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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Science destaca gasolina verde


Um dos principais artigos na edição desta sexta-feira (14/8) da revista Science enfoca um assunto destacado no dia 11 pela Agência FAPESP: a “gasolina verde”.

O autor é John Regalbuto, diretor do Programa de Catálise e Biocatálise da National Science Foundation (NSF), que participou esta semana do workshop “Tecnologias em biocombustíveis e suas implicações no uso da água e da terra”, realizado em Atibaia (SP) pela FAPESP no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio da National Science Foundation, dos Estados Unidos, e do Ministério de Ciência e Tecnologia da Argentina.

“O etanol é visto pela maioria das pessoas como o único biocombustível líquido (...), entretanto, em apenas alguns anos, a produção em escala comercial de hidrocarbonetos líquidos a partir da biomassa será possível”, destacou.

O processo de produção da “gasolina verde” consiste em submeter uma pasta aquosa de açúcares e carboidratos vegetais a materiais catalisadores, que aceleram as reações sem se desgastar no processo. Com isso, as moléculas ricas em carbono da biomassa se separam em componentes que se recombinam para formar os mesmos compostos químicos que são obtidos do processamento do petróleo.

O artigo explica as principais diferenças entre o etanol e a “gasolina verde” e os mais recentes avanços científicos e tecnológicos que estão levando a métodos mais eficientes de obtenção de combustíveis a partir de açúcares de plantas, processos que envolvem enzimas, microrganismos ou calor.

A principal diferença da produção da “gasolina verde” em relação à do etanol, segundo Regalbuto, é que este último é fermentado a partir de plantas em um processo que utiliza enzimas para desencadear as reações, enquanto a primeira utiliza catalisadores.

Esses catalisadores transformam os açúcares presentes na planta em hidrocarbonetos. Se o uso de enzimas permite um processo mais seletivo, dirigido a um tipo especifico de moléculas, os catalisadores, por outro lado, podem operar em altas temperaturas que normalmente destruiriam as enzimas. Isso permite que as reações sejam milhares de vezes mais velozes.

“A produção de hidrocarbonetos a partir de plantas acaba sendo mais eficiente que a de etanol, porque este último exige uma destilação que requer grandes quantidades de energia, enquanto os hidrocarbonetos se separam automaticamente da água”, disse à Agência FAPESP.
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FONTE : (Envolverde/Agência Fapesp)

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