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domingo, 17 de janeiro de 2010

RELATO DE VIDA : no mato, onde há muito o que fazer

Estava tudo certo na vida de Fernando Monteiro. Tinha casa, carro e negócio próprios. Foi dono de restaurante e de padaria na capital paulista, onde nasceu. No íntimo, porém, sabia que a cidade grande não era o seu lugar.

Em 1998 decidiu dar um tempo. Rodou 52 mil quilômetros pelo país procurando um outro local para viver. Não achou. Veio para o Sul, passou por Anitápolis, pequena cidade no meio das montanhas, na Grande Florianópolis, onde só se chega após percorrer 25 quilômetros de estrada de chão. Conheceu um sítio abandonado, com uma bela casa em estilo alemão, construída há mais de 90 anos. Nos fundos, o Rio da Prata passa formando corredeiras.

Neste meio tempo, começou a namorar a manezinha Regina Capistrano, 44 anos. Queria morar com ela, mas só se fosse “no meio do mato”. Levou a namorada até uma grande pedra, no rio, e fez a proposta. Ela não pensou duas vezes. Assim como ele, sempre gostou de vida tranquila.

Transformaram o sítio antigo na aconchegante Pousada Pasárgada. Há três chalés para hóspedes, e a ideia é proporcionar aos visitantes momentos de puro relax e contemplação da natureza. Para quem vivia na caótica e barulhenta São Paulo, a mudança foi radical: no sítio, não há tevê (apenas um aparelho para assistir a DVDs), nem internet ou telefone (que deve ser adquirido em breve).

– Os hóspedes têm que vir para cá com a proposta de esquecer da vida lá fora por alguns dias – conta Regina.

As duas filhas do casal, Mariana, 5, e Ana Clara, 3, moram lá desde que nasceram e têm a companhia de Miguel, 11 anos, filho da união anterior de Regina. Correm soltos pela mata, tomam banho de rio, conhecem todos os animais. Quando vieram a Florianópolis, no final do ano passado, as meninas acharam que escada rolante era um brinquedo, e que a porta automática, que se abre sozinha, era uma mágica que a mãe tinha aprendido a fazer. Mas, se indagadas se gostariam de morar na cidade, ambas respondem sem pensar: preferem a vida no sítio.

– Na cidade não tem bicho nem mata nem rio – responde Mariana.
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FONTE : DONNA DC, edição de 16/17 de janeiro de 2010.

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