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sábado, 25 de maio de 2013

Marisco ameaçado de extinção é localizado no Jacuí após 11 anos

População do Leila blainvilliana são dizimadas pelo parasita mexilhão-dourado


Marisco ameaçado de extinção é localizado no Jacuí após 11 anos<br /><b>Crédito: </b> Daniel Hammes/Governo do RS/Divulgação
Marisco ameaçado de extinção é localizado no Jacuí após 11 anos
Crédito: Daniel Hammes/Governo do RS/Divulgação

Uma espécie de marisco de água doce, ameaçado de extinção, foi novamente encontrada após 11 anos, no Parque Estadual Delta do Jacuí. O achado foi feito em expedição da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB). O animal é conhecido cientificamente como Leila blainvilliana e foi localizado em dezembro, durante os estudos da FZB para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual.

O molusco está "em perigo" de extinção nas listas de espécies ameaçadas regional e nacional. O Leila blainvilliana tem filtra a água para se alimentar e, por viver enterrado no sedimento, é um bioindicador da qualidade das águas no ambiente onde vive.

A principal ameaça ao marisco é o mexilhão-dourado, introduzido na região via casco de navios, em 1998. O invasor fixa-se na superfície da concha, matando os exemplares de Leila por sufocamento. A pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da FZB, Ingrid Heydrich, explica que importantes ameaças adicionais ao marisco de água doce são a destruição da vegetação marginal e das matas ciliares. Isso pode ocorrer com a extração de areia e a construção de marinas que levam à dragagem para navegação, causando assoreamento.

O Parque abriga outras espécies ameaçadas, como exemplares de peixes anuais, esponjas de água doce, além de algumas aves e mamíferos. Segundo Ingrid, para garantir a sobrevivência dessas espécies é necessário investir na despoluição (tratamento de esgotos, por exemplo), controle do mexilhão-dourado e rigor no licenciamento de empreendimentos junto às margens do Delta.

O marisco de água doce vive enterrado no fundo arenoso, deixando apenas uma pequena porção da concha fora da areia para respirar e filtrar o alimento. No RS, o Leila blainvilliana ocorre, principalmente, no lago Guaíba (maior número de registros), no curso inferior do rio Jacuí e em afluentes do curso médio do rio Uruguai. Apesar da ampla distribuição geográfica, as populações deste marisco são muito pequenas e esparsas. Além disso, o número de exemplares tem decrescido rapidamente em função do mexilhão-dourado.

FONTE : Correio do Povo

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