Aves são depenadas vivas para consumo humano de penas
10 de fevereiro de 2014
(Da Redação da ANDA)
“Down” é o nome da camada macia de penas mais próxima à pele das aves, principalmente na região do tórax. As penas desta região são altamente valorizadas pela indústria que explora esses animais. Muitos gansos em bandos de reprodução e aqueles criados para a cruel indústria de carne e foie gras têm as suas penas arrancadas enquanto ainda estão vivos. As informações são do Occupy for Animals.
Arrancar as penas dos gansos causa-lhes dor e angústia. Um estudo revelou que os níveis de glicose no sangue de alguns gansos quase dobrou (um sintoma de estresse grave) durante a arrancada.
Normalmente, os patos e gansos são levantados pelo pescoço, têm as pernas amarradas, e então as suas penas são arrancadas. As aves que lutam nesse momento muitas vezes sofrem ferimentos. Depois, elas são colocadas de volta às gaiolas até que estejam prontas para ter as penas arrancadas novamente. Este processo começa quando os animais têm 10 semanas de idade e se repete em intervalos de quatro a seis semanas até a exaustão, quando as aves são mortas ou são alimentadas à força para a indústria de foie gras. A um ganso explorado por essa indústria é “permitido” viver no máximo até os quatro anos de idade.
O pato “eider” é uma espécie protegida, mas as suas penas são procurados para a produção de travesseiros e roupas de cama. As fêmeas põem ovos e utilizam penas arrancadas de seus próprios corpos para protegê-los. Agricultores na Islândia reúnem quase 3 mil quilos de penas desses patos a cada ano. Ao tomar essas penas, os agricultores estão removendo o importante isolamento que os ovos precisam para eclodir. É preciso penas de pelo menos 80 ninhos de pato para preencher apenas um edredom.
O processo no qual os patos são levantados pelo pescoço e têm as pernas amarradas para a arrancada de suas penas é chamado de “ripping”, pela indústria.
Os patos lutam e entram em pânico, muitas vezes fraturando membros na tentativa de escapar. O programa de televisão da Suécia Kalla Fakta produziu em 2009 um documentário de duas partes sobre esse tema na Hungria, que revelou:
“…pássaros amarrados gritando e lutando para libertar-se, conforme seu ‘down’ é arrancado de seus corpos em velocidade rápida. Depois disso, várias aves ficam paralisadas no chão, com grandes feridas na carne. As aves com grandes feridas abertas são então costuradas com agulha e linha no local pelos próprios trabalhadores, sem qualquer anestésico.”
Ao ver as imagens, o veterinário sueco Dr. Johan Beck Friis descreveu o processo de depenagem como “nada menos do que uma tortura qualificada”.
Em entrevista à CBS 5 de São Francisco, a veterinária e especialista em pássaros da SPCA, Dra. Laurie Siperstein-Cook, respondeu à filmagem afirmando que isso é “horrivelmente, terrivelmente doloroso”, e que “se você optar por comprar um produto que use penas, você está apoiando a tortura”. A reportagem também visitou o Wal-Mart, o NorthFace e o REI, e nenhum dos quais foi capaz de oferecer qualquer informação sobre as penas utilizadas em produtos das lojas.
A pesquisa feita pelo Kalla Fakta estima que 50 a 80% de penas de todo o mundo é arrancada de aves vivas. Grupos da indústria afirmam que a porcentagem real é muito mais baixa, mas uma outra investigação – esta realizada pela Ikea (companhia sueca de móveis domésticos) – confirmou os números elevados. Naquele mesmo ano a Ikea deixou de trabalhar com a Mysa, uma marca chinesa de roupas de cama feitas com penas, citando preocupações com o bem-estar das aves.
Os maiores produtores de acessórios de penas são a Hungria, a China e a Polônia, e todas as três utilizam o processo de colheita em animais vivos. 80% da penugem e das penas do mundo vem da China.
A indústria considera que as penas arrancadas de aves vivas têm melhor qualidade, e o processo, mais econômico, uma vez que as aves podem ser depenadas inúmeras vezes antes de serem mortas. As penas de 75 aves devem ser arrancadas para a produção de um edredom.
Não é de se surpreender que essa pesquisa retome reivindicações anteriores sobre o sofrimento de aves depenadas vivas. Um artigo publicado na Research in Veterinary Science concluiu que “o processo de arrancada de penas é doloroso para as aves”, afirmando que receptores de dor haviam sido identificados na pele de espécies de aves como patos, gansos e galinhas, e que “a parede dos folículos da pena é ricamente suprida com fibras sensoriais somáticas, e os nervos estão presentes nos músculos das penas…e a pena é presa firmemente no folículo”.
