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terça-feira, 3 de março de 2015


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Energia, Recursos Genéticos
Ano 15
03/03/2015

 

Direto do ISA

 
  Documento assinado por 80 entidades de camponeses, povos indígenas e tradicionais encaminhado ao governo critica 17 pontos de projeto de lei, entre eles a impossibilidade de negar acesso a seus conhecimentos e restrições à repartição de benefícios. ISA também apoia iniciativa - Direto do ISA, 2/3.
   
 

Amazônia

 
  Entre novembro de 2014 e janeiro de 2015, a Amazônia teve 219 km² de florestas completamente devastadas, de acordo com dados oficiais medidos pelo Sistema Deter, do Inpe. A área equivale a cerca de 137 vezes à do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Além do corte raso, o Inpe também detectou, no mesmo período, cerca de 70 km² de floresta degradada - isto é, áreas em que a mata não foi inteiramente suprimida, mas foi comprometida pelo fogo ou pela exploração parcial. Com isso, o total de áreas com alterações florestais neste trimestre chega a 291 km² - um aumento de cerca de 5% em relação ao período que vai de novembro de 2013 a janeiro de 2014. O Estado que mais devastou foi Mato Grosso, com 179,61 km² - OESP, 3/3, Metrópole, p.A14.
  A cidade de Rio Branco, no Acre, registra a maior cheia em 132 anos, com mais de 71 mil pessoas desalojadas e uma morte. O Rio Acre atingiu 18,01 metros. A cota de transbordamento na capital acriana é de 14 metros. Nas redes sociais, oficiais do Corpo de Bombeiros de Rio Branco pedem barcos e pessoas com disposição para ajudar nas buscas de vítimas e desabrigados. Já são 40 bairros atingidos e o prefeito decretou, no domingo, estado de calamidade pública. As duas pontes centrais de Rio Branco foram interditadas por medida de segurança. Ontem, ocorreram protestos comunitários na cidade - OESP, 3/3, Metrópole, p.A12.
   
 

Energia

 
  O diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, vai revelar esquema de pagamento de propina na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, uma obra de aproximadamente R$ 19 bilhões. O compromisso de apontar desvios em Belo Monte consta do acordo de delação premiada firmado pelo executivo e dois procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato. Nas negociações com a força-tarefa, Avancini se comprometeu a indicar os nomes de pelo menos duas pessoas que teriam recebido propina. As revelações podem ter forte impacto nos desdobramentos da Operação Lava-Jato que, até o momento, tem se concentrado em fraudes na Petrobras - O Globo, 3/3, País, p.3.
  "A crise de energia é grave e tem várias causas. A falta de chuvas apenas revelou o que foi construído pela incompetência e erros do governo na gestão elétrica. Um estudo da ONG Amigos da Terra mostra como esta crise poderia ter sido evitada. As perdas na transmissão e distribuição representam um volume de energia que é o dobro do consumo de todo o setor público do país. As megausinas hidrelétricas na Amazônia têm problemas logísticos, trabalhistas, sociais, custos altos e riscos ambientais. O governo foi alertado, mas subestimou os custos criando a falsa ideia de que a energia dessas usinas é barata", coluna de Míriam Leitão - O Globo, 3/3, Economia, p.16.
   
 

