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No lançamento do plantio da safra 2012/2013, professor aponta que a maior parte da soja produzida vai para uso animal e exportação. Mesmo com falta de investimentos, a agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.
O lançamento do plantio da safra de soja 2012/2013, nesta segunda-feira (24), aponta para uma produção recorde do grão no Brasil, com 83 milhões de toneladas, segundo a Agroconsult – consultoria em agronegócio. Isso pode levar o país a ultrapassar os Estados Unidos, que é o maior produtor da oleaginosa.
Devido a pior seca dos últimos 50 anos, os Estados Unidos tiveram perdas na última safra que elevaram os preços da soja em todo o mundo. O agrônomo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Rubens Nodari, explica que além da conjuntura internacional, o agronegócio no Brasil cresce graças a políticas do governo federal.
Segundo ele, o Brasil destina muito mais dinheiro para o agronegócio do que para a agricultura familiar, embora existam mais de 4 milhões de pequenos agricultores contra 600 mil médios e grandes produtores.
“De toda a produção agrícola, a agricultura familiar contribui em torno de 35%, ou seja, um terço. Então, era justo que um terço do crédito fosse destinado para os pequenos agricultores ou agricultura familiar”.
Em julho, o governo lançou os planos agrícolas para a safra de 2012/2013. Para o agronegócio foi repassado mais de R$ 115 bilhões; já para a agricultura familiar, pouco mais de R$ 22 bilhões.
Nodari destaca a postura contraditória do governo ao dar preferência ao modelo agroexportador.
“Porque soja não é uma alimentação direta do brasileiro, o consumo nosso de soja é muito baixo, talvez 3%, e ainda na forma indireta. A maior parte que é produzida pelo agronegócio é para uso animal, e a maior parte da soja brasileira é de sementes transgênicas e usa muito agrotóxico.”
Mesmo com falta de investimentos, a agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.
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FONTE : De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.
EcoDebate, 27/09/2012
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