(FONTE : BRUNO DEIRO - O Estado de S.Paulo, 24/09/2012, COLABOROU RODRIGO BURGARELLI)
Um estudo com os 176 municípios que fazem parte da Bacia do Rio Tietê revela
que menos de 30% têm sistema de coleta e tratamento total de esgoto. Outros 31
(quase 20%), boa parte na região da Grande São Paulo, não realizam nenhum tipo
de processamento nos dejetos que lançam no complexo hidrográfico.
Os números estão no Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), divulgado neste ano, com dados de 2011. O ponto mais crítico está em dez cidades da Região Metropolitana, ao norte e oeste da capital, que até o ano passado não tratavam o esgoto.
"Cidades como Barueri e Osasco são as que vamos atacar na terceira fase do Projeto Tietê", explica Carlos Eduardo Carrela, superintendente de projetos especiais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). "Até 2015, o projeto prevê que nenhum desses municípios tenha menos de 50% de coleta e 60% tratamento."
Carrela diz que em alguns o porcentual de tratamento já subiu - Barueri, por exemplo, está com 30%. Em outros, no extremo norte, haverá um projeto especial. "Em Francisco Morato e Franco da Rocha será feito um sistema isolado, pois o esgoto não chega às cinco estações existentes na região metropolitana."
No interior, a maioria dos municípios sem sistema de tratamento está em áreas próximas a Araraquara e Bauru. "As cidades recebem investimentos em proporção diferente. Não há muitos projetos integrados, cada município lida com a questão conforme a vontade do prefeito", diz Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Ele lembra que, muitas vezes, o plano de saneamento de uma cidade da Bacia do Rio Tietê é prejudicado pela falta de investimentos do município vizinho. "Como o meio ambiente não tem fronteira, a poluição percorre vários pontos da bacia e os resultados acabam sendo pequenos, Não adianta uma cidade tratar 100% se a outra não trata nada. Grandes municípios como Guarulhos, por exemplo, têm níveis de tratamento muito baixos."
Historicamente apontada como umas das cidades menos compromissadas com a questão do saneamento, Guarulhos despejava todo o esgoto de seu 1,2 milhão de moradores direto no Rio Tietê. Há pouco mais de dois anos, porém, conseguiu pôr em prática o projeto de uma década e saltou para 35% de tratamento.
"Em abril, fechamos acordo para a construção da terceira estação de tratamento. Em um ano, pretendemos tratar 50% do esgoto da cidade", diz Afrânio de Paula Sobrinho, superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), empresa responsável pelo saneamento do município. Segundo o engenheiro, mesmo fora do Projeto Tietê, Guarulhos tem a meta de chegar a 80% de tratamento até 2016.
100%. Na Região Metropolitana, os únicos municípios que têm 100% de coleta e tratamento de esgoto são Salesópolis, onde fica a nascente do Rio Tietê, e São Caetano do Sul. No total, 51 cidades da bacia têm esse status - a maioria fica em regiões próximas a Jaú e Araçatuba. Esta última, por sinal, é a mais populosa da lista, com pouco mais de 180 mil habitantes. Os dois córregos da cidade, Ribeirão Baguaçu e Córrego Lafon, estão preservados. "A cidade não tem problemas com a destinação do esgoto, a não ser em casos pontuais de vazamentos, que são logo resolvidos", diz José Luiz Fares, presidente do Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba (Daea).
Ernesto Rodrigues/AE
Números estão no Relatório de Qualidade das
Águas Superficiais no Estado de São Paulo
Os números estão no Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), divulgado neste ano, com dados de 2011. O ponto mais crítico está em dez cidades da Região Metropolitana, ao norte e oeste da capital, que até o ano passado não tratavam o esgoto.
"Cidades como Barueri e Osasco são as que vamos atacar na terceira fase do Projeto Tietê", explica Carlos Eduardo Carrela, superintendente de projetos especiais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). "Até 2015, o projeto prevê que nenhum desses municípios tenha menos de 50% de coleta e 60% tratamento."
Carrela diz que em alguns o porcentual de tratamento já subiu - Barueri, por exemplo, está com 30%. Em outros, no extremo norte, haverá um projeto especial. "Em Francisco Morato e Franco da Rocha será feito um sistema isolado, pois o esgoto não chega às cinco estações existentes na região metropolitana."
No interior, a maioria dos municípios sem sistema de tratamento está em áreas próximas a Araraquara e Bauru. "As cidades recebem investimentos em proporção diferente. Não há muitos projetos integrados, cada município lida com a questão conforme a vontade do prefeito", diz Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Ele lembra que, muitas vezes, o plano de saneamento de uma cidade da Bacia do Rio Tietê é prejudicado pela falta de investimentos do município vizinho. "Como o meio ambiente não tem fronteira, a poluição percorre vários pontos da bacia e os resultados acabam sendo pequenos, Não adianta uma cidade tratar 100% se a outra não trata nada. Grandes municípios como Guarulhos, por exemplo, têm níveis de tratamento muito baixos."
Historicamente apontada como umas das cidades menos compromissadas com a questão do saneamento, Guarulhos despejava todo o esgoto de seu 1,2 milhão de moradores direto no Rio Tietê. Há pouco mais de dois anos, porém, conseguiu pôr em prática o projeto de uma década e saltou para 35% de tratamento.
"Em abril, fechamos acordo para a construção da terceira estação de tratamento. Em um ano, pretendemos tratar 50% do esgoto da cidade", diz Afrânio de Paula Sobrinho, superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), empresa responsável pelo saneamento do município. Segundo o engenheiro, mesmo fora do Projeto Tietê, Guarulhos tem a meta de chegar a 80% de tratamento até 2016.
100%. Na Região Metropolitana, os únicos municípios que têm 100% de coleta e tratamento de esgoto são Salesópolis, onde fica a nascente do Rio Tietê, e São Caetano do Sul. No total, 51 cidades da bacia têm esse status - a maioria fica em regiões próximas a Jaú e Araçatuba. Esta última, por sinal, é a mais populosa da lista, com pouco mais de 180 mil habitantes. Os dois córregos da cidade, Ribeirão Baguaçu e Córrego Lafon, estão preservados. "A cidade não tem problemas com a destinação do esgoto, a não ser em casos pontuais de vazamentos, que são logo resolvidos", diz José Luiz Fares, presidente do Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba (Daea).
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