Reunidos em Nova York, 450 grupos de investimento afirmam estar esperando por medidas ambiciosas e claras dos governos para que possam aumentar sua participação na transição para uma economia de baixo carbono.
Do alto dos US$ 13 trilhões que administram, os representantes dos maiores grupos de investimentos dos Estados Unidos, Europa e Austrália estiveram reunidos na última semana na sede da ONU, e deixaram claro que querem regras mais transparentes e políticas mais ambiciosas para as mudanças climáticas.
Depois que a Conferência do Clima de Copenhague não conseguiu chegar a um consenso sobre um novo acordo climático que entraria em vigor a partir de 2012, os investidores agora argumentam que não há mais tempo para esperar por um tratado global.
Eles querem o anúncio de políticas, por parte do Congresso norte-americano e dos líderes mundiais, de limites de emissões de gases do efeito estufa, eficiência energética, energias renováveis, mecanismos de financiamento e outras ações que poderiam acelerar os investimentos em energia limpa e a criação de empregos. Os investidores afirmam que provavelmente será o setor privado o responsável por até 85% dos financiamentos para a transição para uma economia de baixo carbono.
“Estamos prontos para aumentar os estímulos para uma economia mais limpa, porém sem políticas que criem um ambiente propício para isso nossas mãos estão atadas. A liderança dos Estados Unidos é muito importante agora, incluindo a esperada decisão do Senado em limitar as emissões e por um preço no carbono”, explicou Anne Stausboll, representante do maior fundo de pensão dos EUA, o CalPERS.
Para catalisar os investimentos, a declaração final do Investor Summit on Climate Risk pede a adoção de uma série de medidas, entre elas: Metas de curto e longo prazo para emissões; um preço efetivo sobre o carbono que sirva de incentivo a transição para uma economia limpa; medidas nos transportes e na energia para acelerar a utilização de meios mais eficientes e renováveis; novos mecanismos de financiamento para mobilizar os investimentos do setor privado em grande escala, principalmente nos países em desenvolvimento.
“O que os investidores precisam da maioria das nações é transparência, longevidade e credibilidade das medidas climáticas”, resumiu Kevin Parker, presidente global do Deutsche Asset Management e membro do comitê executivo do Deutsche Bank.
A declaração final da reunião também reforça a posição de que países com políticas energéticas e climáticas consolidadas possuem vantagens competitivas. “A Alemanha, por exemplo, saiu na frente e recebeu muitos investimentos focados em indústrias que lidam com as mudanças climáticas, possuindo hoje oito vezes mais empregos em energias renováveis do que os Estados Unidos”, descreve o documento.
Enquanto enfatizam a importância de ações políticas nacionais, os investidores pediram aos negociadores internacionais que adotem um acordo com força de lei ainda este ano, com medidas de longo prazo para reduções de emissões, proteção florestal, adaptação, financiamento e transferência de tecnologias.
“Por mais poderosos que sejam os investidores, eles não podem agir sem as regras claras que apenas os governos podem estabelecer. Somente o setor público pode traçar políticas de longo prazo que darão a confiança para que os investidores privados façam a sua parte com relação a energias limpas, mudanças climáticas e a proteção do planeta”, concluiu Mindy S. Lubber, presidente do Ceres e diretora do Investor Network on Climate Risk.
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FONTE : (Envolverde/Pauta Social)
Um comentário:
É um jogo de "empurra-empurra"...governos, grandes empresas, multinacionais...cada um joga a responsabilidade para o outro. Mas, fica no ar as grandes indagações: será mesmo que os governos e as grandes empresas, os grandes grupos estão interessados numa economia sustentável de preservação da vida em nosso planeta?! Será que eles seriam capazes de encampar a idéia do "descrescimento sustentável"?! Eis as questões, diria Shakespeare...
Um bom dia,
Suziley Silva
http://arslitterayelizus.blogspot.com
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