Uma investigação conduzida pelo Seattle Times com elefantes cativos do Zoológico Woodland Park em Seattle, Washington (EUA), revelou uma verdade perturbadora e infelizmente nada surpreendente: apesar das alegações de que os elefantes estão prosperando em zoológicos, de fato eles não estão e nunca estarão. Para cada elefante que nasce em um zoológico, em média outros dois morrem. As informações são da Care2.
Talvez as comemorações em torno do nascimento desses preciosos paquidermes venham a distrair as pessoas quanto aos problemas contínuos resultantes do confinamento e quanto às mortes que seguem largamente omitidas. Para os zoológicos, os filhotes atraem multidões. No entanto, quando eles envelhecem, o público diminui e esses “gigantes gentis”, como são chamados, são forçados a viver o resto de suas vidas enclausurados em locais tão pequenos que não atendem às suas mínimas necessidades, ou são submetidos a serem continuamente transportados para reprodução e programas de “empréstimo”.
Para o Zoo Woodland Park, há uma longa história de problemas para os elefantes sob seus cuidados.
Em resposta ao clamor gerado pela investigação contundente do Seattle Times e uma petição pública, o Zoológico criou um força-tarefa chamada “Elephant Task Force” para examinar a saúde e o programa de reprodução desses animais, que concluiu que os três elefantes que lá residem – Chai, Bamboo e Watoto – são bem cuidados, mas “pequenas mudanças no ambiente podem melhorar suas vidas”.
Por outro lado, organizações incluindo a Defense of Animals (IDA) e a Friends of Woodland Park Zoo Elephants estão questionando as supostas descobertas do grupo, afirmando que se trata apenas de uma ação de Relações Públicas para manipular as informações e promover os interesses do zoológico e não os dos elefantes.
Um artigo do Seattle Times após a última reunião da força-tarefa levantou preocupações de que o grupo esteja sendo fortemente assessorado por membros atuais da diretoria do zoológico e ex-membros, bem como apoiadores financeiros, o que acusa possíveis conflitos de interesse.
De acordo com a IDA, a força-tarefa foi convocada inteiramente pelo zoológico. O grupo se recusou a consultar qualquer perito em elefantes que pudesse fornecer uma assessoria imparcial e objetiva quanto ao bem-estar dos animais no zoológico.
Conflitos à parte, é tempo para o zoológico deixar esses três elefantes, e também Sri que está “emprestado” para o Zoo de St. Louis, irem para um santuário. Eles vinham sendo mantidos em pequenas clausuras há décadas, com menos de 4 m² para se mover, enquanto um deles é mantido constantemente isolado dos outros. Os quatro sofrem de artrite; Bamboo e Chai têm infecções crônicas nos pés. Todos eles sofreram abusos no passado como ficarem presos acorrentados em um local por longos períodos e prolongados tempos de espancamento, e mostram agora comportamento neurótico estereotipado.
O programa de reprodução também tem sido uma falha “épica”, parte das razões pelas quais o zoológico foi incluído pela quarta vez neste ano na Lista “Top Ten” de Piores Zoológicos para Elefantes.
Após 91 tentativas mal sucedidas de inseminação artificial em Chai ao longo dos anos, o zoológico finalmente começou a fazer planos para mandá-la para o Dickerson Park Zoo em Springfield (Missouri), que é uma fonte conhecida de um vírus letal que afeta elefantes – o EEHV (“Endotheliotropic herpes virus”). O comportamento de Chai mudou no local e ela foi acorrentada e espancada com um “bullhook” (bastão com uma ponta de aço usada para intimidar e ferir elefantes e outros animais), segundo testemunhas. Aconteceu dela voltar para “casa” grávida e dar à luz a Hansa, que foi o primeiro elefante nascido em Washington. De acordo com o Seattle Times, a receita do zoológico dobrou após o nascimento da filhote, que era uma fêmea.
Tristemente, Hansa foi encontrada morta no chão em uma manhã, na tenra idade de seis anos em 2007, como resultado do vírus da herpes. Poucos anos depois, tentativas de engravidar Chai com inseminação artificial começaram novamente e alcançaram o total de 112. Para Sri, a tentativa de reprodução resultou em um bebê natimorto que, conforme a reportagem, ela ainda carrega dentro dela.
Vale a pena?
Enquanto a indústria dos zoológicos continua a afirmar que elefantes em cativeiro são bem tratados e contribuem para esforços de preservação, os números não condizem com a realidade. De acordo com uma investigação do Seattle Times, das 390 mortes de elefantes em zoológicos credenciadas nos últimos 50 anos, a maioria desse animais viveu apenas uma fração de seu tempo de vida normal e morreu jovem devido a doenças ou ferimentos relacionados às condições de vida no cativeiro.
Para sustentar uma população em cativeiro, os zoológicos precisarão trazer dez novas fêmeas a cada ano. Para uma indústria que alega estar promovendo a conservação, tirar elefantes da natureza para aumentar esses números não tem nada a ver com ajudar as populações na vida selvagem, que é onde eles deveriam estar.
Para as fêmeas de elefante que estão atualmente no Zoológico de Woodland Park, a força tarefa recomendou trocar os pisos, interromper o isolamento e colocar Chai para viver novamente com um outro elefante, mas seus defensores não acreditam que seja suficiente e seguem argumentando que todos eles devem ser movidos para o Elephant Sanctuary, no Tennessee, que se ofereceu para levá-los.
Para as fêmeas de elefante que estão atualmente no Zoológico de Woodland Park, a força tarefa recomendou trocar os pisos, interromper o isolamento e colocar Chai para viver novamente com um outro elefante, mas seus defensores não acreditam que seja suficiente e seguem argumentando que todos eles devem ser movidos para o Elephant Sanctuary, no Tennessee, que se ofereceu para levá-los.
Lá eles estarão livres para caminhar livremente e se envolver em comportamentos naturais em um clima mais adequado. No mínimo, uma força-tarefa independente deve ser montada para decidir o seu destino. Eles certamente merecem mais que isso:
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