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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pesquisa desvenda a fisiologia do controle do apetite da tartaruga de pente

 
Pesquisa desvenda a fisiologia do controle do apetite da tartaruga de pente

Tartaruga de pente

Durante o período reprodutivo, machos e fêmeas de tartarugas marinhas migram entre áreas de alimentação e de reprodução, chegando a percorrer até milhares de quilômetros entre umas e outras. Pesquisa desenvolvida pela veterinária do Projeto Tamar, Daphne Wrobel Goldberg, em sua tese de doutorado defendida no fim de janeiro de 2013, pelo Programa de Pós-graduação em Biociências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mostra como e por que esses animais armazenam energia e nutrientes no período que antecede a cópula, enquanto ainda se encontram nas áreas de alimentação. Mostra também por que, depois das desovas, precisam retornar às áreas de alimentação.
A pesquisa mostra que o apetite de fêmeas em nidação é regulado por fatores neuroendócrinos. Entre os hormônios relacionados ao metabolismo energético estão a leptina, um peptídio anorexígeno, e a grelina, um orexígeno, ambos já isolados de répteis. Foram coletadas amostras de sangue de 41 tartarugas de pente (Eretmochelys imbricata), durante duas temporadas reprodutivas (2010/2011 e 2011/2012) monitoradas e registradas pelo Projeto Tamar-ICMBio, no litoral do Rio Grande do Norte.
Os níveis de leptina (que garante a saciedade) no sangue das tartarugas diminuíram significativamente ao longo do período de desovas, de modo a explicar a busca por alimentos ao término da temporada. Foi registrada uma tendência crescente nos níveis séricos de grelina (que estimulam o apetite), fator este que também justifica a remigração para as áreas de alimentação no fim do período.
Como explica a pesquisadora, é possível que a maior parte dos indicadores nutricionais presentes no sangue, como gorduras, proteínas e sais minerais, tenha apresentado redução gradativa devido ao estresse fisiológico decorrente da formação dos ovos e das repetidas posturas, que podem chegar a sete. A pesquisa comprovou ainda que o fato das fêmeas não se alimentarem durante o período das desovas é o principal responsável pelas alterações no peso, que podem chegar a cerca de 11% de perda.

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FONTE : Projeto Tamar/35 anos, http://www.tamar.org.br/noticia1.php?cod=427

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