Biodiversidade global diminui 30% em 40 anos; Brasil aumenta consumo de recursos naturais
Não é exagerado dizer que estamos acabando com os recursos naturais do mundo. Mais precisamente, já diminuímos em 30% a biodiversidade da Terra desde a década de 1970.
Além disso, nós consumimos 50% a mais do que nossa capacidade por ano. Ou seja, nós usamos recursos de um ano e meio durante apenas um ano. E, nesse ritmo, 30% pode virar 100%.
A organização WWF faz bianualmente um estudo chamado Relatório Planeta Vivo para saber quais nações estão consumindo mais recursos naturais. O último relatório traz comparações de 2008, último ano do qual se tem dados.
Segundo os cientistas que fizeram o relatório, nós estamos superando a biocapacidade da Terra em 50% (isso é, a Terra demora um ano para repor o que a gente queima em um ano e meio), o que significa que estamos em dívida com a mãe natureza.
E quem está mais em dívida? O relatório balanceou o uso de recursos pela capacidade de produtividade de cada nação e comparou-os com a população real e o consumo por pessoa, determinando a “pegada ecológica” de cada nação. Os 25 países com maior consumo per capta são (o Catar sendo o maior, e Espanha o 25º maior):
Brasil: em maus lençóis
O Brasil não aparece entre as 25 nações com maior consumo per capta, nem entre as 25 com menor consumo. Isso significa que estamos bem, que não estamos gastando tanto recurso natural?
Muito pelo contrário. O relatório da WWF também diz que o Brasil e outras economias emergentes (como Rússia, Índia, China e África do Sul) aumentaram o consumo per capita de recursos naturais.
Não somos os maiores consumidores, mas hoje consumimos 65% a mais que nos últimos 50 anos. Os maiores vilões são a agricultura e a pecuária (representando dois terços do consumo), depois pesca, emissão de carbono, uso florestal e áreas construídas em cidades.
O Brasil está inclusive acima da média mundial no que diz respeito a demanda e a capacidade de renovação de recursos naturais. A pecuária, por exemplo, tem taxa de pegada ecológica de 0,95 no Brasil, enquanto na Argentina é de 0,62 e a mundial é de 0,21.
O índice de pegada ecológica total no Brasil aumentou de 2,91 a 2,93 desde a última edição do relatório.
Porque manter a biodiversidade viva?
A perda atual de 30% da biodiversidade se traduz em uma grande perda de espécies de plantas, animais e outros organismos. Espécies temperadas estão melhores que as tropicais, maiores atingidas, que diminuíram em 60% desde 1970. Espécies tropicais de água doce chegaram a diminuir 70%. As espécies terrestres diminuíram 25% no mundo todo, e marinhas aquáticas 20%.
Segundo os especialistas, está na hora dos políticos, governantes e instituições pararem de pensar de 4 em 4 anos e pensarem num futuro mais distante. Além do ciclo eleitoral, nós precisamos de soluções a longo prazo que mantenham nossa biodiversidade viva e dentro das capacidades de renovação da Terra.
Sim, precisamos salvar nossa biodiversidade. Não que sejam necessários outros motivos além da sobrevivência da espécie humana, mas muitos estudos têm apontado vários benefícios da biodiversidade que nos dão ainda mais razões para nos agarrarmos a ela.
Quando perdemos biodiversidade, perdemos também nossa cultura. Um novo estudo afirmou que 70% dos idiomas do planeta são encontrados em áreas ricas em biodiversidade. E, conforme as áreas são degradadas, as culturas e línguas locais se extinguem também.
Outra pesquisa mostra que o contato com a biodiversidade melhora o humor, reduz o estresse e aumenta a sensação de relaxamento. Também pode aumentar a longevidade, reduzir o tempo de recuperação de uma cirurgia e aumentar nossas capacidades cognitivas.
Ou seja: faça sua parte! Não custa e pode lhe fazer muito bem.
Fonte: HypeScience / LiveScienceI / LiveScienceII / Terra / DiáriodoGrandeABC.
Além disso, nós consumimos 50% a mais do que nossa capacidade por ano. Ou seja, nós usamos recursos de um ano e meio durante apenas um ano. E, nesse ritmo, 30% pode virar 100%.
