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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Técnica nuclear pode ajudar no combate ao Aedes aegypti


Mosquito Aedes aegypti está na mira de pesquisas que utilizam radiação para tornar insetos estéreis e controlar populações. Foto: FotosPúblicas / Rafael Neddermeyer
Mosquito Aedes aegypti está na mira de pesquisas que utilizam radiação para tornar insetos estéreis e controlar populações. Foto: FotosPúblicas / Rafael Neddermeyer
Técnica utiliza a radiação para tornar inférteis insetos machos criados em massa e em cativeiro. Após tratamento, eles são liberados no meio ambiente, mas não conseguem procriar, dificultando a proliferação da espécie. Tecnologia está sendo testada para controlar populações do mosquito que transmite zika, dengue, febre amarela e chikungunya.
Por Redação da ONU Brasil –
A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) chamou a atenção, no último dia 3, para a Técnica do Inseto Estéril (SIT), uma tecnologia amplamente pesquisada pelo organismo da ONU e que permitiria controlar populações de insetos, como o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus zika.
O método envolve a criação, em massa e em cativeiro, de insetos cujos machos são tornados estéreis por meio de radiação ionizante. Após a esterilização, eles são liberados no meio ambiente, dificultando a reprodução da espécie.
De acordo com o vice-diretor-geral da AIEA, Aldo Malavasi, a técnica já é utilizada há mais de 50 anos para o controle de diferentes pestes na agricultura, como moscas e mariposas. O uso da esterilização em mosquitos transmissores de doenças, entre eles o responsável por transmitir a zika, a chikungunya, a febre amarela e a dengue, está sendo investigado, mas alguns testes já obtiveram resultados promissores na Itália, na Indonésia, na China e em Maurício.
“É como os carros nos anos 1890: funciona, mas precisaremos de mais desenvolvimento e refinamento”, afirmou o biologista molecular a serviço da AIEA, Konstantinos Bourtzis, a respeito da técnica, cujo uso em escala industrial ainda está em seus primeiros estágios, segundo o cientista. O pesquisador faz parte de uma divisão de estudos coordenada pela agência e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Um dos principais desafios ao uso da SIT é separar as fêmeas dos machos para o tratamento com radiação, a fim de evitar que fêmeas férteis sejam liberadas no meio ambiente, já que as fêmeas são os vetores do vírus. Apesar do obstáculo, já existe um método disponível capaz de tornar estéreis mesmo as fêmeas que acidentalmente se misturarem aos machos tratados com radioatividade e forem, posteriormente, soltas em comunidades e ambientes silvestres.
Ao longo da última década, diferentes países solicitaram apoio técnico, equipamento e treinamento à AIEA para conseguir aplicar a técnica em seus territórios, contra mosquitos. A SIT foi tema de debates recentes envolvendo o diretor-geral da agência, Yukiya Amano, e nações da América Central. O dirigente enfatizou o potencial da tecnologia para o combate ao transmissor do zika. De acordo com a agência da ONU, a tecnologia é uma alternativa segura e sustentável a métodos tradicionais como o uso de inseticidas, aos quais os insetos estão cada vez mais resistentes. (ONU Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.

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