Água

 
  O governo de São Paulo estuda a reversão de um rio, ao sul da capital paulista, para amenizar a atual crise de abastecimento na Grande SP. Pelo plano, o curso do rio São Lourenço será invertido para que suas águas possam ser despejadas no córrego das Lavras, que abastece a represa Guarapiranga. Um caminho de 5 km com adutoras, em área de mata atlântica, deve ser construído para este fim. Com essa obra, o governo esperar captar até 3.500 litros de água por segundo -a captação atual dos sistemas da Grande SP é de 53 mil l/seg. O projeto, na prática, é a segunda maior aposta da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) para atravessar o período seco de 2015, de abril a outubro, sem a necessidade da implantação de um rodízio - FSP, 3/3, Cotidiano, p.C3.
  Por causa da situação crítica das represas da Bacia do Rio Paraíba do Sul, a Agência Nacional de Águas (ANA) determinou a redução da vazão mínima da Barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí, no Rio. O índice já havia sido reduzido, em dezembro, de 190 metros cúbicos por segundo para 140 m³/s. Agora, a vazão será de 110 m³/s. A decisão da ANA, publicada ontem no Diário Oficial da União, considerou a situação meteorológica desfavorável da região. De quinta-feira até anteontem, o nível do sistema, composto por quatro represas, subiu de 7,65% para 7,83% - OESP, 3/3, Metrópole, p.A12; O Globo, 3/3, Rio, p.7.
  A chance de o governo Geraldo Alckmin (PSDB) decretar o rodízio oficial de água na Grande São Paulo só é "praticamente zero" se o volume morto do Sistema Cantareira for recuperado neste mês. A sinalização foi dada ontem pelo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, em encontro com prefeitos da região do Alto Tietê. Diante da cobrança por investimentos, ele afirmou que o cenário atual é de "penúria hídrica e financeira" - OESP, 3/3, Metrópole, p.A12.
  Na última sexta, os moradores do Jardim Régis (zona sul de SP) receberam caixas-d'água entregues por um programa da Sabesp. Mas assim que o caminhão descarregou, eles notaram um problema: não tinham espaço nem dinheiro para instalar os reservatórios. A líder da comunidade, Lucineuza dos Santos, conta que os pedreiros da região cobram de R$ 300 a R$ 350 para a instalação. Além disso, a maioria das casas não tem laje (são cobertas por telhas de amianto). Com isso, não há onde colocar as caixas. "Alguns moradores nem aceitaram, porque, se colocassem dentro de casa, eles ficariam do lado de fora", diz - FSP, 3/3, Cotidiano, p.C3.
  Desde 2003, ano da última grande seca no Estado de São Paulo, o consumo de água cresceu em um ritmo maior que o avanço da produção de água. Assim, a atual estiagem, iniciada a partir do final de 2013, atingiu os reservatórios da Grande SP diante de um cenário com estreita margem de manobra entre consumo e produção de água. Hoje, o Cantareira libera menos da metade da água que é capaz de produzir. As chuvas de fevereiro, acima da média histórica para o mês, deram um pequeno fôlego aos reservatórios e fizeram o governo de SP abandonar, ao menos por ora, um plano de rodízio drástico e imediato. O Cantareira, porém, segue em situação próxima do colapso - FSP, 3/3, Cotidiano, p.C4 e C5.
  "A crise hídrica está intimamente ligada ao manejo do solo. Atuando como um filtro, ele deve estar permeável para que o líquido se acumule nos lençóis freáticos e aquíferos. O problema da crise hídrica no Sudeste é provocado não só por baixa precipitação, mas principalmente pela impermeabilização do solo nas áreas urbanas e o não armazenamento das águas pluviais. O problema hídrico começa bem antes, com a erosão das cabeceiras dos córregos e rios que compõem nossas principais bacias de captação de água. Em um solo descoberto ou com pouca cobertura vegetal, as águas da chuva apenas "varrem" o solo, não se infiltrando e não promovendo o reabastecimento dos aquíferos e a manutenção dos lençóis freáticos", artigo de Daniel Pérez - O Globo, 3/3, Opinião, p.13.
  "Nestes tempos dramáticos de crise hídrica, é normal que se procurem os responsáveis pela desgraça. Um jogo de interesses, porém, costuma esconder-se nessa busca de responsabilidades, querendo diluir a culpa. Tem gente, agora, dizendo que o grande vilão do desperdício de água no Brasil é a agropecuária. Tem cabimento isso? Nenhum. A afirmação representa uma malvadeza da cidade para denegrir o campo", artigo de Xico Graziano - OESP, 3/3, Espaço Aberto, p.A2.
  "Faz um ano que a Grande São Paulo padece com um racionamento dissimulado de água. Fevereiro trouxe 60% mais chuvas que a média do mês sobre os principais reservatórios da Grande São Paulo. Foi o quanto bastou para que o escasso senso de responsabilidade nos gabinetes se esvaísse como chuva no fundo gretado das represas. O nível do Cantareira tem subido e chegou a 11,7% -mas só porque se contam duas cotas de volume morto. Na realidade, a estação seca se aproxima, e o principal sistema de abastecimento da região está abaixo do volume útil original. Um ano depois, a metrópole ainda depende mais dos céus do que de seus governantes para escapar do trauma de um rodízio", editorial - FSP, 3/3, Editorais, p.A2.
   
 
Imagens Socioambientais

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