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Povos Indígenas
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As chuvas intensas que atingiram ontem a região sul do Amazonas atrapalharam as buscas, na Terra Indígena Tenharim/Marmelos, pelos três homens desaparecidos desde 16 de dezembro. Uma força-tarefa da Polícia Federal, Força Nacional, Exército e polícias locais tenta encontrar pistas dos desaparecidos. A situação continua tensa na região. A fim de evitar novos distúrbios, a festa de réveillon que seria realizada na praça central de Humaitá foi cancelada. A Polícia Militar também reforçou o número de soldados nas ruas. Desde 25 de dezembro, quando a população incendiou a sede da Funai, a Casa do Índio, veículos e um barco usados no atendimento a populações indígenas, os índios têm se mantido afastados da cidade - OESP, 2/1, Política, p.A6; FSP, 1/1. Poder, p.A5. |
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Por orientação da Polícia Federal e da Funai, indígenas evitam a cidade de Humaitá, onde houve confrontos. Mulheres e crianças dormem em acampamentos escondidos na mata, enquanto os homens ficam de vigia nas casas de madeira à beira de rodovia. A aldeia ficou ainda cinco dias sem luz, depois que os manifestantes derrubaram um poste da rede com um trator. Sem carros, a Funai não visitou a aldeia desde o início da crise. Amedrontados, os funcionários deixaram a cidade e se refugiram em Porto Velho, a cerca de 200 km, apesar de o governo federal ter mobilizado cerca de 300 agentes de segurança para a região, incluindo militares e policiais federais - FSP, 2/1, Poder, p.A6. |
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Os 140 índios que estavam sob a proteção do Exército no 54o. Batalhão de Infantaria de Selva desde o ataque de moradores às instalações indígenas na cidade de Humaitá (AM), no dia 25 de dezembro, foram levados de volta às suas aldeias na Terra Indígena Tenharim/Marmelos. A operação ocorreu na madrugada de segunda-feira, 30/12, após a Justiça Federal determinar à União e à Funai o retorno e a adoção de medidas de proteção aos índios - OESP, 31/12, Política, p.A7; FSP, 31/12, Poder, p.A6; O Globo, 31/12, País, p.11. |
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"'Muita terra para pouco índio', diz uma sabedoria popular cada vez mais difundida, mesmo se equivocada. As sementes da violência não se encontram na extensão das terras demarcadas, mas na férrea lógica da separação étnica que orienta a política indígena e se expressa no termo oficial 'desintrusão'. A palavra, usada para descrever a remoção de todos os não índios das terras homologadas, concentra a noção multiculturalista de que posseiros e produtores rurais estabelecidos previamente em terras definidas como indígenas são 'intrusos'. O conflito étnico espreita atrás dessa ideia, cultivada por missionários e ONGs internacionais - e irresponsavelmente adotada pelo lulismo", artigo de Demétrio Magnoli - O Globo, 2/1, Opinião, p.15. |
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Política Socioambiental
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Aliados incondicionais da ex-ministra Marina Silva na campanha presidencial de 2010, os ambientalistas agora tentam criar elos com os dois principais candidatos de oposição e se preparam para disputar espaço com os ruralistas na agenda dos candidatos em 2014. A presidente Dilma Rousseff também será procurada pelo setor, mas a candidatura à reeleição da petista será fortemente combatida. A avaliação de dirigentes de ONGs, quadros da militância ambiental e especialistas é que o atual governo esvaziou e sucateou órgãos como o Ibama e a Funai, além de ter isolado a pasta do Meio Ambiente na Esplanada dos Ministérios. Os ambientalistas articulam a elaboração de uma agenda de reivindicações para os candidatos -OESP, 2/1, Política, p.A4. |
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"A defesa do meio ambiente é uma bandeira difusa no mundo político brasileiro. Alguém definiria como 'verdes' os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR)? Pois eles são integrantes da chamada Frente Parlamentar Ambientalista, uma das maiores bancadas temáticas do Congresso. Nada menos que 175 deputados e 11 senadores integram o grupo. Quase um terço do Congresso. Estão lá parlamentares de 20 partidos, do DEM ao PSOL, do PT ao PSDB. Mas esse grupo atua, na prática, como uma bancada? Não. Os autoproclamados ambientalistas não apresentam um padrão similar de votação. O fato é que 107 deputados integram tanto a Frente Parlamentar Ambientalista quanto a Frente Parlamentar da Agropecuária - nome oficial da bancada ruralista", artigo de Daniel Bramatti - OESP, 2/1, Política, p.A4. |
