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segunda-feira, 16 de março de 2015




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas, UCs, Filmes
Ano 15
16/03/2015

 

Amazônia

 
  Um relatório que vai ser publicado este mês pela WWF coloca duas regiões brasileiras no mapa das dez maiores frentes de desmatamento no mundo. A versão preliminar do documento aponta que a Amazônia e o Cerrado poderão perder 59 milhões de hectares de mata até 2030, caso não sejam reforçadas as políticas de controle do desmatamento. O volume representa 40% de todas as áreas verdes que poderão desaparecer do planeta nos próximos 15 anos. O Brasil ainda é vice-campeão mundial de desmatamento, superado apenas pela Indonésia. A derrubada da floresta amazônica voltou a crescer no país. A redução no desmatamento em terras brasileiras (60% da área total da Pan Amazônia) é negativamente compensada pelo crescimento na devastação dos vizinhos, especialmente Peru e Bolívia Valor Econômico, 16/3, Brasil, p.A2.
  Foi detectado um erro do governo nos contratos das hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau, Teles Pires e Belo Monte. Um documento elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reconhece que os critérios hoje utilizados para medir o tempo de funcionamento das turbinas dessas usinas são impossíveis de serem atingidos. Na prática, o ONS recomenda que a forma de calcular o funcionamento das turbinas na etapa de construção das hidrelétricas seja totalmente revista. Isso pode alterar decisões já tomadas e levar a três consequências graves: ressarcimento às usinas afetadas, custo extra para todas as outras hidrelétricas em operação e, finalmente, mais um aumento na conta de luz OESP, 15/3, Economia, p.B10.
  O Basileia é o município mais afetado pela enchente histórica que atinge desde fevereiro áreas cortadas pelo rio Acre -80% de seu território foi alagado. Com vias de acesso encobertas, a cidade ficou cinco dias ilhada e duas semanas sem luz, água e telefone. Quase 20 dias após o início das chuvas, Brasileia ainda limpa as ruas. O temor dos moradores é que volte a chover forte na cabeceira do rio Acre até abril. Em estado de calamidade pública, o município recebeu ajuda de R$ 710 mil da União -dos R$ 3,3 milhões destinados ao Acre-- mas diz precisar de R$ 4 milhões. Rio Branco também decretou estado de calamidade pública devido aos alagamentos. Até sexta, alguns bairros só eram alcançados de barco FSP, 16/3, Cotidiano, p.D1.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  A nove meses da COP-21, importanteconferência das ONU para Mudanças Climáticas, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, demitiu dois coordenadores do maior estudo já feito no país sobre alternativas para adaptação à mudança do clima. O relatório "Brasil 2040", previsto para ser entregue no mês que vem, será usado como diretriz para um novo plano de ação visando à redução de impactos ambientais que vai ser apresentado à ONU, em dezembro. Os membros dispensados da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável foram o secretário, Sérgio Margulis, e a diretora de Programa, Natalie Unterstell. As alterações no quadro de chefia podem comprometer a preparação do Brasil para a COP-21 O Globo, 16/3, Sociedade, p.25.
  O crescimento das emissões de CO2 ficou estagnado ano passado, segundo informações da Agência de Energia Internacional (IEA, na sigla em inglês). Esta é a primeira vez em 40 anos em que houve uma redução ou desaceleração das emissões de gases do efeito estufa sem que este fator não tivesse relacionado a uma recessão econômica. As emissões globais se mantiveram em 32 gigatoneladas em 2014, mesma quantidade registrada no ano anterior. Dados da IEA sugere que os esforços para mitigar as mudanças climáticas podem ter representado um efeito mais forte do que se pensava sobre as emissões. Detalhes do relatório da IEA serão divulgados em junho O Globo, 14/3, Sociedade, p.30.
  "O recém-reeleito governador da Flórida (EUA) proibiu que em todo e qualquer documento oficial apareçam as expressões 'mudança climática' e 'aquecimento global'. Negar o aquecimento global e seus efeitos, sobretudo na Flórida, onde as marés vêm subindo a níveis preocupantes, virou um dogma entre os republicanos. Quando anunciaram que o deputado Aldo Rebelo seria o novo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, pensei tratar-se de uma pegadinha. Se apenas fosse mais um cético do aquecimento global, Rebelo não veria o movimento ambientalista internacional como uma grande conspiração geopolítica", artigo de Sérgio Augusto OESP, 15/3, Aliás, p.E8.
  "O que se espera são propostas concretas. A mais óbvia é a redução do desmatamento da Amazônia, que em boa parte já foi feita. Além disso, o problema é evitar que cresçam em demasia as emissões do setor de energia e da indústria. O governo federal adotou como solução a geração de energia elétrica em usinas térmicas, que são emissoras de gases de efeito estufa, para cobrir o 'déficit', em lugar de estimular as energias renováveis. Esse problema precisa ser resolvido. Da mesma forma, na indústria a solução é aumentar a produtividade, modernizando os processos produtivos. Espera-se que a proposta brasileira para a conferência de Paris seja mais realista do que a que foi apresentada em 2009", artigo de José Goldemberg OESP, 16/3, Espaço Aberto, p.A2.
  
