(FONTE : BRUNO DEIRO - O Estado de S.Paulo)
Dois anos após perder cerca de 30% de seu acervo de aranhas em um incêndio, o
Instituto Butantã volta a ganhar destaque internacional ao anunciar 17 novas
espécies. A descoberta, que levou à descrição de um novo gênero - Predatoroonops
-, é a maior contribuição do País para o The Goblin Spider, um dos mais
ambiciosos projetos mundiais já realizados para a sistematização desses
artrópodes.
As espécies da família Oonopidae foram identificadas após seis anos de análise de aranhas coletadas na Mata Atlântica. Segundo os pesquisadores, elas chamam a atenção pela estrutura das quelíceras - um tipo de gancho frontal que serve para captura de alimentos e proteção. "Possuem várias articulações e são totalmente diferentes das de espécies de outros gêneros", explica o biólogo Antonio Brescovit, um dos responsáveis pela descoberta.
Brescovit e a pesquisadora Cristina Anne Rheims, que também catalogou as novas espécies, estavam entre os biólogos que correram para tentar salvar amostras em meio ao incêndio de 2010. Mesmo com as grandes perdas, eles dizem que o material foi salvo porque o fogo não atingiu a sala dos pesquisadores.
"Quando soubemos do incêndio, achamos que perderíamos as amostras. Vim para o Butantã na mesma hora, ainda de pijamas", relembra Cristina. Dos 160 mil lotes (pequenos frascos com 5 exemplares cada um, em média), estima-se que mais de 40 mil foram perdidos.
Pesquisa. Cientistas ainda tentam desvendar a utilidade das incomuns articulações presentes apenas nos machos das novas espécies. Uma das hipóteses é a de que elas sejam usadas na reprodução: as estruturas liberariam feromônio, um poderoso hormônio da atração sexual. Além disso, podem servir para prender a fêmea durante a cópula.
"Há também a possibilidade de serem usadas como arma durante a briga entre os machos, ainda que isso seja pouco comum em aranhas. Mas temos de coletar mais exemplares para fazer uma observação correta", afirma Brescovit.
As novas espécies, que têm no máximo 1,9 milímetro, juntam-se às 23 anteriormente identificadas pelos 7 pesquisadores do País que participam do Inventário Planetário de Biodiversidade, que vem sendo feito pelo The Goblin Spider desde 2006.
Com o objetivo de documentar todos os gêneros da família Oonopidae, o projeto reúne 46 aracnólogos de 12 países e ampliou a documentação de 300 para 1.016 espécies no período. Essa família foi escolhida por sua biodiversidade e por ser encontrada no solo ou em copas de árvores nas florestas tropicais.
Apresentadas no boletim do Museu Americano de História Natural, as espécies foram uma atração à parte por causa da nomenclatura. O nome do gênero (Predatoroonops) foi escolhido por causa das articulações nas quelíceras, que lembram a criatura que aparece como vilã no filme Predador, de 1987. E as espécies foram batizadas com referências aos personagens: Arnold Schwarzenegger, por exemplo, que interpreta o mocinho Dutch, foi homenageado com os nomes Predatoroonops schwarzeneggeri e Predatoroonops dutch.
As espécies da família Oonopidae foram identificadas após seis anos de análise de aranhas coletadas na Mata Atlântica. Segundo os pesquisadores, elas chamam a atenção pela estrutura das quelíceras - um tipo de gancho frontal que serve para captura de alimentos e proteção. "Possuem várias articulações e são totalmente diferentes das de espécies de outros gêneros", explica o biólogo Antonio Brescovit, um dos responsáveis pela descoberta.
Brescovit e a pesquisadora Cristina Anne Rheims, que também catalogou as novas espécies, estavam entre os biólogos que correram para tentar salvar amostras em meio ao incêndio de 2010. Mesmo com as grandes perdas, eles dizem que o material foi salvo porque o fogo não atingiu a sala dos pesquisadores.
"Quando soubemos do incêndio, achamos que perderíamos as amostras. Vim para o Butantã na mesma hora, ainda de pijamas", relembra Cristina. Dos 160 mil lotes (pequenos frascos com 5 exemplares cada um, em média), estima-se que mais de 40 mil foram perdidos.
Pesquisa. Cientistas ainda tentam desvendar a utilidade das incomuns articulações presentes apenas nos machos das novas espécies. Uma das hipóteses é a de que elas sejam usadas na reprodução: as estruturas liberariam feromônio, um poderoso hormônio da atração sexual. Além disso, podem servir para prender a fêmea durante a cópula.
"Há também a possibilidade de serem usadas como arma durante a briga entre os machos, ainda que isso seja pouco comum em aranhas. Mas temos de coletar mais exemplares para fazer uma observação correta", afirma Brescovit.
As novas espécies, que têm no máximo 1,9 milímetro, juntam-se às 23 anteriormente identificadas pelos 7 pesquisadores do País que participam do Inventário Planetário de Biodiversidade, que vem sendo feito pelo The Goblin Spider desde 2006.
Com o objetivo de documentar todos os gêneros da família Oonopidae, o projeto reúne 46 aracnólogos de 12 países e ampliou a documentação de 300 para 1.016 espécies no período. Essa família foi escolhida por sua biodiversidade e por ser encontrada no solo ou em copas de árvores nas florestas tropicais.
Apresentadas no boletim do Museu Americano de História Natural, as espécies foram uma atração à parte por causa da nomenclatura. O nome do gênero (Predatoroonops) foi escolhido por causa das articulações nas quelíceras, que lembram a criatura que aparece como vilã no filme Predador, de 1987. E as espécies foram batizadas com referências aos personagens: Arnold Schwarzenegger, por exemplo, que interpreta o mocinho Dutch, foi homenageado com os nomes Predatoroonops schwarzeneggeri e Predatoroonops dutch.
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