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sexta-feira, 31 de maio de 2013

 

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Razões contra a duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva
Posted: 31 May 2013 06:42 AM PDT
Por Nazareth Agra Hassen
RAZÕES por que somos contra a DUPLICAÇÃO da Avenida Edvaldo Pereira Paiva.
1. O alegado congestionamento de tráfego não existe. Nem mesmo nas sextas-feiras à tardinha o trânsito para. Apenas se torna mais lento. Nessa ocasião, poderia ser feita a inversão de sentido de pistas (sem custo financeiro, ambiental e social)
2. É um absurdo que nosso dinheiro vá para uma obra desnecessária quando poderia ir para escolas, saúde e segurança.
3. A obra prejudicará a cidade ao criar no mínimo seis pistas separando a comunidade da Usina do Gasômetro, tornado as vias mais perigosas com a alta velocidade de automóveis.
4. Atravessar a pé a avenida será ainda mais penoso e difícil principalmente para todos e em especial para crianças, grávidas, idosos e pessoas com deficiência.
5. Em nenhum lugar do mundo se criam free-ways no seu centro histórico. Ao contrário, criam-se praças onde havia trânsito.
6. A Prefeitura poderia investir nosso dinheiro em transporte público que diminuiria o número de carros individuais no Centro Histórico (é o que fazem as cidades que optaram por se humanizarem ).
7. Essa oposição à obra não é só de ambientalistas. Somos moradores e cidadãos de Porto Alegre, que vivemos a cidade e nos informamos sobre cidades mais humanas.
8. As mais de cem árvores que querem cortar são necessárias para todos, pois são adultas, levaram décadas para chegarem a este ponto, fornecem sombra, mantêm flora adaptada, entre muitos outros benefícios.
9. Se a Prefeitura tem capacidade para plantar mais milhares de árvores, por que não as planta independentemente de compensação?
10. No passado, foi a população que impediu que prefeituras anteriores derrubassem o Mercado Público (em nome do “progresso”) e também a implosão da Usina do Gasômetro para ali passar uma avenida. Então não somos do contra, talvez sejamos pessoas com alguma informação a mais do que as pessoas que se deixam iludir pela mídia.
11. Também no passado a população abraçou o Guaíba não contra a avenida Beira-Rio, e sim para impedir os espigões e postos de gasolina projetados para toda a orla.
12. A cidade fica mais feia quando tomada por grandes avenidas.
13. Mais asfalto = menos permeabilidade = mais alagamentos = mais desconforto térmico.
14. Queremos um desenvolvimento de cidade centrado no ser humano e não no lucro e na máquina.
Fonte: IAB-RS
Quando o Estado Democrático de Direito é rápido e cirúrgico na defesa do Capital
Posted: 31 May 2013 05:42 AM PDT
Jovens ativistas em defesa das árvores são soltos pela Brigada Militar, depois de sua ação sorrateira na calada da noite. Uma ação sorrateira e truculência em parceria com a prefeitura de Porto Alegre. Foto Cíntia Barenho/CEA
Para nós, um crime ambiental e contra a cidadania rápido e cirúrgico. Como engolir tal ladainha, quando Prefeitura retira pedido de reintegração de posse contra acampados e sorrateiramente, na madrugada, prende 27 jovens que defendiam as árvores dessa cidade? Defendiam a lei, uma vez que tal área já estava destinada a parque, segundo Plano Diretor de Porto Alegre!
Agir na calada da noite seria a outra estratégia jurídica que o procurador-geral de POA, João Batista Linck Figueira, estava planejando com a Brigada Militar??
Como pode Prefeitura e Brigada rasgar a lei do silêncio da capital do RS??
O que tem para nos dizer o recém empossado secretário municipal do Meio Ambiente, Claudio Dilda (PMDB), nosso velho conhecido? Ainda estava “quentinha”a sua festa de posse quando a ação criminosa aconteceu. Por falar em crime, o novo secretário assumiu, depois que Fernando Zachia, virou ex-secretário de Meio Ambiente, uma vez que foi preso durante a operação da Polícia Federal chamada Concutare. O mesmo responde em liberdade. Infelizmente não sabemos se tal obra está relacionada a operação, que corre em segredo de justiça…
Como aceitar um efetivo de quase 200 policiais, inclusive a cavalo, destinados a prender ativistas que defendiam a legislação ambiental? Seriam estes tão perigosos assim (parece que cada vez mais seremos criminalizados)?