A organização WWF faz bianualmente um estudo chamado Relatório Planeta Vivo para saber quais nações estão consumindo mais recursos naturais. O último relatório traz comparações de 2008, último ano do qual se tem dados.
Segundo os cientistas que fizeram o relatório, nós estamos superando a biocapacidade da Terra em 50% (isso é, a Terra demora um ano para repor o que a gente queima em um ano e meio), o que significa que estamos em dívida com a mãe natureza.
E quem está mais em dívida? O relatório balanceou o uso de recursos pela capacidade de produtividade de cada nação e comparou-os com a população real e o consumo por pessoa, determinando a “pegada ecológica” de cada nação. Os 25 países com maior consumo per capta são (o Catar sendo o maior, e Espanha o 25º maior):
- Catar
- Kuwait
- Emirados Árabes Unidos
- Dinamarca
- EUA
- Bélgica
- Austrália
- Canadá
- Os Países Baixos
- Irlanda
- Finlândia
- Cingapura
- Suécia
- Oman
- Mongólia
- Macedônia
- Áustria
- República Checa
- Eslovênia
- Uruguai
- Suíça
- Grécia
- França
- Noruega
- Espanha
- Guiné-Bissau
- Camarões
- Congo
- Lesoto
- Togo
- Filipinas
- Quênia
- Tajiquistão
- Angola
- Iêmen
- Índia
- Burundi
- Zâmbia
- Moçambique
- Malavi
- Nepal
- República Democrática do Congo
- Paquistão
- Ruanda
- Bangladesh
- Eritreia
- Haiti
- Afeganistão
- Timor Leste
- Território Palestino Ocupado*
Brasil: em maus lençóis
O Brasil não aparece entre as 25 nações com maior consumo per capta, nem entre as 25 com menor consumo. Isso significa que estamos bem, que não estamos gastando tanto recurso natural?
Muito pelo contrário. O relatório da WWF também diz que o Brasil e outras economias emergentes (como Rússia, Índia, China e África do Sul) aumentaram o consumo per capita de recursos naturais.
Não somos os maiores consumidores, mas hoje consumimos 65% a mais que nos últimos 50 anos. Os maiores vilões são a agricultura e a pecuária (representando dois terços do consumo), depois pesca, emissão de carbono, uso florestal e áreas construídas em cidades.
O Brasil está inclusive acima da média mundial no que diz respeito a demanda e a capacidade de renovação de recursos naturais. A pecuária, por exemplo, tem taxa de pegada ecológica de 0,95 no Brasil, enquanto na Argentina é de 0,62 e a mundial é de 0,21.
O índice de pegada ecológica total no Brasil aumentou de 2,91 a 2,93 desde a última edição do relatório.
Porque manter a biodiversidade viva?
A perda atual de 30% da biodiversidade se traduz em uma grande perda de espécies de plantas, animais e outros organismos. Espécies temperadas estão melhores que as tropicais, maiores atingidas, que diminuíram em 60% desde 1970. Espécies tropicais de água doce chegaram a diminuir 70%. As espécies terrestres diminuíram 25% no mundo todo, e marinhas aquáticas 20%.
Segundo os especialistas, está na hora dos políticos, governantes e instituições pararem de pensar de 4 em 4 anos e pensarem num futuro mais distante. Além do ciclo eleitoral, nós precisamos de soluções a longo prazo que mantenham nossa biodiversidade viva e dentro das capacidades de renovação da Terra.
Sim, precisamos salvar nossa biodiversidade. Não que sejam necessários outros motivos além da sobrevivência da espécie humana, mas muitos estudos têm apontado vários benefícios da biodiversidade que nos dão ainda mais razões para nos agarrarmos a ela.
Quando perdemos biodiversidade, perdemos também nossa cultura. Um novo estudo afirmou que 70% dos idiomas do planeta são encontrados em áreas ricas em biodiversidade. E, conforme as áreas são degradadas, as culturas e línguas locais se extinguem também.
Outra pesquisa mostra que o contato com a biodiversidade melhora o humor, reduz o estresse e aumenta a sensação de relaxamento. Também pode aumentar a longevidade, reduzir o tempo de recuperação de uma cirurgia e aumentar nossas capacidades cognitivas.
Ou seja: faça sua parte! Não custa e pode lhe fazer muito bem.
Fonte: HypeScience / LiveScienceI / LiveScienceII / Terra / DiáriodoGrandeABC.
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