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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

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Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Clima, Direitos Humanos, Povos Indígenas, UCs
Ano 14
20/10/2014

 

Unidades de Conservação

 
  A 276 quilômetros de Manaus, a Esec criada sexta-feira (17/10) por decreto presidencial com 668.160 hectares se localiza no município de Maués (AM). Pertence a uma das categorias mais restritivas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), sendo prioritariamente destinada à preservação e realização de pesquisas científicas, podendo haver visitação desde que em caráter educacional Direto do ISA, 17/10.
  O fogo que consome parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, ameaça chegar ao Vale da Morte, uma área de floresta onde vive uma população de muriquis. Trata-se de uma espécie de macacos considerada criticamente em perigo. Em uma semana, os incêndios, que têm indícios de terem começado de forma criminosa, já queimaram 1.550 hectares (ha) da unidade de conservação que tem 20 mil ha de extensão. No sábado, as chamas chegaram aos campos de altitude, um dos ecossistemas mais raros da Mata Atlântica, a mais de 2 mil metros acima do nível do mar. Por causa dos fortes ventos nos campos, o fogo avança em diversas direções OESP, 20/10, Metrópole, p.A17; O Globo, 20/10, Rio, p.16; OESP, 19/10, Metrópole, p.A23.
  
 

Povos Indígenas

 
  O ritmo da homologação de terras indígenas no país cai ao patamar mais baixo dos últimos 20 anos na gestão de Dilma Rousseff (PT). Em quatro anos de governo, Dilma reconheceu 2 milhões de hectares, que deram origem a 11 terras indígenas, no Pará e no Amazonas. Neste ano, nenhum decreto foi assinado. A marca é 15 vezes menor do que a do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1999). Nas duas gestões, o tucano homologou 41 milhões de hectares distribuídos por 141 territórios, 93,5% deles no Norte do país. No governo Lula (2003-2010), foram 84 áreas, com 18 milhões de hectares. Para o Cimi, a atual política indigenista caminha para o retrocesso -FSP, 19/10, Poder, p.A7.
  Rucharlo Yawanawá se tornou a primeira mulher pajé - líder espiritual - de seu povo e, talvez, do país. É um raríssimo caso de liderança espiritual indígena feminina no Brasil. O xamã ou pajé é, ao lado do cacique, a maior autoridade de um grupo indígena. No caso dos Yawanawá, são eles os guardiões dos conhecimentos da tribo, desde a medicina até as artes. Acredita-se que tenham dons sobrenaturais - de adivinhação e de cura. Fazem também a interlocução entre os vivos e os ancestrais. Segundo a sabedoria indígena, são os espíritos que ensinam ao pajé os segredos mágicos. O processo de formação de xamãs exige sacrifícios e provações. Durante um ano, Rucharlo ficou isolada na floresta, não podia beber água e tinha dieta restrita O Globo, 19/10, Sociedade, p.47.
  Na década de 1970, os Yawanawá eram candidatos à extinção. Espremidos entre os seringalistas e missionários evangélicos americanos que passaram décadas catequizando e aculturando indígenas na Amazõnia, os cerca de 200 remanescentes da etnia sofriam com conflitos por terra, trabalho análogo à escravidão e epidemia de alcoolismo. Hoje, os Yawanawá já somam cerca de mil pessoas. A sorte dos Yawanawá começou a mudar quando, em 1983, tiveram demarcado seu território, às margens do Rio Gregório, no Acre. Em 1992, o cacique Biracy Yawanawá expulsou os missionários da área. Como forma de retomada da cultura, Biracy instituiu escolas indígenas que ensinassem o português e o Yawanawá e reabilitou os pajés e a medicina tradicional. O pulo do gato do cacique foi entender que a maior fonte de renda do grupo viria da própria cultura. Ele criou o que chama de "turismo espiritual". Em troca de dinheiro, permite que visitantes não índios participem dos rituais da tribo O Globo, 20/10, Sociedade, p.21.
  Um rebanho bovino e até mesmo uma pista de motocross estão colocando em risco a preservação de um cemitério indígena de mais de mil anos em Olímpia (SP). O sítio arqueológico Cemitério Maranata, que foi descoberto em 1993, atualmente está abandonado e, por isso, sua preservação está ameaçada, de acordo com o Ministério Público Federal de São José do Rio Preto. Em 1993, ao escavar o terreno para a construção de um conjunto de casas, foram encontradas ossadas humanas e fragmentos de cerâmica. De acordo com pesquisa publicada à época pelo MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia), da USP, as peças têm características indígenas de antes da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500 FSP, 19/10, Cotidiano, p.C8.
  