Obviamente, patos e gansos não são as únicas aves que experimentam a dor de ter as penas arrancadas. Também passam por isso os galos “fancy roosters”, criados especificamente para a extração de suas penas, e os avestruzes.
Os avestruzes são criados aos milhares em grandes fazendas, algumas delas exclusivamente para a colheita de penas, enquanto outras também para carne e couro. Apesar dos avestruzes poderem viver entre 40 e 70 anos, aquelas destinadas à produção de carne ou couro são mortas com cerca de um ano de idade.
Existem dois métodos de remoção de penas de avestruzes vivos. Ambos exigem o pássaro seja contido, seja em uma “caixa de arrancar” ou um recipiente tão pequeno que ele não pode chutar ou virar-se. Muitas vezes, o pássaro tem um capuz preto colocado sobre sua cabeça. Aves mais jovens são depenadas logo que atingem a idade considerada adulta, por volta dos 16 meses de idade. A cada 7 ou 8 meses depois disso, suas grandes penas são puxadas de sua pele. Esse processo também é considerado bom quando se trata de produzir couro de avestruz “de qualidade”: as marcas circulares características no couro são realmente cicatrizes das penas que foram retiradas inúmeras vezes quando a ave ainda estava viva.
O outro método é diferente, mas igualmente desumano: os pássaros são contidos enquanto os funcionários cortam suas penas com espécies de tesouras de poda em cerca de dois centímetros acima da pele da ave; mais perto, pode causar hemorragia e danos na regeneração, uma vez que os vasos sanguíneos e nervos percorrem o centro das penas. Não há dúvida de que este processo é doloroso para os pássaros, e até 50 penas pode ser cortadas de um adulto avestruz macho ao mesmo tempo.
O próximo passo é o chamado “quilling”, onde os trabalhadores retiram os espinhos das penas que foram intencionalmente deixadas no folículo durante o processo de corte. Isso é feito com um alicate ou à mão, e seu objetivo é impedir hemorragias e para manter a qualidade comercial de futuras penas.
“Down” é o nome da camada macia de penas mais próxima à pele das aves, principalmente na região do tórax. As penas desta região são altamente valorizadas pela indústria que explora esses animais. Muitos gansos em bandos de reprodução e aqueles criados para a cruel indústria de carne e foie gras têm as suas penas arrancadas enquanto ainda estão vivos. As informações são do Occupy for Animals.
Arrancar as penas dos gansos causa-lhes dor e angústia. Um estudo revelou que os níveis de glicose no sangue de alguns gansos quase dobrou (um sintoma de estresse grave) durante a arrancada.
Normalmente, os patos e gansos são levantados pelo pescoço, têm as pernas amarradas, e então as suas penas são arrancadas. As aves que lutam nesse momento muitas vezes sofrem ferimentos. Depois, elas são colocadas de volta às gaiolas até que estejam prontas para ter as penas arrancadas novamente. Este processo começa quando os animais têm 10 semanas de idade e se repete em intervalos de quatro a seis semanas até a exaustão, quando as aves são mortas ou são alimentadas à força para a indústria de foie gras. A um ganso explorado por essa indústria é “permitido” viver no máximo até os quatro anos de idade.
O pato “eider” é uma espécie protegida, mas as suas penas são procurados para a produção de travesseiros e roupas de cama. As fêmeas põem ovos e utilizam penas arrancadas de seus próprios corpos para protegê-los. Agricultores na Islândia reúnem quase 3 mil quilos de penas desses patos a cada ano. Ao tomar essas penas, os agricultores estão removendo o importante isolamento que os ovos precisam para eclodir. É preciso penas de pelo menos 80 ninhos de pato para preencher apenas um edredom.
O processo no qual os patos são levantados pelo pescoço e têm as pernas amarradas para a arrancada de suas penas é chamado de “ripping”, pela indústria.
Os patos lutam e entram em pânico, muitas vezes fraturando membros na tentativa de escapar. O programa de televisão da Suécia Kalla Fakta produziu em 2009 um documentário de duas partes sobre esse tema na Hungria, que revelou:
“…pássaros amarrados gritando e lutando para libertar-se, conforme seu ‘down’ é arrancado de seus corpos em velocidade rápida. Depois disso, várias aves ficam paralisadas no chão, com grandes feridas na carne. As aves com grandes feridas abertas são então costuradas com agulha e linha no local pelos próprios trabalhadores, sem qualquer anestésico.”
