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segunda-feira, 3 de abril de 2017




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Amazônia, Cerrado, Cidades, Clima, Energia, Pecuária, Povos Indígenas, Reflorestamento, Saneamento
Ano 17
03/04/2017

 

Amazônia

 
  Sob constante pressão do desmatamento e ameaçada pelas mudanças climáticas, a Floresta Amazônica corre o risco de entrar num "ciclo mortal" que pode levar o ecossistema a se transformar em algo mais parecido com o Cerrado. De acordo com um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, baseado na Alemanha, a perda de cobertura florestal provoca uma redução na umidade do ar, desequilibrando o sistema e tornando outras regiões mais suscetíveis ao desflorestamento. "Sabemos que a redução das chuvas aumenta o risco de perdas florestais e, por outro lado, as perdas florestais intensificam as secas. Por isso, mais secas levam a menos florestas, que geram mais secas e assim por diante", afirma Delphine Clara Zemp, pesquisadora do Instituto Postdam O Globo, 3/4, Sociedade, p.24.
  Em meio ao forte mau cheiro, a ossos bovinos, ao lixo de estabelecimentos comerciais e a todo tipo de sujeira, diariamente centenas de pessoas- entre elas indígenas e venezuelanos disputam comida com um número incalculável de urubus e procuram algo que possam limpar e vender. Algumas delas moram numa espécie de "condomínio" com 35 barracos que existe dentro do aterro sanitário de Boa Vista (RR). Todos os dias, até mil pessoas, todos os dias, vão ao lixão com o objetivo de, de alguma forma, viver do que encontrarem por ali. A situação se agravou desde o ano passado, quando a onda imigratória de venezuelanos levou ao menos 30 mil pessoas a Roraima. Já os índios têm saído de suas aldeias devido à invasão de garimpeiros em suas terras, segundo o Cimi, seduzidos por propostas de uma vida melhor na cidade FSP, 3/4, Cotidiano, p.B4.
  
 

Saneamento

 
  O governo federal pretende anunciar, em maio, R$ 1 bilhão para obras de saneamento básico, drenagem e pavimentação. Cifras bilionárias à disposição dos municípios, no entanto, não são suficientes para resolver os atrasos históricos nessa área. Centenas de obras contratadas há dez anos, durante a primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foram abandonadas ou nem começaram a ser feitas. Levando-se em conta apenas os projetos do PAC 2, a partir de 2015, 27% ficaram prontos, enquanto 14% não começaram. Enquanto isso, cerca de cem milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto e 30 milhões não têm acesso a água potável O Globo, 2/4, País, p.4.
  Apesar de ter visto seu lucro crescer 52% no ano passado, a Cedae, que deve ser vendida como contrapartida para o socorro financeiro da união ao estado do Rio, quase não avançou na qualidade dos serviços ao consumidor. Em 2016, o atendimento de esgoto só cresceu 0,66% e o de água, 1,32%. A questão de saneamento é tão grave que apenas 35,64% dos clientes têm coleta de esgoto, contra 50,35 da média brasileira. Para a companhia, o desempenho financeiro deve-se à gestão, mas especialistas criticam operação O Globo, 3/4, Rio, p.6.
  O Ministério Público Federal em Monteiro (PB) divulgou uma lista de problemas nas obras da transposição do rio São Francisco, no trecho que passa pelo Estado. Segundo a Procuradoria, a obra na Paraíba "não está concluída, estando em fase de pré-operação e testes", e uma série de compromissos não foram totalmente cumpridos. O órgão afirma que faltam obras de adequação nas barragens Poções, Camalaú e Boqueirão e que não há planos de ação para o caso de acidentes (como rompimentos). Ainda segundo a Procuradoria, não existe certeza sobre a qualidade da água para consumo humano FSP, 3/4, Poder, p.A9.
  Na semana em que comemorou um lucro recorde da empresa e o fim dos efeitos da crise hídrica que abalou São Paulo especialmente nos anos de 2014 e 2015, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirma em entrevista ser necessário um pacto social por uma nova tarifa de água e esgoto no Estado. Segundo a proposta da companhia, uma conta de água mais cara para a classe média, por exemplo, permitiria arrecadação suficiente para ampliar os investimentos e resolver num prazo menor o déficit de saneamento -hoje 31% das moradias ainda não contam com tratamento de esgoto. No ano passado, a Sabesp, empresa de capital misto sob o controle do governo do Estado, lucrou R$ 2,9 bilhões, dos quais a empresa se compromete a reverter 75% em investimentos em saneamento FSP, 3/4, Entrevista da 2a., p.A14.
  
