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quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Estudo com primatas reforça evidências de que Bisfenol-A (BPA) pode prejudicar a reprodução humana
Infográfico: Correio Braziliense
[EcoDebate] Pesquisadores da Universidade do Estado de Washington, EUA, encontraram novas evidências de que o aditivo plástico Bisfenol-A (BPA) pode interferir nos sistemas reprodutivos das mulheres, causando danos cromossômicos, abortos e defeitos de nascimento.
Em artigo [Bisphenol A alters early oogenesis and follicle formation in the fetal ovary of the rhesus monkey] publicado revista PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences, a geneticista Patricia Hunt e colegas da WSU e da Universidade da Califórnia, dizem ter visto anormalidades reprodutivas em macacos rhesus com níveis de BPA semelhantes aos dos seres humanos.
Ao usar um animal com o sistema reprodutivo mais semelhante ao nosso, a pesquisa reforça trabalhos anteriores em que outros pesquisadores documentaram os efeitos reprodutivos generalizados em roedores.
“A preocupação é a exposição a esta substância química, a que todos estamos diariamente expostos, poderia aumentar o risco de abortos espontâneos e do risco de bebês nascidos com defeitos congênitos, como a Síndrome de Down”, diz Hunt.
Uso generalizado do Bisfenol-A (BPA) em produtos de consumo resultou em quase contínua exposição humana a um reconhecido disruptor endócrino.
“A coisa realmente impressionante sobre o efeito que estamos observando é que o contaminante pode atravessar a placenta e atingir o feto em desenvolvimento, e, se esse feto é do sexo feminino, altera em um terço a probabilidade desta fêmea no produzir óvulos normais.
A pesquisa também contribui para identificar o número de órgãos potencialmente afetados pelo BPA, ou Bisfenol-A, que é encontrado em garrafas plásticas, nos revestimentos de latas de alumínio e ativado por calor.
Em maio deste ano, Hunt fazia parte de outro estudo publicado na PNAS, relatando que o aditivo químico alterou o desenvolvimento mamário em primatas, aumentando o risco de câncer de mama.
No experimento, diferentes grupos de macacos, em diversas fases de gestação, receberam doses únicas diárias de baixo nível de BPA, visando observar como elas afetariam os sistemas reprodutivos de fetos do sexo feminino. Observou-se que, na primeira fase de desenvolvimento adulta, o óvulo não se dividiu corretamente. Estudos anteriores mostraram distúrbios semelhantes em ratos, resultando em defeitos genéticos no óvulo maduro.
Um óvulo fecundado com o número errado de cromossomos quase sempre não consegue chegar a termo, levando a um aborto espontâneo ou progênie com defeitos congênitos.
Em macacos expostos continuamente, Hunt viu mais complicações, com óvulos que não foram devidamente acondicionados em folículos, estruturas em que se desenvolvem. Os óvulos precisam ser devidamente ‘embalados’ para crescer, se desenvolver e amadurecer.
“Isso não é bom”, diz Hunt, “porque seria como se estivéssemos jogando fora um grande número de ovulos que uma fêmea teria. Isso levanta preocupações sobre se ou não, ela vai ter uma vida reprodutiva mais curta”.
Bisphenol A alters early oogenesis and follicle formation in the fetal ovary of the rhesus monkey
PNAS 2012 ; published ahead of print September 24, 2012, doi:10.1073/pnas.1207854109
Do EcoDebate, com informações de Patricia Hunt, Washington State University
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FONTE : EcoDebate, 26/09/2012
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