A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apreciou, ontem (9), o termo de cooperação que deverá ser firmado com o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer para detectar possíveis vinculações de casos da doença com a presença de agrotóxicos nos alimentos. O presidente da agência reguladora, Dirceu Barbano, disse em audiência pública na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados que a definição sobre o assunto “é muito importante, pois há muita polêmica em torno da questão e, sempre que o assunto é abordado pela agência, ela é muito questionada”.
Barbano também falou sobre outras questões polêmicas que estão no âmbito da agência. Ele defende, por exemplo, que o consumidor tem o direito de saber quais os teores de açúcar e de gordura presentes nos alimentos. Como a questão está na Justiça, a Anvisa tem dificuldade de fazer valer a normatização sobre o assunto. Barbano alertou que o consumo em excesso de açúcar está deixando as crianças obsesas.
Outro ponto em discussão na audiência pública foi a disseminação do uso do crack no país. Para ele, a comunidade terapêutica “pode dar grande contribuição para conter a epidemia que acontece atualmente com o uso do crack, que impõe desafios à sociedade e que todos os brasileiros se engajem” para reduzir essa prática.
A agência também quer entrar na discussão sobre a propaganda de bebidas alcoólicas. Para Barbano, esse é “outro problema sério enfrentado” pelo órgão regulador da área da saúde. Segundo ele, a agência tem estrutura para atuar no controle e monitoramento da propaganda, desde que haja autorização legal para isso. A partir do próximo ano, a Anvisa terá diretorias orientadas para atuar nessa área. Dirceu Barbano aproveitou a ida à comissão para pedir o apoio dos parlamentares no sentido de aperfeiçoar os mecanismos de controle da propaganda de bebidas alcoólicas.
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FONTE : matéria de Lourenço Melo, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 10/05/2012
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