Falta de chuvas antecipa para julho previsão de 'colapso' no Cantareira
A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre antecipou do fim de agosto para meados de julho a previsão de "colapso" no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo e as regiões de Piracicaba e Campinas, no interior do estado, aponta um novo estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do Cantareira.
Em fevereiro, a previsão era que o volume útil das represas se esgotaria no final de agosto, no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, usando as mesmas condições, a estimativa é que a água acabe já em julho, forçando a retirada, a partir de então, do chamado "volume morto", que necessita de bombeamento para ser captado.
Procurado na terça-feira (1°) para comentar a recomendação, o Daee relatou que suas deliberações estão inseridas no comunicado do GTAG. Já a ANA, também via assessoria, informou que se pronunciará apenas após o final das negociações entre os governos paulista e fluminense para cooperação hídrica.
Vazão mensal
A vazão média mensal de retirada de água do Sistema Cantareira é de 27,8 metros cúbicos por segundo, ou seja, 24.800 litros por segundo para abastecimento da Grande São Paulo e 3 mil litros por segundo para descarregamento nas Bacias PCJ, valores correspondentes às prioridades primárias das duas regiões, de acordo com o GTAG.
Pouca chuva
Segundo a Somar Meteorologia, há estimativa de 30 milímetros de chuva na área do Sistema Cantareira nos próximos 15 dias, quantidade que não deve ser suficiente para elevar o nível dos reservatórios.
"O mês [de abril] será caracterizado pela diminuição de chuvas no Sudeste. Na primeira semana, a passagem de uma frente fria traz chuva razoável, mas na segunda quinzena não há previsão de chuva significativa na maior parte da região. A previsão até mostra episódios de chuva ao longo de maio, mas sem altos volumes de água. A tendência é que o Cantareira fique ainda mais seco no próximo mês", informou o instituto.
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