Ao ver as imagens, o veterinário sueco Dr. Johan Beck Friis descreveu o processo de depenagem como “nada menos do que uma tortura qualificada”.
Em entrevista à CBS 5 de São Francisco, a veterinária e especialista em pássaros da SPCA, Dra. Laurie Siperstein-Cook, respondeu à filmagem afirmando que isso é “horrivelmente, terrivelmente doloroso”, e que “se você optar por comprar um produto que use penas, você está apoiando a tortura”. A reportagem também visitou o Wal-Mart, o NorthFace e o REI, e nenhum dos quais foi capaz de oferecer qualquer informação sobre as penas utilizadas em produtos das lojas.
A pesquisa feita pelo Kalla Fakta estima que 50 a 80% de penas de todo o mundo é arrancada de aves vivas. Grupos da indústria afirmam que a porcentagem real é muito mais baixa, mas uma outra investigação – esta realizada pela Ikea (companhia sueca de móveis domésticos) – confirmou os números elevados. Naquele mesmo ano a Ikea deixou de trabalhar com a Mysa, uma marca chinesa de roupas de cama feitas com penas, citando preocupações com o bem-estar das aves.
Os maiores produtores de acessórios de penas são a Hungria, a China e a Polônia, e todas as três utilizam o processo de colheita em animais vivos. 80% da penugem e das penas do mundo vem da China.
A indústria considera que as penas arrancadas de aves vivas têm melhor qualidade, e o processo, mais econômico, uma vez que as aves podem ser depenadas inúmeras vezes antes de serem mortas. As penas de 75 aves devem ser arrancadas para a produção de um edredom.
Não é de se surpreender que essa pesquisa retome reivindicações anteriores sobre o sofrimento de aves depenadas vivas. Um artigo publicado na Research in Veterinary Science concluiu que “o processo de arrancada de penas é doloroso para as aves”, afirmando que receptores de dor haviam sido identificados na pele de espécies de aves como patos, gansos e galinhas, e que “a parede dos folículos da pena é ricamente suprida com fibras sensoriais somáticas, e os nervos estão presentes nos músculos das penas…e a pena é presa firmemente no folículo”.
Obviamente, patos e gansos não são as únicas aves que experimentam a dor de ter as penas arrancadas. Também passam por isso os galos “fancy roosters”, criados especificamente para a extração de suas penas, e os avestruzes.
Os avestruzes são criados aos milhares em grandes fazendas, algumas delas exclusivamente para a colheita de penas, enquanto outras também para carne e couro. Apesar dos avestruzes poderem viver entre 40 e 70 anos, aquelas destinadas à produção de carne ou couro são mortas com cerca de um ano de idade.
Existem dois métodos de remoção de penas de avestruzes vivos. Ambos exigem o pássaro seja contido, seja em uma “caixa de arrancar” ou um recipiente tão pequeno que ele não pode chutar ou virar-se. Muitas vezes, o pássaro tem um capuz preto colocado sobre sua cabeça. Aves mais jovens são depenadas logo que atingem a idade considerada adulta, por volta dos 16 meses de idade. A cada 7 ou 8 meses depois disso, suas grandes penas são puxadas de sua pele. Esse processo também é considerado bom quando se trata de produzir couro de avestruz “de qualidade”: as marcas circulares características no couro são realmente cicatrizes das penas que foram retiradas inúmeras vezes quando a ave ainda estava viva.
O outro método é diferente, mas igualmente desumano: os pássaros são contidos enquanto os funcionários cortam suas penas com espécies de tesouras de poda em cerca de dois centímetros acima da pele da ave; mais perto, pode causar hemorragia e danos na regeneração, uma vez que os vasos sanguíneos e nervos percorrem o centro das penas. Não há dúvida de que este processo é doloroso para os pássaros, e até 50 penas pode ser cortadas de um adulto avestruz macho ao mesmo tempo.
O próximo passo é o chamado “quilling”, onde os trabalhadores retiram os espinhos das penas que foram intencionalmente deixadas no folículo durante o processo de corte. Isso é feito com um alicate ou à mão, e seu objetivo é impedir hemorragias e para manter a qualidade comercial de futuras penas.
Galos também são criados para a extração de suas longas penas coloridas. Estas são utilizadas para jóias, ornamentos para cabelos, e como iscas para pescadores, entre outras coisas. Estes galos vivem por cerca de um ano, enquanto as suas penas crescem a um tamanho máximo, e então eles são mortos. Estas penas têm sido muito demandadas na moda recentemente, o que significa mais sofrimento para mais pássaros.
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