Nível do mar aumenta mais rápido nesses locais do que no resto do mundo, colocando setores essenciais, como pesca e turismo, em risco. No Dia Mundial do Meio Ambiente, ONU pediu ações imediatas para barrar tendência.
Como consequência do aquecimento global, o nível do mar está aumentando até quatro vezes mais nos 52 Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) do que no restante do mundo, revelou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), num relatório publicado nesta quinta-feira (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente.
Enquanto a média global de elevação do nível do mar é de 3,2 milímetros por ano, em algumas ilhas do Pacífico foi registrado um aumento anual de 12 milímetros, entre 1993 e 2009. Trata-se da maior ameaça para o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico nesses Estados, a qual pode resultar em perdas anuais de trilhões de dólares.
O Pnuma pede políticas e investimentos globais imediatos em energia renovável e economia verde para evitar o agravamento desses impactos das mudanças climáticas.
“Esses 52 países, com mais de 62 milhões de habitantes, produzem menos de 1% dos gases do efeito estufa emitidos no mundo, mas sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas causadas pelas emissões globais”, alerta Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.
Steiner ressalta que, felizmente, estudos mostram que há meios de combater essa tendência. Segundo o diretor, cabe à comunidade internacional ajudar os PEID, por meio de um acordo climático a ser implementado em 2015, que terá como objetivo cortar emissões e minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre essas ilhas.
O relatório faz um alerta sobre a magnitude e a frequência dos riscos provocados pelo clima, que irão aumentar devido ao avanço do aquecimento global, atingindo especialmente as pequenas ilhas.
Se políticas e ações voltadas para a economia verde não forem colocadas em prática, esses países sofrerão impactos desproporcionais e intensos em vários setores, como turismo, agricultura, pesca, energia, saneamento e saúde.
A pesca, por exemplo, é responsável por até 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em alguns desses países. Além disso, o peixe representa 90% da proteína animal na dieta das comunidades das ilhas do Pacífico.
O turismo, extremamente importante para a economia dos PEID, também poderia ser gravemente afetado. A ilha caribenha de Granada, por exemplo, perderia 60% de suas praias com um aumento de 50 centímetros no nível do mar.
Dimensão territorial
A vulnerabilidade dos PEID em relação às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar é maior devido às pequenas dimensões territoriais, à concentração populacional e à grande dependência dos ecossistemas costeiros para o estilo de vida, alimentação, segurança e proteção contra eventos climáticos extremos.
Além disso, o relatório aponta que os recifes de corais nas regiões dos PEID já estão sofrendo com o aumento da temperatura da superfície marítima. A ONU estima que o mundo perdeu 34 milhões de hectares desse ecossistema em duas décadas, a um custo de 11,9 trilhões de dólares para a economia internacional, com impacto especialmente nos pequenos países insulares.
Em algumas regiões do Caribe insular, por exemplo, todos os recifes de corais sofreram descoramento – perda de cor –, causado pelo aquecimento global. Com as águas mais quentes, os microorganismos responsáveis pela coloração são expulsos, e os corais acabam morrendo. As mudanças climáticas devem ameaçar 90% desse ecossistema no Caribe até 2030 e 100% até 2050.
Economia verde
Num segundo relatório, lançado também nesta quinta-feira, o Pnuma mostra como Barbados, na América Central, vem investindo em projetos contra as mudanças climáticas que podem servir de exemplo para as outras ilhas.
“A economia verde é particularmente importante para Barbados, devido ao nosso compromisso nacional para impulsionar o paradigma do desenvolvimento sustentável no processo de criação de um país socialmente equilibrado, economicamente viável e que protege o meio ambiente”, afirma o Primeiro Ministro da ilha, Freundel Stuart.
Barbados pretende produzir 29% da energia consumida no país a partir de fontes renováveis até 2029. Atualmente, mais de 90% da eletricidade dos PEID é gerada a partir do petróleo, o que a torna uma das mais caras do mundo.
Além disso, o relatório mostrou que a adoção da economia verde está gerando empregos na ilha, diversificando a economia, aumentando a eficiência dos recursos, reduzindo a pobreza e incentivando o desenvolvimento sustentável.
