O Aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea
transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do
Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e
ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²),
Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).
Sua maior ocorrência se dá em
território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul.
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Localização do Aqüífero
Guarani
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Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é
formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e
Cretáceo Inferior (entre 200 e 132 milhões de anos). É constituído pelos
sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista na
Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai,
Tacuarembó no Uruguai e na
Argentina).
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A espessura total do aqüífero varia de valores superiores a 800
metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia.
Considerando uma espessura média aqüífera de 250 metros e porosidade efetiva de
15%, estima-se que as reservas permanentes do aqüífero (água acumulada ao longo
do tempo) sejam da ordem de 45.000 Km³.
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O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva
estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das
atividades econômicas e do lazer.
Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160
Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explotável sem riscos
para o sistema aqüífero.
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As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público
e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços tem cerca de 1.500 m
de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h.
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Conheça Melhor o Aquífero
Guarani
Uma Bacia Gigantesca*
1
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Além do Guarani, sob a superfície de São
Paulo, há outro reservatório, chamado Aqüífero Bauru, que se formou mais tarde.
Ele é muito menor, mas tem capacidade suficiente para suprir as necessidades de
fazendas e pequenas cidades.
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3
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Nas margens do aqüífero, a erosão expõe
pedaços do arenito. São os chamados afloramentos. É por aqui que a chuva entra e
também por onde a contaminação pode acontecer.
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2
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O líquido escorre muito devagar pelos
poros da pedra e leva décadas para caminhar algumas centenas de metros. Enquanto
desce, ele é filtrado. Quando chega aqui está limpinho.
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4
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A cada 100 metros de profundidade, a
temperatura do solo sobe 3 graus Celsius. Assim, a água lá do fundo fica
aquecida. Neste ponto ela está a 50
graus.
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* Figuras e Textos Extraídos da Revista Super Interessante nº 07 ano 13 |
Perfil do
Aqüífero Guarani
a partir da Área
de Recarga
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No Estado de São Paulo, o Guarani é explorado por mais de 1000
poços e ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Sua área de recarga
ocupa cerca de 17.000 Km² onde se encontram a maior parte dos poços. Esta área é
a mais vulnerável e deve ser objeto de programas de planejamento e gestão
ambiental permanentes para se evitar a contaminação da água subterrânea e
sobrexplotação do aqüífero com o consequente rebaixamento do lençol freático e o
impacto nos corpos d'água
superficiais.
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Legenda: |
LOCALIZAÇÃO
DO
PERFIL NA ÁREA
Fonte:
Estudo Hidroquímico
e Isotópico das Águas subterrâneas do
Aqüífero Botucatu no Estado de São Paulo - 1983
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Aqüífero
Bauru
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Aqüífero
Serra Geral (basalto)
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Aqüífero
Botucatu
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Substrato do
Aqüífero
( Grupos Passa Dois e Tubarão) | ||
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Poço e
Código de Referência
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– – –
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Nível
Potenciométrico
do Aqüífero Botucatu | |
Direções de
Fluxo d'água
no Aqüífero Botucatu |
Nota explicativa: Perfil elaborado com base em dados de poços de
água (D.A.E.E.) e poços de pesquisa de petróleo (Petrobrás e
Paulipetro)
Rosa B.G. da
Silva
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A combinação da qualidade da água ser, regra geral, adequada para
consumo humano, com o fato do aqüífero apresentar boa proteção contra os agentes
de poluição que afetam rapidamente as águas dos rios e outros mananciais de água
de superfície, aliado ao fato de haver uma possibilidade de captação nos locais
onde ocorrem as demandas e serem grandes as suas reservas de água, faz com que o
Aqüífero Guarani seja o manancial mais econômico, social e flexível para
abastecimento do consumo humano na
área.
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Por ser um aquífero de extensão continental com característica
confinada, muitas vezes jorrante, sua dinâmica ainda é pouco conhecida,
necessitando maiores estudos para seu entendimento, de forma a possibilitar uma
utilização mais racional e o estabelecimento de estratégias de preservação mais
eficientes.
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Uma Reserva para
o Futuro*
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AfloramentosPara impedir a contaminação pelo derrame de agrotóxicos, um dia a agricultura que utiliza fertilizantes e pesticidas poderá ser proibida nestas regiões. | |
AquecimentoEm regiões onde o aqüífero é profundo, as fazendas poderão aproveitar a água naturalmente quente para combater geadas. Ou para reduzir o consumo de energia elétrica em chuveiros e aquecedores. | |
IrrigaçãoUsar água tão boa para regar plantas é um desperdício. Mas, segundo os geólogos, essa pode ser a única solução para lavoura em áreas em risco de desertificação, como o sul de Goiás e o oeste do Rio Grande do Sul. | |
AquedutoTransportar líquido a grandes distâncias é caro e acarreta perdas imensas por vazamento. Mas, para a cidade de São Paulo, que despeja 90% de seus esgotos nos rios, sem tratamento nenhum, o Guarani poderá, um dia, ser a única fonte. |
* Figuras e Textos Extraídos da Revista Super Interessante nº 07 ano 13 |
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