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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Licenciamento Ambiental, Transgênicos, Unea, Yanomami
Ano 14
30/06/2014

 

Yanomami

 
  Na divisa entre Amazonas e Roraima, sobreviventes de 13 tribos nômades vindas das montanhas celebraram, em março, o reahu, festa fúnebre de 15 dias em honra de um caçador. Documentado por Sebastião Salgado e Arnaldo Bloch, o rito, na aldeia Watoriki, descortina a espiritualidade e a simbiose dos Yanomami com sua "terra-floresta". Donos da maior área demarcada do país - do tamanho de Portugal e rica em minérios -, seus 23 mil habitantes temem uma nova corrida do ouro no rastro de obras do governo e de projetos do Congresso que alteram a reserva O Globo, 29/6, País, p.12 a 15.
  Donos e guardiões do Parque Nacional do Pico da Neblina, em Roraima, sua montanha sagrada, que fica em terras demarcadas em 1992, os Yanomami da aldeia de Maturacá veem sua herança ameaçada. Numa aventura de 15 dias com uma escalada de 3 mil metros, Sebastião Salgado e Arnaldo Bloch conviveram com 20 nativos num território pleno de encantos e perigos. A maioria jamais havia subido o maciço. Vivendo entre padres salesianos e um pelotão de fronteira, alguns se envolvem com o garimpo ilegal enquanto projeto de lei e PEC tentam liberar a mineração em terras indígenas - O Globo, 30/6, País, p.6 e 7.
  Davi Kopenawa está triste. "A cobra grande está devorando o mundo", ele diz. Em todo lugar, os homens semeiam destruição, esquentam o planeta e mudam o clima: até mesmo o lugar onde vive, a Terra Indígena Yanomami, vem sofrendo sinais estranhos. O céu pode cair a qualquer momento. Será o fim. Por isso, ele decidiu escrever um livro para contar a sabedoria dos xamãs de seu povo, a criação do mundo, seus elementos e espíritos. "Não adianta só os brancos escreverem os livros deles. Eu queria escrever para os não indígenas não acharem que índio não sabe nada" - FSP, 29/6, Serafina, p. 16 a 19.
  
 

Amazônia

 
  O setor de mineração têm sido um dos principais motores de crescimento da Região Norte, em especial no Pará, onde estão as grandes jazidas minerais. Nos próximos quatro anos, até 2018, só esse Estado deverá receber cerca de US$ 47 bilhões de novos investimentos. Porém, várias cidades que recebem grandes projetos continuam com uma infraestrutura que deixa a desejar, apesar da arrecadação maior. Saneamento básico é a principal deficiência. A justificativa dos governantes locais é que os recursos são consumidos pelo explosão populacional das cidades, que recebem uma quantidade enorme de migrantes - OESP, 29/6, Economia, p.B14.
  Canaã dos Carajás era um lugarejo desconhecido no mapa do Brasil até o início dos anos 2000. Sua história, no entanto, mudou com a chegada da Vale e a instalação da Mina de Cobre de Sossego, em 2004. O empreendimento foi o grande responsável pelo elevado crescimento econômico da cidade. Hoje, Canaã dos Carajás abriga o maior empreendimento da indústria mundial de minério de ferro (o S11D, de US$ 19,67 bilhões, da Vale). Apesar da riqueza em seu solo, crescimento do PIB e arrecadação maior, Canaã dos Carajás mantém várias características de outras localidades do Pará: apenas 20% da cidade têm água tratada, esgoto e rua pavimentada. Na educação, o cenário não é diferente - OESP, 29/6, Economia, p.B15.
  
 

Geral

 
  Quase dois anos após relatarem mortes e danos em rins, fígado e glândula pituitária e tumores cancerígenos de ratos alimentados com milho transgênico em um estudo que depois foi retratado devido a falhas de método, pesquisadores franceses divulgaram na terça-feira (24) um novo artigo sobre o trabalho. Publicado na revista científica alemã "Environmental Sciences Europe", o estudo reafirmou os efeitos apontados no artigo anterior em ratos alimentados com o milho NK603, da Monsanto. Geneticamente modificadas para gerar plantas resistentes ao herbicida Roundup, da mesma empresa, as sementes NK603 são usadas no Brasil desde 2008FSP, 30/6, Ciência, p.C7.
  A previsão inicial, anunciada em 2011, era investir R$ 668 milhões em 26 parques federais e em 21 estaduais e municipais, em uma parceria entre os Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo. No início deste ano, o número de parques foi reduzido para 16 no entorno das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, e o Turismo fez pela primeira vez um aporte específico para o projeto: R$ 10,4 milhões. Esse foi o único valor apresentado tendo como destino direto o Parques da Copa - 1,55% do projetado inicialmente. O ICMBio afirmou, no entanto, que ao longo desses três anos foram investidos em 19 parques (entre eles 16 da Copa) cerca de R$ 171 milhões - OESP, 29/6, Metrópole, p.A23.
  Em um mês, o nível de água do sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água da Grande São Paulo, caiu 4,2 pontos percentuais. No domingo (29), o volume armazenado era de apenas 20,8% da capacidade total, segundo a Sabesp. No dia 30 de maio, essa quantidade alcançava 25%. O índice de chuva acumulada registrado na região neste mês foi de 15,7 milímetros - bem abaixo da média para o período, que é de 56 mm, de acordo com a Sabesp. O mês de junho na cidade de São Paulo foi bem mais seco do que o normal FSP, 30/6, Cotidiano, p.C6; FSP, 28/6, Cotidiano, p.C4.
  Em decreto publicado no Diário Oficial do último dia 3, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão fez alterações no processo de licenciamento que têm gerado uma enxurrada de dúvidas no setor produtivo e entre ambientalistas. O texto revoga um decreto de 2009 e inova ao dispensar a necessidade de licenciamento em projetos de reflorestamento, extração de sal, caça e pesca comercial. A partir de agora, não será mais necessário ao proprietário licenciar essas atividades no âmbito estadual. Por outro lado, a lei traz expressamente a exigência de auditoria ambiental para controlar as atividades cujos impactos ambientais sejam classificados como médios ou altos. É o caso de refinarias, unidades de geração de energia e extração mineral - O Globo, 29/6, Rio, p.41.
  A universalização do Pnuma, o braço ambiental da ONU, é um avanço concreto que ficou claro na Unea, a primeira grande assembleia ambiental das Nações Unidas. O orçamento do órgão ambiental será de US$ 670 milhões no biênio 2016-2017 para executar as ações previstas nos seus programas tradicionais e mais 16 decisões que a Unea aprovou na sexta-feira. As boas notícias terminam por aí. As decisões ambientais ficaram à mercê das disputas econômicas entre países. Prova disso é o documento final dos ministros de meio ambiente. Os Estados Unidos sequer deixaram que o documento se chamasse "declaração". Temiam precedentes perigosos em um momento em que se inicia a negociação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Valor Econômico, 30/6, Internacional, p.A11.
  
 
Imagens Socioambientais

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