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Foco de tensão entre o governo e a bancada ruralista, a PEC 215 deverá ser uma das principais bandeiras levantadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na próxima eleição, substituindo a discussão que se formou na campanha presidencial anterior, em 2010, em torno do Código Florestal. O governo Dilma Rousseff é contra a aprovação da PEC, que dá ao Congresso a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. De acordo com a senadora Kátia Abreu, a CNA vai decidir no tempo certo a forma apropriada de encaminhar as demandas aos presidenciáveis. Uma ideia é entregar uma radiografia completa do setor nas mãos de cada candidato, para destacar o agronegócio no debate político - OESP, 2/1, Política, p.A5. |
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A modernidade é uma falácia, uma ficção inventada para organizar a vida intelectual. Os chamados "modernos" pregam a separação de ciência, política, natureza e cultura, numa teoria distante da realidade do mundo e inadaptada aos desafios impostos neste início de século, acusa o pensador francês Bruno Latour, em entrevista. "Ecologizar" é verbo da vez, sustenta ele, mas num sentido bem mais amplo do que o espaço compreendido pela ecologia defendida por ativistas e partidos políticos. Na sua opinião, o Brasil, com todas as suas contradições, é fundamental na possibilidade de um futuro de inovações que gerem um novo tipo de "civilização ecológica", numa nova "inteligência política e científica" - O Globo, 28/12, Prosa, p.2. |
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Geral
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O governo norueguês acaba de assinar um contrato com o BNDES para fazer um novo desembolso para o Fundo Amazônia. O banco receberá 1 bilhão de coroas norueguesas, cerca de R$ 380 milhões, para aplicar em projetos na região de combate ao desmatamento, conservação, cadastro ambiental e desenvolvimento científico, entre outros. A Noruega foi a primeira a doar e a que fez o maior aporte -um total de quase R$ 1,7 bilhão (cerca de 96% do patrimônio do fundo). A carteira atual do fundo tem 92 projetos -cerca de 48 deles já aprovados. Atividades de monitoramento são as que receberam mais recursos. Há cerca de R$ 700 milhões contratados e, desde a criação do fundo, foram desembolsados aproximadamente R$ 240 milhões - FSP, 2/1, Mercado, p.A14. |
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O Ministério do Trabalho e do Emprego divulgou ontem a nova lista de empresas que foram flagradas submetendo trabalhadores a condições análogas de trabalho escravo. A relação é composta por 579 nomes, e está 22,9% maior do que a lista divulgada há seis meses, que tinha 471 empregadores. Nesta atualização semestral foram incluídos os nomes de 108 novos empregadores. Duas empresas foram reincluidas por força de determinação judicial e 17 firmas saíram da relação, após cumprirem os requisitos administrativos exigidos. Por estado, o estado do Pará registra 26,08% do total, o maior número de empregadores inscritos na lista negra, seguido por Mato Grosso (11,23%), Goiás (8,46%) e Minas Gerais (8,12%) - O Globo, 31/12, Economia, p.27. |
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Combustível para a paz
"Precisamos definir a dimensão do programa nuclear para as próximas décadas, considerando-se a ampliação da participação da geração nuclear na matriz energética e a diversificação dessa matriz e atualização da tecnologia das usinas nucleares, com seus novos projetos muito mais seguros e econômicos. E é necessária a criação de uma agência regulatória independente, para evitar o atual conflito entre as atividades de produção e fiscalização, separação há muito reivindicada pela comunidade científica", artigo de Aquilino Senra, presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) - O Globo, 31/12, Opinião, p.21. |
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