 

Direitos Humanos

 
  O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal já denunciou fazendeiros por desmatamentos ilegais e ajudou agricultores em outros conflitos. A iniciativa do governo federal, criada em 2004, atende hoje a 150 pessoas. Desse total, 88 são casos ligados à terra, seguidos pelos que envolvem povos indígenas (37), meio ambiente (27) e povos quilombolas (25). Só neste ano, segundo a CPT, 29 pessoas foram mortas em conflitos de terra. Nos quatro anos do governo Dilma Rousseff (PT), foram 128 mortes, número menor que nos primeiros mandatos de FHC (184) e Lula (191), ainda de acordo com dados da Pastoral da Terra FSP, 18/10, Poder, p.A6.
  O Brasil definitivamente não é uma democracia racial. Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que o acesso à representação no Legislativo federal é mais fácil para certas raças do que para outras. Eles revelam que um candidato a deputado federal que se diz branco tem mais que o triplo de chance de se eleger do que alguém que se declara não branco - ou seja, preto, pardo, amarelo ou indígena. Apenas um Estado brasileiro tem taxa de não brancos eleitos deputados federais neste ano comparável à média da sua população: o Amapá. Todas as outras 26 unidades federativas têm bancadas com mais brancos do que pardos, pretos, índios e amarelos em relação a seus eleitores -OESP, 19/10, Política, p.A14.
  
 

Amazônia

 
  O desmatamento na Amazônia Legal chegou a 402 km² em setembro de 2014 - um aumento de 290% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram desmatados 103 km². O monitoramento foi feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), da organização de pesquisa Imazon. De acordo com o Imazon, a perda florestal acumulada no período de agosto a setembro de 2014 - que corresponde aos dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento - chegou a 838 km². O aumento foi de 191% em relação ao período de agosto a setembro de 2013, quando foram desmatados 288 km² OESP, 20/10, Metrópole, p.A17; FSP, 19/10, Ciência, p.C14.
  O terremoto descrito por um padre missionário que percorreu a Amazônia no século 17 foi agora comprovado cientificamente e pode mudar a literatura sismológica do país. Estudo publicado pelo geólogo Alberto Veloso sustenta que o maior terremoto já ocorrido no Brasil aconteceu em 1690, a 45 km de Manaus, às margens do rio Amazonas. Com base no relato de dois padres jesuítas que atuavam na região, Veloso calculou a magnitude e amplitude do sismo: 7 graus na escala Richter, similar ao que matou 300 mil pessoas no Haiti em 2010. Essa estimativa coloca o terremoto da Amazônia à frente do sismo ocorrido em 1955 no Mato Grosso, o maior que já tinha sido registrado até hoje no Brasil, com magnitude de 6,2 FSP, 19/10, Cotidiano, p.C7.
  
 

Clima

 
 
A cidade de São Paulo bateu sexta-feira o recorde de calor da história: 37,8°C, marcados às 14 horas na zona norte. Essa é a maior temperatura registrada na capital em 71 anos, desde que começaram as medições do Instituto Nacional de Meteorologia OESP, 18/10, Metrópole, p.E7.
  A situação dos reservatórios da Região Sudeste continua se deteriorando, e com isso o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou sexta-feira indicadores ainda menos favoráveis para a próxima semana. A expectativa de meteorologistas era de que as chuvas voltassem a ocorrer a partir das duas últimas semanas de outubro no Sudeste/Centro-Oeste, intensificando-se com o início do período úmido em novembro. Segundo o Informe do Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS, as chuvas previstas em outubro para o Sudeste/Centro-Oeste, que concentra os principais reservatórios de hidrelétricas do País, deverão ser de 67% da média histórica para o período FSP, 18/10, Poder, p.A6.
  O plantio de soja em Mato Grosso avançou pouco na última semana e já está bastante atrasado em relação ao mesmo período da safra passada, após um período praticamente sem chuvas desde o início de outubro, apontaram dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O trabalho de semeadura no principal Estado produtor da oleaginosa no País avançou, até o dia 16 de outubro, para apenas 9,3% da área total planejada pelos produtores, ante 8,4% uma semana antes. Em comparação, até a metade de outubro do ano passado, o plantio já alcançava 27,4% da área prevista OESP, 18/10, Economia, p.B5.
  "O Pentágono divulgou relatório no qual responsabiliza a mudança climática, entre outras coisas, pelo surgimento de condições que contribuíram para o crescimento do EI, a nova ameaça terrorista do Oriente Médio. Com base no relatório, climas mais quentes provocaram a seca e escassez de água que levaram agricultores sírios a se transferirem para as cidades, dando origem à enorme população de jovens desesperados vulneráveis à sedução do extremismo político. A análise alarmante do Pentágono quanto aos efeitos da mudança climática hoje pode ajudar a convencer as nações a assinar um novo documento para reduzir suas emissões quando se reunirem no Peru, em dezembro, e em Paris, no ano que vem", artigo de Lee Siegel OESP, 19/10, Aliás, p.E2.
  "O problema do aquecimento do planeta, lembra o cientista Noah Diffenbaugh, é que nenhum país pode viver numa bolha de virtude ambiental. As consequências são compartilhadas igualmente por quem toma medidas antipoluentes e quem deixa rolar. Se todos os habitantes da Terra atingissem o nível de consumo energético dos americanos, teríamos mais 15 Estados Unidos e o cenário assustador do aumento de 4oC. 'Acesso à energia aumenta o acesso ao bem-estar', lembra Diffenbaugh. 'Não é justo pedir aos 85% que abram mão do bem-estar desfrutado pelos 15%'. Esse é, para ele, o maior desafio da ONU e da comunidade internacional", artigo de Lúcia Guimarães -OESP, 19/10, Aliás, p.E2.
  
