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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015



Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Energia, Povos Indígenas
Ano 14
23/02/2015

 

Amazônia

 
  Em janeiro de 2015, foram desmatados 288 km² na Amazônia Legal - aumento de 169% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando a devastação se estendeu por 107 km². Além dos dados sobre o corte raso, o monitoramento realizado pelo Imazon também incluiu números relativos à degradação florestal - áreas onde a floresta não foi inteiramente suprimida, mas foi muito explorada ou atingida por queimadas. Em janeiro, as áreas degradadas chegaram a 389 km², um salto de 1.116% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram registrados 32 km². Segundo o boletim, toda a degradação florestal detectada em 2015 aconteceu em Mato Grosso OESP, 21/2, Metrópole, p.E2.
  O complexo minerador de Carajás, encravado no que restou de floresta amazônica no sudeste do Pará, completa 30 anos iniciando uma nova etapa, marcada pela maturidade das minas de ferro e pela expansão da lavra para novas áreas ainda intocadas. Nesta nova fase, a Vale se prepara para ter capacidade de processar 154 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A expansão da lavra do minério depende da obtenção das licenças ambientais, uma vez que a jazida está dentro de uma unidade de conservação, a Floresta Nacional de Carajás Valor Econômico, 23/2, Empresas, p.B2.
  
 

Energia

 
  A hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Pará, corre sérios riscos de enfrentar dificuldades para começar a distribuir sua energia. Isso porque a usina não está sozinha no descumprimento de prazos. O empreendimento, conhecido como "linhão pré-Belo Monte", é tocado pela ATE XVI Transmissora de Energia, empresa controlada pela espanhola Abengoa. Em dezembro de 2012, a empresa venceu o leilão para erguer a rede de 1.854 km de extensão e, em fevereiro de 2013, assinou um contrato com o compromisso de entregar a linha três anos depois, em fevereiro de 2016. Porém, a companhia só entrou com o pedido de emissão da licença ambiental, que autoriza o início das obras, em dezembro de 2014 OESP, 22/2, Economia, p.B5.
  A Empresa de Pesquisa Energética acaba de listar centenas de obras necessárias para garantir a chegada da energia dos ventos do Nordeste aos consumidores do Sudeste. Os estudos apontam que será preciso investir R$ 6 bilhões em 4.087 kms de novas linhas de transmissão para ampliar o alcance entre os Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. Paralelamente, será necessário desembolsar mais R$ 600 milhões em interligações regionais, com 1,2 mil km de novas redes entre os Estados do Nordeste. Os projetos têm previsão de conclusão até 2019. A maior parte desses projetos deve atender usinas eólicas já licitadas e que estão em etapas iniciais de construção OESP, 22/2, Economia, p.B4.
  "O atraso nas obras de usinas de geração de energia elétrica já custou R$ 65 bilhões ao País. O estudo da Federação das Indústrias do Rio Janeiro (Firjan) sobre o custo do atraso na execução dos projetos na área de energia elétrica acrescenta cifras ao conjunto de problemas que já vinham sendo apontados pelo Tribunal de Contas da União. A Firjan apontou erros de planejamento do governo, que colocou em licitação obras sem a existência de projetos executivos e sem licenciamento ambiental prévio e tecnicamente viável. Outra falha identificada pelo estudo na ação do governo foi a falta de coordenação entre os órgãos públicos, o que resultou em descompasso entre obras de geração e de transmissão", editorial OESP, 23/2, Notas e Informações, p.A3.
  
