em Brasília. No mesmo período, 338 pessoas foram mortas. Em 2013, houve 34 homicídios - dois a menos que em 2012. A comissão, ligada à Igreja Católica, chama a atenção para o número de 15 índios entre os mortos no ano passado, quase metade do total de vítimas - FSP, 28/4, Mõnica Bergamo, p.E2.
  "Muitas pessoas usam esses cocares para fazer apresentação. Mas, quando você faz isso, usa essas pinturas e dança com a tanguinha, reforça ainda mais a imagem do índio de 500 anos atrás. As crianças pensam ainda que todos os índios vivem assim em suas aldeias. Mas hoje mudou. Nunca vivi assim. Mas sem nunca deixar de ser o que é ser guarani. Quando a pessoa vê um índio de roupa, acha que não é índio. Muitos usam o nome da comunidade, usam cocares, sem serem reconhecidos na aldeia", diz Alberto Alvares, índio guarani em Mato Grosso do Sul - O Globo, 26/4, Página 2, p.2.
 
"A taxa de mortalidade infantil entre indígenas é maior do que em outros grupos. Entre 2008 e 2010, um quarto das crianças apresentava-se cronicamente desnutridas e mais da metade sofria de anemia. Diarreia e infecção respiratória aguda foram as causas mais frequentes de internação de crianças. Doenças infecciosas como malária, tuberculose, hepatites virais e parasitoses intestinais e doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, também são problemas frequentes nas aldeias. Na maioria das quase cinco mil aldeias existentes no país não há postos de saúde. Naquelas em que há, faltam medicamentos e equipamentos básicos, material para atendimento de urgências e emergências, além de profissionais de saúde", artigo de Paulo Cesar Basta - O Globo, 28/4, Opinião, p.15.
   
 

Energia

 
  O nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste - que representam 70% da geração total do país - chegará a maio bem abaixo do nível mínimo previsto pelo ONS. Na última sexta-feira, o volume de água armazenado nessas regiões estava em 38%. Em fevereiro, o presidente do ONS, Hermes Chipp, tinha dito que o nível deveria atingir 43% no final de abril, quando termina o período de chuvas, para o sistema atender o consumo no período seco que vai de maio até novembro próximo. As usinas térmicas (mais caras e mais poluentes) continuam gerando a todo vapor. Na última sexta-feira foram gerados 14.307 MW médios térmicos, ou seja, 22,19% da geração total, de 64.481 MW - O Globo, 27/4, Economia, p.27.
  Preocupações ambientais são a principal ameaça à manutenção do boom energético que catapultou os Estados Unidos ao topo do ranking dos maiores produtores de gás e petróleo do mundo. Além de demandar enorme quantidade de água, a tecnologia usada na exploração do xisto traz risco de contaminação de lençóis freáticos e pode estar relacionada ao dramático aumento no número de terremotos no centro do país desde 2010 - OESP, 27/4, Economia, p.B12.
  "A mais verde e amarela das tecnologias alternativas, muito menos poluente e danosa ao ambiente e à saúde das pessoas, e uma das mais eficazes opções à queima do combustível fóssil, vive crise sem precedentes no país. Pproduto de equívocos cometidos por uma gestão que está matando o etanol brasileiro. Os produtores não precisam de muito, mas têm nos faltado o básico. Basta que o governo não atrapalhe, como tem feito, defina uma política de longo prazo para o setor energético e reestabeleça condições mínimas de competitividade: equilíbrio na formação de preços, tributos adequados e algum amparo na forma de linhas de crédito que realmente funcionem", artigo de Aécio Neves - FSP, 28/4, Opinião, p.A2.
   
 

Rodoanel

 
  Explosões sem aviso que fazem tremer as residências junto com o zigue-zague frenético dos caminhões pesados que acabaram com centenas de metros de asfalto que havia na rua. Barulho constante de serras elétricas e animais saídos da mata que aparecem dentro de casa. As obras do Rodoanel Norte têm causado transtornos materiais e psicológicos em vários dos bairros vizinhos à construção da rodovia. O tranquilo dia a dia dos moradores do Tremembé, na zona norte de São Paulo, mudou completamente desde o fim do ano passado, quando começou a construção da via, que deve ficar pronta até 2016 - FSP, 28/4, Cotidiano, p.C6.
  A OAS, que realiza as obras do trecho norte do Rodoanel, afirmou que toma medidas para tentar diminuir os transtornos aos moradores e que, nos casos em que se comprovem danos às edificações, reparos serão feitos. Segundo a empresa, as ruas afetadas serão reformadas - FSP, 28/4, Cotidiano, p.C6.
  A Justiça extinguiu a ação que questionava a licença ambiental da construção do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Associações pediam a suspensão da obra, uma das prioridades do governo paulista - FSP, 28/4, Painel, p.A4.
   