Além disso, a dita inteligência da brigada militar do RS, não tem mais nada para fazer do que infiltrar P2 em acampamento de jovens que promoviam a defesa ambiental? Para quem não sabe P2 é considerado serviço de inteligência, no qual polícia atua levantando informes úteis na elucidação, especialmente de crimes, geralmente junto a traficantes, milícias, simpatizantes de facções criminosas. Estaria o Estado Democrático de Direito no Brasil, tendendo ao dos EUA que já enquadrou ecologistas como terroristas??? Veja o caso do Earth Liberation Front (ELF), o grupo ecologista radical que o FBI considera “ameaça número um terrorista doméstico”. Além disso, a polícia especializada em infiltrados era a polícia da ditadura, estaria nossa democracia e o pleno exercício da cidadania em risco??
Com a palavra o sr. comandante, subordinado ao Governador do RS e ex-ministro da Justiça, Tarso Genro. Conta ai pra nós coronel Godoi essa “exemplar”operação em parceria com a prefeitura de Porto Alegre para desmantelar a luta ecológica na capital dos gaúchos. Que NÃO sirvam essas tacanhas, digo, façanhas, de modelo pra toda a terra…
Para comandante, prisão dos acampados em Porto Alegre foi “rápida e cirúrgica”
A operação que resultou na prisão de 27 ativistas, que estavam acampados desde o dia 17 de abril contra o corte de árvores em Porto Alegre, foi realizada pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) – braço da Brigada Militar que gerencia os efetivos na cidade. Em conversa com o Sul21, o comandante do CPC, coronel João Diniz Godoi, classifica a operação como “rápida”, “transparente” e “cirúrgica”.
De acordo com o oficial, a Brigada Militar optou por efetuar a ação na madrugada desta quarta-feira (29) baseada em dados colhidos pelo setor de inteligência da corporação. “A operação foi lastreada no assessoramento e no levantamento de dados feitos pela inteligência, que apontou às 4h desta madrugada como possibilidade de atuarmos. Então fizemos uma atuação que foi rápida e cirúrgica”, disse.
O coronel assegura que nenhum manifestante foi ferido ou maltratado durante a desocupação do acampamento. Entretanto, quando foram liberados do posto do 9º Batalhão de Política Militar, os ativistas não poupavam críticas à abordagem da Brigada e relataram casos de agressão.
“Nenhuma pessoa foi ferida. Eu não estava no local, mas tenho informações de que a operação foi acompanhada por dois procuradores do município, dois advogados que representavam as partes e um serviço de atendimento do SAMU. Não tenho nenhuma informação a respeito de agressões”, comentou o comandante.
A primeira advogada a ingressar no 9º BPM, Karen Becker, criticou o uso de algemas nos manifestantes. Muitos deles ficaram com lesões e arranhões no pulso por conta das algemas.
Para o coronel Godoi, era necessário imobilizar os ativistas. “As algemas eram necessárias até para a própria segurança deles, tendo em vista que foram conduzidos num micro-ônibus. Se permanecessem com as mãos livres, poderiam ocasionar algum tipo de tumulto”, justifica. As algemas só começaram a ser retiradas às 5h55min.
O comandante do CPC informa que a operação contou com um efetivo de cerca de 150 policiais, entre integrantes do Batalhão de Operações Especiais, o 4º Regimento de Polícia Montada, do 9º Batalhão de Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Fonte: Sul21
Se quiser ler a conversinha do prefeito em exercício de Porto Alegre, leia: Para Sebastião Melo, segurança determinou horário da operação
A vida tomba em Porto Alegre, veja o vídeo
Posted: 30 May 2013 07:06 PM PDT
Rasgaram as leis urbanísticas!! Atentaram contra o direito constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado!! Fizeram na calada da noite!! Fizeram sem transparência!! Fizeram sem negociar!!Fizeram como fazem os ditadores!! Maltrataram não só as leis ambientais, mas também o próprio ambiente e a democracia, agravantemente. Prisão para quem defende o ambiente!! Liberdade para quem vende licença ambiental!! Essa é a Educação Ambiental do Judiciário, da prefeitura de POA e da Brigada Militar!! Nos resta a luta ecológica não antropocêntrica e sem retroceder!!
