Powered By Blogger

sábado, 3 de maio de 2014

MONTE AZUL PAULISTA, SP : leão é sequestrado de instituição que abriga animais vítimas de maus-tratos

02 de maio de 2014


Rawell foi doado por um criador de Maringá e chegou debilitado, mas conseguiu recuperar-se (Foto: Divulgação)
Rawell foi doado por um criador de Maringá e chegou debilitado, mas conseguiu recuperar-se (Foto: Divulgação)
O portão do Criadouro Conservacionista São Francisco de Assis, em Monte Azul Paulista, foi arrombado por volta das 5h30 desta quinta-feira (1º). Uma caminhonete com quatro pessoas entrou no local e foi direto ao alvo: um leão de 9 anos e 300 kg.
Ele foi sedado com tranquilizantes, enjaulado e levado pelos criminosos na caçamba do veículo.
“É como um filho para mim, faz parte da minha vida”, desabafa Oswaldo Garcia Júnior, responsável pelo criadouro. Ele chora quando olha as marcas no chão de terra da jaula, que evidencia que o animal foi arrastado inconsciente pelos criminosos.
O leão se chama Rawell e está com Júnior há cinco anos. Ele foi doado por um criador de Maringá (PR) e estava debilitado quando chegou a Monte Azul.
“Sem pelos, magro e apático”, lembra Júnior. Após alimentação diária à base de 5 kg carne, o animal se recuperou.
Suspeita
Um boletim de ocorrência por sequestro foi registrado. As polícias civil e ambiental investigam o caso, mas até a noite desta quinta os criminosos não haviam sido encontrados.
Segundo um ex-funcionário do criadouro, quem dirigia a caminhonete utilizada no crime era o antigo tutor do animal.
Júnior diz que ele já havia ameaçado levar Rawell há cerca de um ano. Apesar de ter doado oficialmente o leão, o homem estaria cobrando um pagamento de R$ 10 mil do criadouro.
Além disso, ele queria utilizar Rawell para fins publicitários, o que era barrado por Júnior.
O criador suspeita que a quadrilha já conhecia o local, pois o portão foi arrombado meia hora após o término do turno do vigia.
Vizinhos presenciaram a ação do bando, mas pensaram ser uma ação de rotina para entrega de animais.
O local é autorizado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Animais).
Segundo Júnior, um leão bem cuidado criado em cativeiro tem expectativa de vida de 25 anos e pode custar, no “mercado negro”, até R$ 100 mil. “Não consigo pensar em mais nada, fico imaginando como ele está, se foi alimentado ou está machucado”, diz.
No colo de um dos funcionários do Criadouro Conservacionista São Francisco de Assis, um filhote de tamanduá toma leite por uma seringa. Ele tem um mês de vida e ficou órfão após a mãe morrer atropelada na rodovia.
Ele é um dos 300 animais que vivem no criadouro. O local existe há doze anos e é dedicado à recuperação de animais silvestres.
“Acredito ser um dom que Deus me deu”, diz Oswaldo Garcia Júnior, criador da instituição. A manutenção do local custa R$ 12 mil mensais e sai totalmente de seu bolso. “Não temos nenhuma parceria”, lamenta Júnior. Ele é médico pediatra, e precisa redobrar os plantões para custear o criadouro.
Mas o furto do leão Rawell colocou o futuro do local em risco. “Hoje me deu uma vontade de desistir de tudo”, desabafa.
Fonte: Jornal A Cidade

Nenhum comentário: