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domingo, 20 de junho de 2010

Jeito de fazer em vez de desculpas por não ter feito

Já está disponível a Revista do Meio Ambiente de junho de 2010. Veja abaixo editorial e índice da edição.

Editorial

O mundo, como nossos pais e avós e nós próprios, adultos, conhecemos, mudou. As escolhas das gerações que nos antecederam, da era pós-industrial, aqueceram o planeta e as conseqüências desse aquecimento já começam a ser sentidos por todo o planeta, inclusive no Brasil. Além de tentar mitigar os problemas, precisamos também nos adaptar a esta nova realidade de um planeta mais aquecido, cuja tendência será aquecer ainda mais. E entre as conseqüências já previstas para as próximas décadas, o aumento do nível dos oceanos está entre os maiores danos à infra-estrutura urbana e rural nas cidades litorâneas.

Para fazer uma educação ambiental que seja compreendida por todos, precisamos antes perceber que não é por falta de conhecimento ambiental que as árvores são derrubadas, a fauna sacrificada ou o meio ambiente poluído. Os caçadores e desmatadores, por exemplo, possuem muito mais co­nhecimentos sobre ecologia, natureza e a vida sil­vestre que muitos ecologistas, mas usam esses conhecimentos para destruir e ma­tar.

O problema é que não nos achamos como parte da natureza, por mais esdrúxula que essa idéia possa parecer. As pessoas possuem consciência ambiental, mas na maioria dos casos, esta consciência é distorcida, associando a natureza às plantas e animais, como se a espécie humana não fizesse também parte dela. Conceitualmente, nós, seres humanos, nos achamos os ‘donos’ do universo e nos colocamos em seu centro, como se tudo à nossa volta existisse para nos atender. Então, se aceita como natural a exploração deste mesmo universo, com tudo que o compõe, desde que seja para atender aos propósitos e desejos humanos. A visão de que o Planeta não nos pertence, que nós é que pertencemos ao Planeta não tem cabimento numa sociedade baseada no consumismo e, por isso mesmo, no materialismo, que valoriza o ter em vez do ser! O meio ambiente destruído não resulta de um conflito entre os humanos e a natureza, mas dos humanos com a sua auto-imagem.

E mais. Ao desmatar, queimar, poluir, uti­lizar ou desperdiçar re­cursos naturais ou energéticos, cada ser humano também está reproduzindo culturalmente o que aprendeu ao longo da história e cultura de seu povo. A ação destruidora não é um ato isolado de um ou outro indivíduo, mas reflete as relações culturais, sociais e tecnológicas de sua socie­dade. Seres humanos explorados, in­justiçados e desrespeitados em seus direitos, acham natural explorar outros seres vivos, como animais e plan­tas, considera­dos ‘inferiores’.

Falar sobre meio ambiente, principalmente para pessoas de baixa-renda, é falar sobre o es­goto a céu aberto, o lixo não recolhido, a água con­taminada, etc. As questões ecológicas devem ser associadas à qualidade de vida, para que as pessoas se percebam como parte deste meio ambiente. Por mais sério que seja ninguém consegue ter a sen­sação de im­portância por uma coisa abstrata, fora de sua reali­dade. Antes de se importar com a sobrevivência das outras espé­cies, a pessoa precisa es­tar consciente de sua própria importân­cia, sua capacidade de interferir no meio ambiente e de agir como cidadão.

Ghandi afirmava que “Só existem dois dias do ano em que não podemos fazer nada. O ontem e o amanhã”. Então, é só querer arranjar um jeito para fazer em vez de continuando a procurar por desculpas para não fazer.

* Vilmar é escritor e jornalista, editor da Revista e do Portal do Meio Ambiente. Mais informações: www.escritorvilmarberna.com.br

Índice

E se o desastre ocorresse no Brasil? - Por Maurício Green e Carlos Boeck

Nosso país em alerta - Por Rafael Rosas

Será mesmo o Katrina de Obama? - Por Mauro Kahn

Nigéria sofre um vazamento por ano - Por Luiz Prado

Revestimento sustentável para telhados

Poste gera energia eólica e solar

39% da população sem saneamento

Maiores cidades só tratam 36% do esgoto

Incentivo para municípios que ecologizam

Brasil é o maior destruidor ambiental

População mundial ultrapassa os 7 bi

Em defesa do meio ambiente

O problema do lixo no Rio

Para que serve o Dia do Meio Ambiente?

O câncer ganha espaço

Voltando ao planejamento

O ecossocialismo e a crise ecológica

Relatório de Rebelo é genérico e equivocado

Conama libera agricultura familiar em APPs

Juiz federal extingue parque nacional

X Encontro Verde das Américas

Desmatamento da Mata Atlântica em queda

Onde procurar a felicidade

Como criar habitats na escola

Gurgel: um brasileiro de vanguarda

Amigos do planeta: reciclagem

Ganhar distância para ver melhor

Guia do meio ambiente

Para ler online acesse - http://www.portaldomeioambiente.org.br/revista.html

Para assinar acesse - http://www.portaldomeioambiente.org.br/revista/como-assinar.html
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FONTE : Vilmar Sidnei Demamam Berna, Vilmar é escritor e jornalista, editor da Revista e do Portal do Meio Ambiente (Envolverde/Revista do Meio Ambiente).

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