Enquanto o Ártico derrete em uma velocidade recorde, superpotências correm para disputar influência política e posição econômica em regiões do Ártico antes considerados terrenos baldios e estéreis.
Em jogo estão as abundantes reservas de petróleo e gás mineral que, graças às mudanças climáticas, tornam-se cada vez mais acessíveis, bem como novas rotas de navegação polar. Este ano, a China adotou uma postura mais agressiva nesta disputa, o que causou alarde entre as potências ocidentais.
Diferentemente dos Estados Unidos, Rússia e alguns países da União Europeia, a China não dispõe de território no Ártico. Por conta disso, vem empregando todos os seus recursos diplomáticos para buscar apoio na região.
“Nos últimos dois anos, a importância do Ártico cresceu rapidamente na agenda diplomática da China”, diz Linda Jakobson, diretora do Instituto Lowy de Política Internacional. Segundo Jakobson, a China está tentando descobrir como entrar no “negócio”. Em agosto, o país enviou pela primeira vez um navio cuja rota cruzava o Ártico em direção à Europa. Agora, a China pressiona pela posição de observador permanente no Conselho Ártico, pequena organização internacional que conta com a adesão de oito países: Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.
No intuito de promover a indicação ao Conselho e melhorar as relações diplomáticas com os países do Ártico, a China enviou seus ministros em uma visita à Dinamarca, Suécia e Islândia, oferecendo lucrativos acordos comerciais. Diplomatas de alto escalão também visitaram a Groelândia, onde companhias chinesas estão desenvolvendo processos de mineração.
As potências ocidentais estão particularmente preocupadas com os movimentos da China em relação à Groelândia, país onde o derretimento da camada de gelo está revelando cobiçados depósitos de minerais, como metais raros essenciais para a produção de aparelhos tecnológicos. Não é de se estranhar que nos últimos 18 meses a secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, fizeram sua primeira visita a Kuupik Kleist, primeiro-ministro da ilha.
Em fevereiro de 2013, o Conselho do Ártico escolherá quais países serão aceitos como observadores permanentes. Embora Dinamarca, Suécia e Islândia apoiem a entrada da China, o Departamento de Estado dos EUA se recusa a comentar seu voto.
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FONTE : * Publicado originalmente no jornal The New York Times e retirado do site Opinião e Notícia.
(Opinião e Notícia)
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