 

Geral

 
  "Principal vetor de desmatamento no Brasil, ostentando indicadores vexatórios de flagrantes do Ministério do Trabalho pelo uso de mão de obra equivalente à escravidão, sem certificações confiáveis de origem (a própria JBS, com seus mais de 70 mil fornecedores de gado, admite problemas em rastrear toda a sua cadeia) e com um terço de toda a produção de carne do país sem qualquer fiscalização, essa indústria ainda tem muito o que avançar. A sociedade deve exigir rastreabilidade e selagem confiáveis e punição para quem não produz de forma ética, respeitando as legislações. Comer carne é opção de cada um. Saber o que vem junto também", coluna de André Trigueiro Folha de S.Paulo Online, 2/4.
 
A hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, pode receber uma oferta vinculante até abril. A Eletrobrás e as outras sócias da usina estão negociando com investidores o ativo, que recebeu quase R$ 21 bilhões em investimentos OESP, 1/4, Economia, p.B12.
  Se houve um ano que não terminou no Brasil, foi 1500. Talvez seja essa a grande conclusão ao final da leitura do livro "Os Fuzis e as Flechas: História de Sangue e Resistência Indígena na Ditadura", minuciosa e abrangente investigação do jornalista Rubens Valente sobre as barbaridades cometidas contra os índios na ditadura militar. Valente recupera, detalha e conecta tragédias esquecidas embasado por dezenas de entrevistas e pela consulta a milhares de páginas de documentos e jornais da época. Do Rio Grande do Sul ao Amapá, epidemias devastadoras de gripe e sarampo, realocações forçadas, invasões de terras, tortura, trabalho escravo, pedofilia, assassinatos, prisões arbitrárias e censura desenham um Estado que via no índio mero empecilho ao "progresso" FSP, 1/4, Poder, p.A8.
  Moradores das Vilas Jataí, Beatriz e Ida, na zona oeste de São Paulo, se mobilizam para melhorar região e transformá-la em um ecobairro. A mobilização já mapeou nascentes e ocupações irregulares, revitalizou praças, aumentou a arborização e desenvolveu um sistema de captação de águas da chuva OESP, 3/4, Metrópole, p.A10.
  A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo - perde apenas para o setor petroleiro. Para tentar virar esse jogo, grandes marcas estrangeiras e nacionais vêm levantando a bandeira da sustentabilidade e adotando práticas sustentáveis efetivas, que vão além do marketing. A americana Ralph Lauren, por exemplo, anunciou que vai rastrear a madeira usada em suas confecções e evitar a compra de matéria-prima proveniente de regiões onde há destruição de florestas e violação de direitos humanos. Já a Adidas, gigante de roupas e acessórios esportivos, fez barulho ao lançar um tênis feito de plástico retirado do oceano (uma peça de colecionador, vendida por US$ 220) e uma linha de roupas feita com fio biodegradável OESP, 2/4, Caderno 2, p.C4.
  "Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, a maior parte do Nordeste brasileiro enfrentará mais três meses de chuvas abaixo do normal, de abril a junho, prolongando uma seca que já dura cinco anos. Não está clara a ligação da estiagem aguda com a mudança do clima planetário, mas é possível que ela decorra de um aumento da temperatura nas águas do Atlântico causado pelo aquecimento global. Um evento extremo desses tem enorme custo social. No Brasil ainda é incipiente essa linha de estudos para predizer o impacto socioeconômico da eventual mudança do clima. Vários países já fazem essa contabilidade e passam a encarar a mitigação do aquecimento global como oportunidade, não como entrave ao crescimento econômico", editorial FSP, 3/4, Editoriais, p.A2.
  
 

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