(FONTE : THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo, 24/09/2012, TRADUÇÃO de ANNA CAPOVILLA)
O drástico degelo da calota do Oceano Ártico finalmente acabou por este ano,
anunciaram na semana passada cientistas, mas não antes de derrubar o recorde
anterior e de provocar novos alertas quanto ao ritmo acelerado das mudanças na
região.
Em 2012, a menor extensão da camada foi alcançada no último dia 16, segundo o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA. A instituição informou que naquele dia a camada de gelo sobre o mar cobria cerca de 3,42 milhões de km2, ou 24% da superfície de todo o Oceano Ártico. A extensão menor registrada anteriormente, em 2007, foi de 29%.
Quando, no final dos anos 70, começaram as medições por satélite, a menor extensão do gelo registrado no verão cobria cerca da metade do Oceano Ártico, embora declinasse havia décadas. "O Ártico é o aparelho de ar-condicionado da Terra, e o estamos perdendo", advertiu Walt Meier, pesquisador do centro, uma agência patrocinada pelo governo.
A agência esperou alguns dias antes de anunciar o recorde para ter a certeza de que o gelo marinho começava a congelar novamente, como acontece normalmente nesta época do ano, quando o inverno se instala rapidamente no Ártico. Nos próximos meses, uma capa de gelo cobrirá grande parte do oceano, mas muito provavelmente será fina e tenderá a derreter com a volta do verão.
Relatório. Os cientistas consideram o rápido aquecimento da região uma consequência da emissão pelo homem dos gases do efeito estufa, e veem o derretimento como um alerta de grandes mudanças no resto do mundo.
Alguns acreditam inclusive que o colapso da calota ártica já começou a alterar os padrões atmosféricos no Hemisfério Norte, contribuindo para maiores extremos das temperaturas nos EUA e em outros países, mas isto ainda não foi comprovado.
O gelo do mar está se reduzindo muito mais rapidamente do que previa o último grande relatório da ONU sobre a situação do clima, publicado em 2007. As análises mais sofisticadas deste relatório feitas por computador sugeriam que o gelo não desapareceria antes da metade do século.
Agora, alguns cientistas acham que, já em 2020, o Oceano Ártico poderá perder grande parte de sua extensão de gelo nos meses de verão. Por sua vez, os governos não responderam à mudança com uma urgência maior para limitar as emissões dos gases do efeito estufa. Ao contrário, sua reação principal foi planejar a possibilidade de explorar os minérios do Ártico, agora acessíveis, inclusive com operações de perfuração em busca de mais petróleo.
"A comunidade científica se dá conta de que temos uma emergência planetária", disse James E. Hansen, especialista do clima da Nasa. "É difícil para o público admitir este fato porque ele põe a cabeça fora da janela e não vê nada disto acontecer."
Em certo momento do verão passado (inverno no Hemisfério Sul), o derretimento da superfície estava ocorrendo em 97% do lençol de gelo da Groenlândia, fenômeno que ainda não tinha sido visto na era das medições por satélite, embora a pesquisa geológica sugira que já aconteceu no passado.
Atualmente, o mar está subindo à média de 33 centímetros por século, mas cientistas como Hansen acreditam que esta média aumentará à medida que o planeta for aquecendo, colocando em risco toda a linha costeira habitada.
Em 2012, a menor extensão da camada foi alcançada no último dia 16, segundo o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA. A instituição informou que naquele dia a camada de gelo sobre o mar cobria cerca de 3,42 milhões de km2, ou 24% da superfície de todo o Oceano Ártico. A extensão menor registrada anteriormente, em 2007, foi de 29%.
Quando, no final dos anos 70, começaram as medições por satélite, a menor extensão do gelo registrado no verão cobria cerca da metade do Oceano Ártico, embora declinasse havia décadas. "O Ártico é o aparelho de ar-condicionado da Terra, e o estamos perdendo", advertiu Walt Meier, pesquisador do centro, uma agência patrocinada pelo governo.
A agência esperou alguns dias antes de anunciar o recorde para ter a certeza de que o gelo marinho começava a congelar novamente, como acontece normalmente nesta época do ano, quando o inverno se instala rapidamente no Ártico. Nos próximos meses, uma capa de gelo cobrirá grande parte do oceano, mas muito provavelmente será fina e tenderá a derreter com a volta do verão.
Relatório. Os cientistas consideram o rápido aquecimento da região uma consequência da emissão pelo homem dos gases do efeito estufa, e veem o derretimento como um alerta de grandes mudanças no resto do mundo.
Alguns acreditam inclusive que o colapso da calota ártica já começou a alterar os padrões atmosféricos no Hemisfério Norte, contribuindo para maiores extremos das temperaturas nos EUA e em outros países, mas isto ainda não foi comprovado.
O gelo do mar está se reduzindo muito mais rapidamente do que previa o último grande relatório da ONU sobre a situação do clima, publicado em 2007. As análises mais sofisticadas deste relatório feitas por computador sugeriam que o gelo não desapareceria antes da metade do século.
Agora, alguns cientistas acham que, já em 2020, o Oceano Ártico poderá perder grande parte de sua extensão de gelo nos meses de verão. Por sua vez, os governos não responderam à mudança com uma urgência maior para limitar as emissões dos gases do efeito estufa. Ao contrário, sua reação principal foi planejar a possibilidade de explorar os minérios do Ártico, agora acessíveis, inclusive com operações de perfuração em busca de mais petróleo.
"A comunidade científica se dá conta de que temos uma emergência planetária", disse James E. Hansen, especialista do clima da Nasa. "É difícil para o público admitir este fato porque ele põe a cabeça fora da janela e não vê nada disto acontecer."
Em certo momento do verão passado (inverno no Hemisfério Sul), o derretimento da superfície estava ocorrendo em 97% do lençol de gelo da Groenlândia, fenômeno que ainda não tinha sido visto na era das medições por satélite, embora a pesquisa geológica sugira que já aconteceu no passado.
Atualmente, o mar está subindo à média de 33 centímetros por século, mas cientistas como Hansen acreditam que esta média aumentará à medida que o planeta for aquecendo, colocando em risco toda a linha costeira habitada.
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