Entidade considera o fenômeno um dos maiores desafios para o desenvolvimento e afirma que o planeta está caminhando para uma elevação de 4°C nas temperaturas até o fim do século, o que resultará em impactos severos para a humanidade
Há menos de 10 dias para o início da Conferência do Clima (COP18) das Nações Unidas, o Banco Mundial apresenta um relatório pedindo ações urgentes para minimizar as consequências das mudanças climáticas. Se nada for feito, a entidade prevê o declínio da produção de alimentos, a perda de ecossistemas e biodiversidade e a impossibilidade de desenvolvimento econômico para milhões de pessoas.
“Nossas crianças herdarão um mundo bem diferente do qual vivemos hoje. A mudança climática é um dos maiores desafios para o desenvolvimento e precisamos assumir total responsabilidade pelo bem das futuras gerações, especialmente nos países mais pobres”, afirma o relatório.
“Turn Down the Heat: Why a 4°C Warmer World Must be Avoided” (Desligue o aquecimento: Porque um mundo 4°C mais quente deve ser evitado), conduzido pelo Instituto Postdam, afirma que o planeta já está 0,8°C acima da média do período pré-industrial e caminha para catastróficos 4°C de aquecimento até 2100.
“Este relatório reforça a realidade da volatilidade do clima, que afeta tudo o que fazemos. Precisamos redobrar nossos esforços para melhorar a adaptação e a resiliência, assim como para buscar soluções para o desafio climático”, declarou Rachel Kyte, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial.
O estudo combina uma síntese da literatura científica disponível com novas análises dos riscos mais prováveis do aquecimento global, focando principalmente nos países em desenvolvimento. Também descreve os impactos já observados, como os eventos climáticos extremos, que têm ficado mais frequentes.
Sobre o aumento das temperaturas, o Instituto Postdam alerta que por volta de 2080 os meses de verão no norte da África, nos Estados Unidos, no Oriente Médio e em algumas partes da Europa ficarão até 6°C mais quentes. Isso acarretará em ondas de calor fatais para idosos e crianças, por exemplo.
Um dos impactos mais severos para a humanidade com a elevação das temperaturas será a queda da produção agrícola. O relatório afirma que 44% das áreas cultiváveis do planeta se tornarão sujeitas às secas. Se o planeta aquecer 5°C, 35% da agricultura africana deixará de existir.
Além de sofrerem com a escassez de água, algumas regiões enfrentarão graves problemas de incêndios florestais. A Amazônia, por exemplo, deve registrar uma aumento de 100% das queimadas até 2050.
Para os oceanos, o estudo afirma que o nível das águas está subindo mais rápido agora do que há duas décadas, e que isso pode ser observado em diversas partes do globo. A principal causa seria o degelo dos pólos, que segundo os autores também está acelerando. Em setembro de 2012 foi registrado um recorde mínimo na quantidade de gelo flutuante no Ártico.
“Muitas nações insulares já estão sentindo o efeito disso e avaliando suas opções. Com o aumento da população para nove bilhões em 2050, esse problema ficará ainda mais grave”, disse Erick Fernandes, um dos líderes da equipe global do Banco Mundial para Adaptação Climática.
Citando um estudo de 2010, o Banco Mundial afirma que o aumento de um metro no nível do mar resultará em um prejuízo de US$ 68,2 bilhões apenas para as nações caribenhas, incluindo perda de terras e custos com realocação e reconstrução.
Outro problema causado pelo aquecimento global nos oceanos é a acidificação. Segundo o relatório, se a temperatura dos mares subir 2,4°C muitos recifes de corais desaparecerão, trazendo enormes consequências negativas para a pesca internacional e para milhares de espécies. A estimativa encontra apoio em um estudo publicado em setembro, que afirma que um aumento de 1,5°C na temperatura média mundial já será o suficiente para iniciar um processo de degradação em 89% dos corais.
“Tenho a esperança de que esse relatório incentive novas ações. O cenário de um mundo aquecido em 4°C é devastador: inundação de cidades costeiras, riscos para a produção de alimentos, ondas de calor, secas […] A falta de engajamento coloca o desenvolvimento de milhões de pessoas em risco”, concluiu Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.
