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Direto do ISA
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Será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, mezanino da loja de artes, em São Paulo. A sessão de autógrafos do livro Há Mundo por Vir? Ensaio sobre os medos e os fins será precedida de um bate-papo com os autores - a professora de filosofia Déborah Danowski e o etnólogo Eduardo Viveiros de Castro - Direto do ISA, 10/11. |
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Amazônia
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Agora é oficial: o desmatamento na Amazônia disparou em agosto e setembro. Foram devastados 1.626 km² de florestas, um crescimento de 122% sobre os mesmos dois meses de 2013. O governo federal já conhecia esses dados antes do segundo turno da eleição presidencial, realizado no último dia 26 -a divulgação do aumento no desmatamento poderia prejudicar a votação da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. As análises mensais do sistema de alertas de desmatamento Deter estavam prontas pelo menos desde 14 de outubro no Inpe. Em agosto, foram desmatados 890,2 km², um salto de 208% sobre os 288,6 km² do mesmo mês de 2013. Em setembro foram 736 km², 66% mais que no ano passado - FSP, 8/11, Ciência, p.10; FSP, 10/11, Painel, p.A4. |
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O Ibama está preocupado com um novo método do crime organizado para desmatar na Amazônia, que consiste em fazer desmatamentos em pequenos pontos para dificultar a detecção pelo Deter. Hoje, o sistema, que se baseia em imagens feitas por dois satélites, enxerga apenas cortes em áreas maiores do que 25 hectares. Por isso, o órgão pretende tornar operacional um Deter mais potente, com capacidade de enxergar desmatamento em áreas a partir de 6,25 hectares - FSP, 8/11, Ciência, p.10. |
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Dois meses depois de dados do sistema Prodes, do Inpe, terem indicado o aumento do desmatamento na Amazônia após quatro anos consecutivos de queda, o Ibama anunciou medidas que estão em desenvolvimento para melhorar o monitoramento da região. Os presidentes do Ibama, Volney Zanardi, e do Inpe, Leonel Fernando Perondi, detalharam os planos para a atualização do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). O objetivo é colocar em operação em até dois anos o sensor Awifs, com imagens de melhor resolução feitas por um satélite indiano -OESP, 8/11, Metrópole, p.E7. |
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"A imprensa parece ter acordado para a maior tragédia ambiental em curso nesta região do planeta, a destruição acelerada da Amazônia. Mas talvez agora já seja tarde demais: há fortes sinais de falência do sistema amazônico, que inclui a floresta e sua influência sobre o clima continental. O que atrai a imprensa para a questão é o prejuízo econômico causado pela seca. A maior parte da riqueza do Brasil, gerada no Sudeste, depende das águas levadas da Amazônia pelos ventos; se a água não chega, o país inteiro se empobrece. O governo federal usa impostos que arrecada no Sudeste para incentivar a destruição da floresta. É um suicídio consistente, há vários anos em processo galopante. Essa cegueira vai nos matar de sede", artigo de Leão Serva - FSP, 10/11, Cotidiano, p.C2. |
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Energia
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O nível cada vez mais baixo das usinas hidrelétricas, por conta do pouco volume de chuvas no país, e a falta de uma capacidade adicional de gás natural têm feito especialistas defenderem a volta de uma das fontes mais polêmicas e poluentes do mundo: o carvão - que chega a emitir até dez vezes mais CO2 que uma hidrelétrica. O carvão viu sua importância na matriz passar de 1,6% para 2,6% nos dois últimos anos em decorrência do uso intenso das térmicas. Há 22 térmicas a carvão em operação no país hoje e mais dez já autorizadas e prestes a sair do papel. Com isso, há potencial de a fonte fóssil chegar a 3,5% do total gerado. Além disso, leilão a ser realizado no próximo dia 28 conta com dez usinas a carvão cadastradas - O Globo, 10/11, Economia, p.17. |
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A AES Tietê inaugurou neste mês um protótipo para produção de energia geotermal em Itajubá, na Universidade Federal de MG. A pesquisa consiste na geração de eletricidade por meio do calor proveniente do interior da Terra. O projeto foi iniciado em 2010, com investimentos de R$ 4 milhões. O objetivo é ampliar, no futuro, o fornecimento de energia para o país usando fontes diferentes da água, garantindo mais segurança ao sistema em períodos de seca como o atual. O diretor-geral de geração da AES, Ítalo Freitas, afirma que o desafio é baratear os custos e tornar as fontes alternativas de energia economicamente viáveis no futuro -ele não estima, porém, quando isso poderia ocorrer - FSP, 9/11, Mercado, p.B4. |
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"A fonte solar contribui com apenas 0,01% da matriz de energia elétrica do Brasil. Não é difícil de entender por que isso acontece. Os equipamentos por meio dos quais essa energia é captada, as placas fotovoltaicas, são caros. São equipamentos importados. Isso já configura um jogo viciado. A energia solar é de alto custo porque não tem escala de produção e não tem escala porque é de alto custo. A Aneel se propôs a quebrar essa escrita, por meio da fixação de um preço mais alto a ser pago ao produtor de energia solar. O leilão foi um sucesso. Falta saber se a iniciativa estimulará os produtores mundiais a se instalarem no Brasil e, assim, a produzir placas fotovoltaicas a preços mais baixos", artigo de Celso Ming - OESP, 9/11, Economia, p.B2. |