Veja o vídeo gravado, quando, na calada da noite o Estado pratica crime ambiental e contra a cidadania. Quem gravou estava à distância “democrática”permitida….

Relato de um ativista do Acampamento Ocupa Árvores
Posted: 30 May 2013 06:56 PM PDT
Defesa Pública das Árvores. Foto: Cíntia Barenho/CEA
Considerando a quantidade de bobagens, omissões e mentiras descaradas que estão sendo divulgadas na grande mídia de Porto Alegre, decidi escrever meu relato a respeito dos acontecimentos desta madrugada no gramado ao lado do prédio da Câmara de Vereadores, de onde o acampamento Ocupa Árvores e seus habitantes foram desalojados a pauladas pela Brigada Militar. Penso que sou bastante capacitado pra falar sobre este assunto, por que eu fui um dos algemados. E por isso, descreverei os fatos da maneira mais direta, e talvez crua, que eu consigo imaginar.Primeiro, eu não sei por que serei indiciado por “desacato ou desobediência à ordem policial”, e não sei por que a Zero Hora, maior jornal do Rio Grande do Sul, dá a entender na reportagem em seu site que apenas os manifestantes que resistiram à retirada das barracas foram algemados. Nosso crime, se realmente existe algum, foi termos montado nossas barracas em uma área de grande interesse para a especulação imobiliária e para as grandes empreiteiras, e nossa resistência talvez tenha sido nossa cara de sono e espanto. Fomos acordados à pauladas e gritos para que nos deitássemos no chão e calássemos a boca, enquanto os policiais presentes se certificavam de que todos nós estávamos algemados. Também não entendo que tipo de resistência nós, os vinte e sete prisioneiros, sem treinamento ou equipamento militar, poderíamos oferecer contra todo o contingente policial que foi deslocado para nos conter. E não precisa acreditar em mim, basta olhar na notícia da Zero Hora as fotos e os batalhões envolvidos – 200 soldados da Brigada Militar, do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), sem contar a polícia montada, que também estava lá.Devemos ser um grupo bastante perigoso para justificar não apenas todo esse exército contra nós, como também o profundo desprezo, ridículo e humilhação com que fomos tratados pelos soldados da operação. Fomos arrancados de nossas barracas, jogados no chão, algemados e, quando abríamos a boca para pedir qualquer coisa, não importasse com quanta cordialidade o fizéssemos, ou nos mandavam calar a matraca, ou sofríamos algum tipo de agressão. Talvez por eu ser homem, branco e aparentemente de classe média, eu tive tratamento VIP, e só tomei uns puxões pelas algemas, uns empurrões e muita cara feia, nada que valesse um exame de corpo-delito. Porém, aposto que não posso dizer o mesmo dos companheiros que são negros, moram na rua ou parecem ser pobres. E mesmo assim, apesar de terem pegado leve comigo, eu nunca me senti tão humilhado em toda minha vida.
Depois de termos sido empilhados em um camburão improvisado e levados para a 9ª Delegacia de Polícia, ao lado do Mercado Público, fomos submetidos a um chá de cadeira de algumas horas – só que algemados, em pé e de cara contra a parede. Quem tentasse telefonar para algum familiar para avisar que estava preso tinha seu celular confiscado, quem tentasse registrar a cena com algum aparelho fotográfico era intimidado, e quem quer que falasse um ai tomava um empurrão. A mensagem que os soldados nos passavam era clara: obedeçam, ou vão apanhar. Às vezes, essa mensagem vinha de maneira clara, e em outras, sob um verniz de educação: “tô te pedindo numa boa”, “por gentileza”.
