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quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Empresas ainda falham ao combater riscos climáticos
Estudo aponta que 55% das maiores companhias do mundo já possuem algum tipo de política climática, porém ainda são muitas as que não conseguem mitigar os impactos de suas emissões de maneira satisfatória
Um terço das 300 maiores empresas que compõe o FTSE All World Index não estariam realizando as medidas necessárias para mitigar os riscos associados às mudanças climáticas. Para piorar, algumas dessas companhias são de setores de alto e muito alto impacto (os grandes emissores de gases do efeito estufa - GEEs), como metalurgia, produção de alimentos, petróleo, gás e eletricidade.
Esta é uma das conclusões de um relatório do EIRIS, um centro britânico de pesquisas sociais, ambientais e éticas, que afirmou que apesar do comprometimento das companhias ter aumentado, as iniciativas de mitigação de GEEs ainda são insuficientes para evitar os riscos ligados ao aquecimento global para o meio ambiente e para as próprias empresas.
O centro de pesquisas identificou quatro áreas que podem trazer riscos, e também oportunidades, para as empresas: regulamentações (políticas internacionais ou nacionais que cobrem reduções nas emissões de GEEs), mudanças na dinâmica de mercado (flutuações nos preços de energia, novos comportamentos do consumidor e novas tecnologias), alterações no padrão do clima (enchentes, furacões e outros fenômenos que possam causar danos físicos às instalações das empresas) e de reputação (percepção de valor da marca por parte de clientes, empregados e investidores).
“De uma forma geral, reconhecemos um avanço positivo das empresas. A maioria delas apresenta algum tipo de política climática, e muitas inclusive possuem metas de redução”, resumiu a autora do estudo, Carlota Garcia-Manas ao site SocialFunds.
O relatório Climate Change Compass: The road to Copenhagen revelou que das 300 empresas analisadas, 55% tem algum tipo de meta com relação às mudanças climáticas, um incremento em comparação aos 48% do estudo de 2008. Também houve melhora nos dados sobre emissões, atualmente 91% das companhias de setores de alto e muito alto impacto apresentam relatórios confiáveis de suas emissões de GEEs.
“Enquanto a maioria das companhias já apresentam políticas para metas de redução de emissões a curto prazo, quando projetamos cinco ou dez anos não vemos muitos planos. A falta de estratégias mais duradouras pode ser atribuída à espera por ações governamentais”, afirmou Garcia-Manas.
Outro dado positivo é a queda da proporção das empresas de alto impacto com pouca ou nenhuma atividade prática para combater as mudanças climáticas, de 34% para 19%. Porém, o número de companhias que dizem estar comprometidas com a mitigação das mudanças climáticas é bem mais elevado, 99%.
Engajamento
De acordo com o relatório, os investidores precisam entender a relevância desse assunto para o próprio sucesso de suas apostas. “É preciso reconhecer o impacto das mudanças climáticas nos seus portfólios e assim integrar essa preocupação nas suas estratégias de investimentos e na hora de exercer seu direito de voto”, descreve o estudo.
“O quanto mais medidas as empresas adotarem, menos riscos os investidores estarão correndo. Nós acreditamos que o ativismo dos acionistas já está tendo impacto nas políticas das companhias”, concluiu Garcia-Manas.
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FONTE : Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil (Envolverde/CarbonoBrasil)
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