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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Projeto Tarumã Vida é selecionado como boa prática em educação ambiental na agricultura familiar

Projeto Tarumã Vida é selecionado como boa prática em educação ambiental na agricultura familiar
Foto Embrapa

O projeto Tarumã Vida, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, no Assentamento Tarumã Mirim, zona rural de Manaus (AM), foi aprovado na Seleção de Boas Práticas em Educação Ambiental na Agricultura Familiar, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
As experiências do projeto Tarumã Vida incentivaram os assentados a se organizarem em torno do uso sustentável de sua propriedade agrícola, deixando uma atividade insalubre de produção de carvão vegetal para investir na produção de frutas e hortaliças.O projeto Tarumã Vida é desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental, em parceria com associações de agricultores, o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam – Campus Zona Leste), Instituto Excelsa e o Centro de Projetos e Estudos Ambientais do Amazonas (Cepeam).
A coordenadora do projeto Tarumã Vida, pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Joanne Régis, informa que “o projeto teve por objetivo promover a conservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida, sendo a educação ambiental o suporte das ações e a propulsora de tecnologias sociais”.
Segundo o diagnóstico feito pela equipe do projeto, embora o assentamento Tarumã mirim esteja localizado em uma grande extensão de área protegida com cinco reservas florestais, naquele local é comum encontrar propriedades agrícolas desmatadas, com baixa produtividade, áreas abandonadas, o que leva à abertura de novas áreas de floresta primária. “Perde-se a floresta, a produção agropecuária realizada não permanece por muito tempo e não se mantém os serviços ambientais”, relata o diagnóstico. Essa retirada da floresta estava relacionada à produção de carvão vegetal a partir da floresta e capoeiras, exploração inadequada de madeira e agropecuária sem assistência técnica regular, informa a coordenadora.
Resultados
A partir das ações do projeto, iniciado em 2006, foram viabilizadas diversas capacitações e atividades que influenciaram em mudanças como: “a substituição da produção de carvão vegetal pela produção de hortaliças, o aumento da renda, o desmatamento evitado e a recuperação de áreas alteradas, assim como o empoderamento do grupo de assentados que contemplou os níveis cognitivo, psicológico, econômico e político”, segundo relato do projeto.
“Educar para sustentar” é uma estratégia adotada nas ações do projeto, que busca reverter os processos de degradação dos recursos produtivos, para aumentar a disponibilidade de madeira, de alimentos e de serviços ambientais, como a proteção contra erosão e degradação dos solos e preservação da floresta e das nascentes e cursos d’água, conforme explica a coordenação.
O professor do Ifam, José Edison Carvalho Soares, colaborador no projeto, destaca que um dos fundamentos do Tarumã Vida é o incentivo à organização social dos assentados. “Nosso trabalho é conscientizar as pessoas para os preceitos do associativismo e isso conduz ao sucesso da transferência de tecnologia e dá fortalecimento à melhoria de qualidade de vida deles com a organização social”, afirmou.
Segundo dados do projeto, os assentados que participam do Tarumã Vida e abandonaram a produção de carvão vegetal adotando a produção agrícola, tiveram um aumento na renda semanal com a venda direta de hortaliças na ordem de 54,26% entre associados da Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau Rosa (dados de 2009) e de 28% entre os associados da Comunidade Buriti (estes são mais recentes no projeto/dados de 2012).
Boas Práticas
As experiências e o aprendizado obtido com o projeto estão relatadas em 15 páginas, sob o título: “Projeto Tarumã Vida: Educação Ambiental para a geração e consolidação de tecnologias sociais”, que farão parte de um livro a ser organizado pelo MMA, reunindo o relato de 25 experiências selecionadas nesta chamada pública. Das experiências selecionadas, 11 são de projetos realizados no bioma Mata Atlântica, cinco são do bioma Cerrado, cinco do bioma Caatinga, três do bioma Amazônia e um do bioma Marinho. Veja a lista completa.
A seleção foi coordenada pelo Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA. Foram considerados, dentre os critérios de avaliação, a existência de práticas pedagógicas participativas; de processos educativos continuados; de vínculo direto com o segmento da agricultura familiar, as condições de replicabilidade da experiência, entre outros aspectos.
O certificado de reconhecimento de “Boas Práticas em Educação Ambiental na Agricultura Familiar” será entregue aos representantes das instituições selecionadas em cada categoria e tema, em data a ser divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente.
Além desta aprovação dentre boas práticas de educação ambiental, o projeto Tarumã Vida também foi selecionado como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil, em 2011, tendo sido representado pela Associação Agrícola do Ramal do Pau Rosa (Assagrir).

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FONTE : Embrapa
EcoDebate, 21/09/2012

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