Por algum motivo que desconheço, fui premiado com uma revista completa por dois brigadianos homens, que me levaram, sozinho, para um banheiro ali no canto. Eu, muito ingênuo, perguntei se eu iria apanhar. Um dos policiais riu da minha cara, dizendo “olha as idéias que vocês tem, agora tira a calça.” Antes de me mandar baixar a cueca, ele me perguntou se eu tinha alguma droga comigo – talvez por conta de algum boato de que sexo comigo era viciante, ou qualquer outra idéia sobre drogas tão razoável quanto. E, enquanto passava por esse pente fino, tentava estabelecer um diálogo, saber por que diabos eu estava ali, qual era meu crime. Contudo, a conversa acabava rápido, por que tudo o que tinham para me dizer era “por que tu foi desobedecer as ordens por causa de umas árvores?” Voltei, então, para a sala de espera, novamente algemado, até que algum oficial tivesse a boa vontade de mandar retirá-las.
Após termos todos sidos devidamente identificados e fichados, passamos por uma última humilhação: recolher nossas coisas, jogadas de qualquer jeito e quebradas na caçamba de um caminhão. Mais uma vez, eu não tive problemas, pois tinha levado apenas uma mochila com alguns livros, e o maior risco que eu corria era de ir trabalhar sem um pé da meia. Outros camaradas meus, que trabalham com artesanato, não são classe média ou que moram na rua, a perda foi muito maior – perderam suas poucas e preciosas roupas, seu sustento, seu lar. Fico imaginando que muita gente que vai ler esse meu texto vai pular direto para os comentários pra me chamar de vagabundo, dizer que eu tinha mais é que apanhar por não trabalhar e obedecer a lei, que mendigo é tudo drogado, puto ou lixo humano e que é melhor eu calar o bico e tocar minha vida, parar de me meter onde não sou chamado. Pra essas pessoas, que provavelmente acham a frase “direitos humanos para humanos direitos” o máximo, posso apenas dizer: ainda bem que nada disso aconteceu com vocês. Ainda bem que quando um policial chega perto, vocês não sintam o sangue gelar, e ainda bem que vocês não sabem o que é perder tudo que você chama de vida assim, de uma hora para a outra, por puro capricho de um governante qualquer. Esta madrugada, acampamos no largo do Gasômetro para impedir que elas fossem cortadas, mas nossa luta não é só isso. Eu não milito em causa própria, por glórias, atenção, dinheiro ou cargos. Eu luto por que eu quero viver em um mundo onde ninguém – nem vocês, nem os moradores de rua, nem os soldados da Brigada – precise passar por privação, desprezo e humilhação. Esta luta também é sua e estamos do mesmo lado. Só que você ainda não percebeu, por que não entende que a liberdade de um é a liberdade de todos.
Por fim, este dia nasceu triste, cinzento e opressivo, mas também é um dia de alegria, pois sinto que hoje tive meu batismo de fogo. Quando fui algemado, eu era apenas um menino idealista, mas quem saiu da delegacia foi um homem. Finalmente, entrei para o honroso grupo de pessoas que foram presas por que ousaram desafiar a tirania e combater a injustiça. Finalmente, sinto-me um igual, não apenas diante de homens e mulheres como Gandhi, Emma Goldman e Thoreau, mas também daqueles camaradas que a muito tempo gritavam para que eu me somasse à luta. Se queriam me assustar com ameaças, e fazer com que eu me recolhesse para dentro do meu mundo, fracassam, pois hoje, descobri que não quero viver em uma “democracia” eu precise me calar e seguir as ordens dos meus superiores, e jurei que farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar o mundo onde eu quero que meus filhos cresçam. Guardarei um lugar aqui pra ti, no dia em que perceberes o mesmo, e seguirei lutando enquanto você não acorda.
Um integrante do Acapamento Ocupa Arvores.