 

Água

 
  A falta de água já atinge a maioria da população de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, realizada na última sexta (17), 60% dos paulistanos dizem ter ficado sem água em casa em algum momento nos últimos 30 dias. O levantamento mostra pela primeira vez que mais de metade dos paulistanos ficou sem água. Nas pesquisas anteriores, em junho e agosto, os índices foram de 35% e 46%, respectivamente. A pesquisa também perguntou sobre a duração da falta d'água. Três em cada quatro atingidos disseram que na última vez em que o problema ocorreu a interrupção foi de mais de seis horas. A situação é mais grave para quem mora em casa: 67% dizem ter ficado sem água alguma vez nos últimos 30 dias FSP, 20/10, Cotidiano, p.C1.
  A maioria dos paulistanos pretende estocar água e acha que o governo poderia ter evitado a crise hídrica, revela pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira (17). Diante do cenário pouco favorável -o índice do Cantareira ontem (19) era de 3,6% de sua capacidade - 66% da população vai começar a guardar água com medo do desabastecimento. Esse índice de "precavidos" era de 34% na pesquisa anterior, entre 12 e 13 de agosto. Três em cada quatro entrevistados afirmam que o governo do Estado poderia ter evitado a crise. O percentual cresce entre os com ensino superior (85%) e mais jovens (81%) FSP, 20/10, Cotidiano, p.C4.
  A seca nos principais mananciais paulistas e os cortes no abastecimento de água têm provocado uma corrida por poços clandestinos na Grande São Paulo, o que coloca em risco a eficiência das reservas subterrâneas e a saúde dos usuários. Levantamento feito pelo Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas (Cepas) da USP com construtores de poços estima que cerca de 400 perfurações foram feitas na Região Metropolitana somente neste ano. O uso de poços amplia em 43 milhões de litros o volume de água retirado dos aquíferos por dia OESP, 20/10, Metrópole, p.A15.
  A Agência Nacional de Águas (ANA) aceitou sexta-feira liberar a retirada de água da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira em "parcelas", mas com novas regras de captação para que o manancial chegue ao fim de abril de 2015 com ao menos 10% da capacidade original. Na sexta, o nível do sistema caiu para 3,9%, considerando a primeira cota da reserva profunda. Na prática, o manancial está cerca de 15% negativo. Com a aprovação dos 106 bilhões de litros adicionais, o nível das represas "subirá" 10,7% OESP, 18/10, Metrópole, p.E6; O Globo, 18/10, País, p.17; FSP, 18/10, Cotidiano 1, p.C5.
  A previsão de aumento de consumo de água devido ao forte calor na região metropolitana de São Paulo fez a Sabesp se preparar para uma nova onda de desabastecimento no fim de semana. Oficialmente, a companhia apenas pede aos consumidores para reforçar medidas de economia. Técnicos da Sabesp, no entanto, preveem que a capacidade hídrica pode não ser suficiente durante os picos de consumo. Nesta sexta, a companhia encaminhou uma mensagem para o celular de clientes cadastrados com um apelo pelo uso racional da água. As altas temperaturas foram a justificativa dada pela empresa nesta semana para os casos de falta de água registrados em todas as regiões da cidade FSP, 18/10, Cotidiano, p.C5.
  "Esta situação de crise da água pode significar uma oportunidade histórica para o Estado de São Paulo liderar um movimento nunca antes visto neste País, de transição para um manejo sustentável e responsável da água". A proposta está em uma petição online assinada por "cidadãos paulistanos" direcionada ao governador Geraldo Alckmin e ao prefeito Fernando Haddad - já com mais de 19 mil assinaturas. A cada adesão, os governantes recebem um e-mail que contém soluções colaborativas para reúso e economia de água. Pequenas atitudes descentralizadas, simples e baratas são a solução para a crise, segundo os idealizadores do documento OESP, 19/10, Metrópole, p.A23.
  "Estamos no limiar de novos hábitos que vão do banho ao modo de beber água, da limpeza da casa ao tipo de plantas que poderemos ter no jardim ou em vasos. A própria concepção de nojo está ameaçada. O nojo já deveria ter se tornado descabido em face do consumo de água que é, no fundo, esgoto filtrado e tratado. Teremos que aprender que com água não se brinca, que o que emporcalhamos hoje beberemos amanhã. A mudança de hábitos e de comportamento será difícil. Nestes dias de calor escaldante, uma das moças do tempo, na TV, anunciou com indisfarçável ar de felicidade que teríamos um lindo fim de semana de sol. Raciocinamos ainda como se a falta de chuva e de água fosse apenas um convite para ir à praia", artigo de José de Souza Martins OESP, 19/10, Aliás, p.E3.
  
 
Imagens Socioambientais

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