Para colocar essa abordagem em prática, medidas como promoção da agricultura orgânica e diminuição do emprego de substâncias tóxicas na construção civil estão sendo adotadas no país.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. A cada ano, um tema e um país-sede são escolhidos. Em 2014, as mudanças climáticas nos PEID são o foco em Barbados.
Enquanto a média global de elevação do nível do mar é de 3,2 milímetros por ano, em algumas ilhas do Pacífico foi registrado um aumento anual de 12 milímetros, entre 1993 e 2009. Trata-se da maior ameaça para o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico nesses Estados, a qual pode resultar em perdas anuais de trilhões de dólares.
O Pnuma pede políticas e investimentos globais imediatos em energia renovável e economia verde para evitar o agravamento desses impactos das mudanças climáticas.
“Esses 52 países, com mais de 62 milhões de habitantes, produzem menos de 1% dos gases do efeito estufa emitidos no mundo, mas sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas causadas pelas emissões globais”, alerta Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.
Steiner ressalta que, felizmente, estudos mostram que há meios de combater essa tendência. Segundo o diretor, cabe à comunidade internacional ajudar os PEID, por meio de um acordo climático a ser implementado em 2015, que terá como objetivo cortar emissões e minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre essas ilhas.
O relatório faz um alerta sobre a magnitude e a frequência dos riscos provocados pelo clima, que irão aumentar devido ao avanço do aquecimento global, atingindo especialmente as pequenas ilhas.
Se políticas e ações voltadas para a economia verde não forem colocadas em prática, esses países sofrerão impactos desproporcionais e intensos em vários setores, como turismo, agricultura, pesca, energia, saneamento e saúde.
A pesca, por exemplo, é responsável por até 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em alguns desses países. Além disso, o peixe representa 90% da proteína animal na dieta das comunidades das ilhas do Pacífico.
O turismo, extremamente importante para a economia dos PEID, também poderia ser gravemente afetado. A ilha caribenha de Granada, por exemplo, perderia 60% de suas praias com um aumento de 50 centímetros no nível do mar.
Dimensão territorial
A vulnerabilidade dos PEID em relação às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar é maior devido às pequenas dimensões territoriais, à concentração populacional e à grande dependência dos ecossistemas costeiros para o estilo de vida, alimentação, segurança e proteção contra eventos climáticos extremos.
Além disso, o relatório aponta que os recifes de corais nas regiões dos PEID já estão sofrendo com o aumento da temperatura da superfície marítima. A ONU estima que o mundo perdeu 34 milhões de hectares desse ecossistema em duas décadas, a um custo de 11,9 trilhões de dólares para a economia internacional, com impacto especialmente nos pequenos países insulares.
Em algumas regiões do Caribe insular, por exemplo, todos os recifes de corais sofreram descoramento – perda de cor –, causado pelo aquecimento global. Com as águas mais quentes, os microorganismos responsáveis pela coloração são expulsos, e os corais acabam morrendo. As mudanças climáticas devem ameaçar 90% desse ecossistema no Caribe até 2030 e 100% até 2050.
Economia verde
Num segundo relatório, lançado também nesta quinta-feira, o Pnuma mostra como Barbados, na América Central, vem investindo em projetos contra as mudanças climáticas que podem servir de exemplo para as outras ilhas.
“A economia verde é particularmente importante para Barbados, devido ao nosso compromisso nacional para impulsionar o paradigma do desenvolvimento sustentável no processo de criação de um país socialmente equilibrado, economicamente viável e que protege o meio ambiente”, afirma o Primeiro Ministro da ilha, Freundel Stuart.
Barbados pretende produzir 29% da energia consumida no país a partir de fontes renováveis até 2029. Atualmente, mais de 90% da eletricidade dos PEID é gerada a partir do petróleo, o que a torna uma das mais caras do mundo.
Além disso, o relatório mostrou que a adoção da economia verde está gerando empregos na ilha, diversificando a economia, aumentando a eficiência dos recursos, reduzindo a pobreza e incentivando o desenvolvimento sustentável.
Para colocar essa abordagem em prática, medidas como promoção da agricultura orgânica e diminuição do emprego de substâncias tóxicas na construção civil estão sendo adotadas no país.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. A cada ano, um tema e um país-sede são escolhidos. Em 2014, as mudanças climáticas nos PEID são o foco em Barbados.
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