Fonte: Agapan
Árvores abatidas: tudo foi planejado como num crime
Posted: 30 May 2013 05:09 PM PDT
por Milton Ribeiro
Há dois pontos que demonstram a péssima condução que a prefeitura deu para os cortes das árvores nas proximidades do Gasômetro. O primeiro foi ocorreu em 6 de fevereiro, quando aconteceram os primeiros cortes de árvores e foram ouvidos os primeiros protestos. Estes surpreenderam tanto o prefeito Fortunati que ele soltou uma das suas mais mal ensaiadas e infelizes declarações: “As pessoas não utilizam as árvores no Gasômetro”. Outro ponto pode ser escolhido dentre as fotografias das árvores abatidas em plena noite — pois, de forma absolutamente sorrateira, escondida da população, o horário escolhido para os cortes foi as 3 da madrugada — , mas coloco-o em outra declaração, a do procurador-geral do Município, João Batista Linck Figueira (PSDB), que disse: ”A decisão pelo corte foi conjunta. Partiu da prefeitura, mas quem encaminhou o momento mais adequado e as questões de segurança é a Brigada Militar”.
Sim, meu caro, a decisão foi conjunta entre a Prefeitura e a Brigada. Ou seja, foi totalmente desconjunta. Desde o início, houve uma total desconsideração pelos movimentos sociais. Há 40 dias existia um acampamento protegendo as árvores e o prefeito jamais tentou um diálogo decente com eles. Foi lá e saiu dizendo chorosamente que “eles têm uma posição radical”. Isto é política? Com efeito, uns vão dizer que o acampamento era habitado por ecochatos radicais. Outros dirão que a prefeitura tinha planos que nunca conjeturou alterar. Logicamente, cada um dos lados ganhou força em função da existência do outro, mas não podemos esquecer que quem tomou o primeiro passo foi a prefeitura.
Fortunati e sua administração estão ancorados nos 65% de votos alcançados nas eleições de outubro passado. Talvez pensem que tal fato lhes dê uma espécie precedência divina, a qual lhes permite administrar a cidade do modo como lhes aprouver. A derrota na questão do aumento das passagens parece ter sido absorvida da pior forma possível e, em vez de passar a privilegiar o diálogo, a prefeitura escolheu como parceira a força policial, usando a falsa prerrogativa da popularidade eleitoral.
A ação às 3 da madrugada diz tudo: a prefeitura quis pegar os manifestantes durante o sono; ela teve medo da reação popular que veria a ação acordada, à luz do dia; o horário impediu que os jornais impressos de hoje (não acredito que o fizessem, mas…) estampassem fotos e amanhã, se elas saírem, já será feriadão… Enfim, tudo leva a crer numa ação pusilânime, realizada na calada da noite. Tudo foi planejado como se fosse um crime. Tudo foi feito no horário preferencial dos ladrões, a madrugada. Tudo foi feito para que a população não visse a ação, como se esta, a ação, fosse anônima. Sugiro que Fortunati também passe a usar este horário para seus eventos e inaugurações.
Será que esta ação não entra na definição de baderna?
Será que esta ação não entra na definição de baderna? | Foto: Ramiro Furquim / Sul21
Ouvi o argumento de que as árvores não eram nativas, mas plantadas em outras gestões. Fiquei pensando na diferença entre umas e outras quando minha amiga Carol Bensimon veio com um contra-argumento mortal: “Essas mesmas árvores ‘exóticas’, as tipuanas, são as árvores protegidas em tantos túneis verdes da cidade, como o da Gonçalo de Carvalho (responsável, aliás, pelo título que essa rua ganhou de ‘mais bonita do mundo’)”.
Como escreveu Igor Natusch no Facebook, tombam abatidas as árvores mas não apenas isso — tomba abatido o diálogo, entrando em seu lugar a cisão com os movimentos sociais. Agora, sabemos que nossos administradores se escondem à noite, agindo como ladrões. E, podem acreditar, o precedente não será esquecido.
P.S. — E tudo foi feito pelo vice-prefeito, de forma a proteger Fortunati. Ou seja, o prefeito — que está em Nova Iorque — mandou fazer e ficou lá longe, observando, sem se “desgastar”.
E a coisa continua na manhã chuvosa de hoje...
E a coisa continua na manhã chuvosa de hoje… | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21
... com a via interrompida | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21
… com a via interrompida | Foto: Bernardo Ribeiro / Sul21
Fonte: MiltonRibeiro-Sul21
Árvores centenárias cortadas na Usina do Gasômetro I

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