 

Água

 
  O número de conflitos rurais por água bateu recorde no ano passado. Foram registrados 127 conflitos, com 42,8 mil famílias envolvidas, número também recorde, segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra). As disputas envolvem, por exemplo, invasões de terras para acesso a rios e lagos e a apropriação de açudes públicos. "É notável que, desde 2014, a atual seca passou a causar conflitos também na área urbana", disse o pesquisador Roberto Malvezzi, da CPT. Ele cita o caso do município paulista de Itu, onde o longo período de falta de água resultou na depredação da Câmara Municipal e no bloqueio de rodovias. Malvezzi acredita que a questão da água poderá causar mais disputas entre Estados do país FSP, 16/3, Cotidiano, p.D1.
  A busca por novos mananciais para suprir a escassez hídrica a curto prazo e tentar evitar o rodízio oficial de água na Grande São Paulo levou a Sabesp a tirar do papel uma série de projetos engavetados há anos e a executá-los a toque de caixa sem Estudo de Impacto Ambiental (EIA), aprovação em comitês ou decreto de estado de emergência. Até o momento, são seis obras (uma já concluída) que envolvem transposições entre rios e reservatórios com o objetivo de aumentar a oferta de água para conseguir abastecer 20 milhões de pessoas durante o período seco sem decretar racionamento generalizado. A principal delas é a interligação do Sistema Rio Grande com o Alto Tietê, o segundo manancial mais crítico (21% da capacidade) OESP, 15/3, Metrópole, p.A24.
  O Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu a licitação da transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira. Orçada em R$ 830 milhões, a obra está prevista para o fim de 2016. A suspensão da licitação foi deferida com base em uma representação feita pela construtora Queiroz Galvão, que acusou vícios no edital lançado pela Sabesp. Entre os pontos questionados pela empreiteira estão a contratação de uma única empresa ou consórcio para executar os projetos básico e executivo e toda a obra, e a exigência de comprovação de experiência na construção de uma adutora de aço específica e de uma estação elevatória completa OESP, 14/3, Metrópole, p.A19.
  Talvez a maior façanha de Tóquio seja o índice de apenas 2% de perda de água por problemas na tubulação. Na região metropolitana de São Paulo, o desperdício é de cerca de 19%, índice que Tóquio registrava na época da Olimpíada de 1964. A diferença pode ser ainda mais alta caso se levem em conta os furtos na região metropolitana -problema inexistente no Japão. Por esse cálculo, a perda em São Paulo fica em torno de 30%. Para especialistas, a redução do desperdício é uma das formas mais eficientes de ampliar a segurança do abastecimento de água. Ao contrário do que se pode imaginar, o segredo não está na alta tecnologia, mas no departamento de recursos humanos, diz técnico da empresa de saneamento japonesa FSP, 15/3, Cotidiano, p.C6.
  O envelhecimento dos canos (parte deles já centenários) é a principal causa de perdas de água nas tubulações da Sabesp. Na Grande SP, o desperdício com isso chega a 19,4% da água tratada. Segundo a Sabesp, é impossível determinar com exatidão os pontos mais antigos das tubulações na capital. Sabe-se, no entanto, que a grande maioria das tubulações antigas está localizada na região central. Cerca de 20% dos canos da cidade têm mais de 40 anos, e a rede tem, em média, 33 anos. A Sabesp agora busca parcerias privadas para reduzir as perdas nos encanamentos FSP, 15/3, Cotidiano, p.C7.
  
 

Geral

 
  "Ithók rerre nógam". As três palavras da língua krenák poderiam ser traduzidas para: "A língua ainda resiste". Na Terra Indígena Vauire, em Arco-Íris (SP), 200 índios de duas etnias tentam manter a tradição viva. Por lá, os idiomas kaingang e krenák estão em processo avançado de extinção. Na área, apenas três índios idosos são falantes fluentes dos dialetos. Agora, os esforços se concentram para que as crianças voltem a falá-los. Em 1500, especialistas estimam que havia 1.175 línguas no País. Hoje, são cerca de 180 dialetos vivos, mas todos em risco de extinção, segundo a Unesco. "A grande maioria das línguas desapareceu com a própria população falante, principalmente por causa dos conflitos por terra", diz o professor Wilmar D'Angelis OESP, 15/3, Metrópole, p.A30.
  O documentário "A Lei da Água", de André D'Elia, oferece farto material sobre como a crise hídrica no Sudeste deve ser agravada pelas consequências do novo Código Florestal, aprovado em 2012. O filme mostra que medidas do código, como a redução das áreas de preservação em nascentes de rios e em suas matas ciliares, promovem a estiagem. Lançado no momento em que três Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) contra o código tramitam no Supremo, o documentário sugere que, ao anistiar produtores que desmataram ilegalmente florestas, a lei pode ter contribuído para o recente aumento no desmatamento do cerrado e da Amazônia. Alguns cientistas defendem que a derrubada de matas e florestas está intimamente ligada à alteração nos regimes de chuvas no país. Sessões de estreia ocorrem no dia 30 em São Paulo, Santos, Rio, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Salvador. Ingressos podem ser adquiridos na plataforma Catarse FSP, 14/3, Cotidiano, p.C6.
  A área ambiental do Estado do Rio padece com a morosidade da aplicação de recursos previstos em lei em suas unidades de conservação. Dados da Secretaria estadual do Ambiente indicam que o fundo abastecido com dinheiro de compensações pela construção de grandes indústrias tem R$ 130 milhões parados desde janeiro de 2010. Nos últimos cinco anos, foram depositados no chamado Fundo Mata Atlântica nada menos do que R$ 216 milhões, provenientes de empreendimentos de significativo impacto ambiental. Porém, somente R$ 85 milhões (39% do total) foram efetivamente utilizados. Os repasses são garantidos pela lei que estabeleceu o SNUC, há 13 anos em vigor O Globo, 16/3, Rio, p.12.
  
 
Imagens Socioambientais

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