 

Água

 
  Cerca de 400 pessoas se reuniram sexta-feira ao redor da represa Jaguari-Jacareí, em Piracaia (SP), para dar um "abraço" no sistema Cantareira. Ativistas, estudantes e políticos locais participaram do ato organizado pelo PCJ -consórcio das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que reúne prefeituras, empresas e entidades da região de Campinas e Piracicaba. A represa é a maior e, atualmente, a mais seca do Cantareira. Ontem, a Jaguari-Jacareí tinha 3,7% de sua capacidade, enquanto o sistema inteiro, 11,6%. O PCJ divulgou um manifesto com 39 reivindicações, entre elas a "redução drástica do consumo de água" e o decreto de "calamidade pública" nas bacias da região - FSP, 26/4, Cotidiano, p.C6.
  Em 2009, a poluição que atingia a Baía de Guanabara e as lagoas da Barra e Jacarepaguá há décadas parecia ter solução. Naquele ano, ao se candidatar como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro prometia investir mais de R$ 8,8 bilhões (valores atualizados) para coletar e tratar 80% do esgoto despejado nesses cursos d'água. Mas a pouco mais de dois anos do evento, a cidade não tem a menor chance de ganhar medalhas no quesito ambiental. A despoluição da Baía seria o maior legado que os Jogos Olímpicos poderiam trazer para o Rio. Era um desafio, mas havia projetos prontos para execução. "Se não saíram do papel foi por falta de planejamento", afirma Axel Grael, ex-presidente do Instituto Estadual do Ambiente - O Globo, 28/4, Rio, p.8.
  A água branca que sai das torneiras dos moradores da Vila Guilherme (zona norte) e da Vila Sônia (zona oeste) de São Paulo, não apresenta problemas para consumo, segundo teste de laboratório. Há cerca de um mês, moradores dos dois bairros têm recebido água esbranquiçada. Especialistas apontaram como uma das causas o excesso de cloro, dosagem que teria sido reforçada com a transferência de água entre os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga e Cantareira. A análise do laboratório Precision Labs com amostras dos dois bairros e do centro mostrou que todas estavam dentro da quantidade de cloro permitida pelo Ministério da Saúde - FSP, 26/4, Cotidiano, p.C6.
  Com reservas em baixa desde 2013, o sistema Cantareira tem só 11,6% da água que é capaz de guardar. Sem chuvas, o estoque duraria quatro meses se os moradores da Grande SP atendidos pelo sistema gastassem o que a ONU recomenda de água -110 litros diários por pessoa. Mas, com o consumo a 175 litros por dia, a reserva deve acabar em dois meses e meio. Para evitar um racionamento em ano eleitoral, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) recorrerá à água do "volume morto", no fundo das represas, que deve ser usada até outubro. Depois, é torcer para que chova - FSP, 27/4, Cotidiano, p.C10-C11.
  "O sistema de abastecimento da Cantareira sofre o mais baixo nível nas reservas de água desde que estas passaram a ser medidas, nos anos 1970. A população atendida pelo sistema, 8,8 milhões de habitantes da Grande São Paulo, conhece outro tipo de escassez: a de informações confiáveis das autoridades. Depois de negarem, por vezes com agressividade, a hipótese de racionamento, os responsáveis pela gestão da crise adotam atitude evasiva. São muitas as informações que a Sabesp sonega à população. Geraldo Alckmin (PSDB) age como se fosse o caso de dizer "depois da eleição, a seca", editorial - FSP, 26/4, Opinião, p.A2.
   
 

Geral

 
  Apontada como uma das maiores ameaças aos ecossistemas costeiros do Brasil, a bioinvasão pelo coral-sol, que começou pela Baía da Ilha Grande e já teria se espalhado por todo o litoral fluminense, será discutida numa audiência pública, convocada por três procuradores da República, hoje, no Rio. Segundo investigação preliminar do Ministério Público Federal, o coral-sol, conhecido como coral assassino e que expulsa espécies nativas, entrou acidentalmente no Brasil através de plataformas de petróleo e gás encomendadas pela Petrobras, que passaram pelo Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis. Ainda de acordo com o MPF, a costa de Angra, Paraty, Mangaratiba, Rio, Arraial do Cabo e Búzios já estaria contaminada - O Globo, 28/4, Rio, p.16.
  "O Times publicou, na edição internacional impressa do último dia 16, um feroz ataque ao mais importante item das exportações brasileiras. Assim como o fizera na véspera, em sua versão on-line, o jornal sugeriu que o crescimento da produção nacional de soja é fruto do aumento do desmatamento da Amazônia. Desprezou-se o fator produtividade. É isso o que torna competitiva a soja brasileira no mercado mundial. Vincular o grão brasileiro ao desmatamento da Amazônia não é um exercício de ingenuidade, posto que, como lembra o próprio texto, 'o Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos'", artigo de Kátia Abreu - FSP, 26/4, Mercado 2, p.10.
   
 

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