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FONTE : * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
Há menos de 10 dias para o início da Conferência do Clima (COP18) das Nações Unidas, o Banco Mundial apresenta um relatório pedindo ações urgentes para minimizar as consequências das mudanças climáticas. Se nada for feito, a entidade prevê o declínio da produção de alimentos, a perda de ecossistemas e biodiversidade e a impossibilidade de desenvolvimento econômico para milhões de pessoas.
“Nossas crianças herdarão um mundo bem diferente do qual vivemos hoje. A mudança climática é um dos maiores desafios para o desenvolvimento e precisamos assumir total responsabilidade pelo bem das futuras gerações, especialmente nos países mais pobres”, afirma o relatório.
“Turn Down the Heat: Why a 4°C Warmer World Must be Avoided” (Desligue o aquecimento: Porque um mundo 4°C mais quente deve ser evitado), conduzido pelo Instituto Postdam, afirma que o planeta já está 0,8°C acima da média do período pré-industrial e caminha para catastróficos 4°C de aquecimento até 2100.
“Este relatório reforça a realidade da volatilidade do clima, que afeta tudo o que fazemos. Precisamos redobrar nossos esforços para melhorar a adaptação e a resiliência, assim como para buscar soluções para o desafio climático”, declarou Rachel Kyte, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial.
O estudo combina uma síntese da literatura científica disponível com novas análises dos riscos mais prováveis do aquecimento global, focando principalmente nos países em desenvolvimento. Também descreve os impactos já observados, como os eventos climáticos extremos, que têm ficado mais frequentes.
Sobre o aumento das temperaturas, o Instituto Postdam alerta que por volta de 2080 os meses de verão no norte da África, nos Estados Unidos, no Oriente Médio e em algumas partes da Europa ficarão até 6°C mais quentes. Isso acarretará em ondas de calor fatais para idosos e crianças, por exemplo.
Um dos impactos mais severos para a humanidade com a elevação das temperaturas será a queda da produção agrícola. O relatório afirma que 44% das áreas cultiváveis do planeta se tornarão sujeitas às secas. Se o planeta aquecer 5°C, 35% da agricultura africana deixará de existir.
Além de sofrerem com a escassez de água, algumas regiões enfrentarão graves problemas de incêndios florestais. A Amazônia, por exemplo, deve registrar uma aumento de 100% das queimadas até 2050.
Para os oceanos, o estudo afirma que o nível das águas está subindo mais rápido agora do que há duas décadas, e que isso pode ser observado em diversas partes do globo. A principal causa seria o degelo dos pólos, que segundo os autores também está acelerando. Em setembro de 2012 foi registrado um recorde mínimo na quantidade de gelo flutuante no Ártico.
“Muitas nações insulares já estão sentindo o efeito disso e avaliando suas opções. Com o aumento da população para nove bilhões em 2050, esse problema ficará ainda mais grave”, disse Erick Fernandes, um dos líderes da equipe global do Banco Mundial para Adaptação Climática.
Citando um estudo de 2010, o Banco Mundial afirma que o aumento de um metro no nível do mar resultará em um prejuízo de US$ 68,2 bilhões apenas para as nações caribenhas, incluindo perda de terras e custos com realocação e reconstrução.
Outro problema causado pelo aquecimento global nos oceanos é a acidificação. Segundo o relatório, se a temperatura dos mares subir 2,4°C muitos recifes de corais desaparecerão, trazendo enormes consequências negativas para a pesca internacional e para milhares de espécies. A estimativa encontra apoio em um estudo publicado em setembro, que afirma que um aumento de 1,5°C na temperatura média mundial já será o suficiente para iniciar um processo de degradação em 89% dos corais.
“Tenho a esperança de que esse relatório incentive novas ações. O cenário de um mundo aquecido em 4°C é devastador: inundação de cidades costeiras, riscos para a produção de alimentos, ondas de calor, secas […] A falta de engajamento coloca o desenvolvimento de milhões de pessoas em risco”, concluiu Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.
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FONTE : * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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