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Boa e menos cara
"O resultado do leilão de energia de reserva surpreendeu até os mais otimistas em relação à participação das futuras usinas de energia solar. Já a partir de 2017, tais usinas prometem entregar ao país quase 900 megawatts (mais que Angra 1, por exemplo), e a um preço relativamente mais baixo do que o oferecido inicialmente por outras fontes renováveis que estrearam na matriz elétrica brasileira. O que possibilitou essa redução de preço (um deságio de 18% sobre o teto estabelecido pelo governo no leilão) foi a possibilidade de conjugar usinas eólicas com a instalação de placas fotovoltaicas a seu redor", artigo de George Vidor - O Globo, 10/11, Economia, p.18. |
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Água
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A maior estiagem registrada nos últimos 60 anos afeta a economia de 11 cidades da nascente à foz do rio Paraíba do Sul. A estiagem já causou a morte de quase 6 mil cabeças de gado e comprometeu a safra de cana-de-açúcar e a pesca no norte e noroeste do Estado do Rio. O nível do rio Paraíba do Sul é o menor dos últimos 80 anos - OESP, 9/11, Economia, p.B6 e B7; O Globo, 9/11, Rio, p.15. |
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Impulsionada por um sistema de quatro bombas, as águas do rio São Francisco molharam pela primeira vez os canais de concreto da transposição. Os primeiros testes da transposição, iniciados há um mês, colocaram comunidades em rota de colisão. Enfrentando forte estiagem há quatro anos, moradores veem com ressalvas o desvio das águas, que, durante os testes, não servirá às comunidades. A captação é feita num dos principais reservatórios do rio São Francisco, o lago de Itaparica, que está com apenas 15% do seu volume útil. No perímetro irrigado Icó-Mandantes, pequenos agricultores reduziram a plantação. Moradores de Petrolândia, no sertão pernambucano, protestaram contra os testes - FSP, 9/11, Poder, p.A16. |
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O desvio do Paraíba do Sul em Barra do Piraí, para abastecer a Região Metropolitana do Rio, possibilitou o crescimento vertiginoso da capital fluminense - cuja população quase triplicou em seis décadas, passando de 2,3 milhões para 6,4 milhões de habitantes. Porém, o Rio mostra que não tem feito o seu dever de casa. Dos 110 metros cúbicos de água por segundo que hoje chegam à barragem de Santa Cecília, coração do Sistema Guandu, a Cedae distribui apenas 48m³/s para abastecer residências e indústrias. Isso significa que 48,3% do volume não são efetivamente utilizados: perdem-se por causa do excesso de esgoto nele - O Globo, 10/11, Rio, p.6. |
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O projeto anunciado pelo governo de São Paulo de tratar esgoto para consumo humano pode aliviar o impacto da crise hídrica a curto prazo, mas vai custar ao menos o dobro do que o tratamento convencional. A tecnologia empregada no tratamento do esgoto e o elevado consumo de energia elétrica aumentam muito os custos. Além disso, depois de a Sabesp produzir a água de reúso de alta qualidade, com 99% de pureza, vai lançá-la em represas poluídas e reiniciar o tratamento antes de distribui-la à população. O processo é uma exigência da legislação brasileira, que não tem regulamentação específica para a água de reúso e, por isso, impede seu uso direto - OESP, 9/11, Metrópole, p.A22. |
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Nenhuma das principais obras previstas pelo governo paulista para ampliar a capacidade de armazenamento de água da Grande São Paulo estará pronta no período de estiagem do ano que vem. A única obra prevista para ficar pronta em curto prazo, segundo o cronograma da Sabesp, é a ampliação de uma estação de tratamento de água neste ano -que seria suficiente para abastecer só 300 mil pessoas, de um total de 20 milhões na Grande SP. "Vamos depender somente da chuva", afirma o professor Antonio Carlos Zuffo, da Unicamp. Se continuar a falta de chuvas, segundo Zuffo, a região metropolitana pode viver um ano ainda mais difícil que 2014 - FSP, 8/11, Cotidiano, p.C1. |
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O governo do Rio de Janeiro já se mobiliza para adotar medidas de contingência devido à estiagem na bacia do rio Paraíba do Sul. O governo paulista planeja uma obra para fazer a transposição da água da bacia ao sistema Cantareira. Devido à crise, o governo fluminense enviou ofício à ANA pedindo informações e a definição de regras sobre o uso do volume morto da represa Paraibuna, na bacia do Paraíba do Sul. O Rio quer que a represa, operada pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo), seja uma reserva estratégica para o Estado. O ofício enviado pelo governo pede ajuda para elaborar um plano de contingência, devido à possibilidade de agravamento da estiagem -OESP, 8/11, Metrópole, p.E6; FSP, 8/11, Cotidiano 1, p.C2; O Globo, 8/11, Rio, p.15. |
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"Do ponto de vista da produção de energia elétrica, pela Light, (a transposição) não teria problema nenhum. Dada a situação atual, ninguém pode brincar com a possibilidade de ocorrer um caos na Região Metropolitana de São Paulo", diz Jerson Kelman, ex-presidente da Light, em entrevista - O Globo, 10/11, Rio, p.6. |
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