 

Povos Indígenas

 
  Em entrevista, o antropólogo americano Napoleon Chagnon -que lança agora no Brasil o livro "Nobres Selvagens: Minha Vida entre Duas Tribos Perigosas: os Ianomâmis e os Antropólogos"- afirma que a antropologia brasileira representa o que há de mais atrasado no pensamento anticientífico nessa área. Chagnon foi visto com antipatia por diversos colegas antropólogos por propor explicações darwinianas para o comportamento dos índios e ao escrever, em 1968, um livro em que tratava da violência entre os índios e no qual chamava os ianomâmis de "o povo feroz". Despertou inimizades ao se afastar dos colegas antropólogos, que acreditava mais interessados em fazer política do que ciência, e se aproximar de geneticistas FSP, 22/2, Ilustríssima, p. 4-5.
  "O que de fato é um 'tabu' (aquilo de que não se fala) na imprensa brasileira é o lento processo de abandono dos Ianomâmi à morte, em curso por incompetência ou (depois de tanto tempo) decisão do governo federal. As mortes de Ianomâmi por problemas de saúde cresceram nos dois governos do PT (Lula e Dilma). Muitas das doenças são simples de evitar. O aumento se deve em grande medida à interrupção dos trabalhos de medicina preventiva nas aldeias e ao crescimento dos gastos com transporte dos doentes das aldeias para a capital de Roraima, Boa Vista. Esse genocídio lento e discreto é o verdadeiro tabu", artigo de Leão Serva FSP, 23/2, Coluna de Leão Serva.
  
 

Água

 
  Segundo especialistas, há uma ligação causal entre a ocupação nos 12 municípios do Cantareira, e destruição da mata ciliar de seus 8.171 km de rios, e o esgotamento do sistema. Choveu menos no último ano, mas, se a mata nativa ainda estivesse lá, os reservatórios poderiam ter mais água - e de melhor qualidade. Técnicos da Embrapa Informática e da GV Agro propõem o plantio de 30 milhões de mudas para recompor a mata ciliar em 34 mil hectares, de modo a obedecer a faixa prevista pelo novo Código Florestal - que a reduziu, porque passou a medir a Área de Preservação Permanente a partir do leito regular do rio, e não mais de sua largura máxima. Por esse cálculo aproximado, o projeto custaria R$ 195,5 milhões OESP, 22/2, Metrópole, p.A16.
  O governo paulista quer que a água do poluído rio Pinheiros percorra um trajeto de 85 km. A água que sairá do Pinheiros circulará por três represas, um rio e uma adutora, num ciclo inédito por cinco municípios até chegar às torneiras da zona norte da capital. Essa viagem da água faz parte da corrida do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para interligar mananciais, socorrer as regiões mais afetadas pela seca e evitar a implementação de um rodízio FSP, 22/2, Cotidiano, p.C1.
  O volume total de chuvas em fevereiro nos seis reservatórios da região metropolitana de SP já superou a média histórica para todo o mês. Diante desse cenário, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que, por ora, não acha necessária a implantação de um rodízio de água. Segundo ele, se as obras em andamento para interligar os mananciais avançarem conforme o planejado, a ampliação do volume de chuvas não seria mais primordial para a definição dessa medida. "Estamos trabalhando para não fazer o rodízio. Nada indica hoje que precisa ser feito [rodízio]. Se as obras todas forem entregues no prazo, nós não estamos dependendo de chuva", disse FSP, 21/2, Cotidiano, p.C3.
 
Camadas de lixo voltaram a cobrir o Rio Tietê, na área urbana de Salto, região de Sorocaba (SP). O material, levado pelas águas após as últimas chuvas, podia ser visto ontem em meio às pedras, na cachoeira que dá nome à cidade, na região central. Em julho do ano passado, com o rio seco no auge da crise hídrica, prefeitura e empresas retiraram 18 toneladas de lixo do Tietê no local. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, João de Conti Neto, a maior parte do lixo provém da capital e da Grande São Paulo. Ele ponderou que também há lixo da própria cidade e de cidades vizinhas cortadas pelo rio ou afluentes OESP, 23/2, Metrópole, p.A13.
  Dezenas de pessoas fizeram fila no guichê de atendimento da Sabesp na sexta-feira (20). A maioria levou a mesma reclamação: aumento excessivo no valor da conta. A suspeita dos clientes é que a diferença tenha sido provocada por uma medição irregular dos hidrômetros. Uma hipótese é o registro de ar pelo hidrômetro após as reduções de pressão feitas pela Sabesp na capital. Especialistas dizem que é possível ocorrer o problema FSP, 22/2, Cotidiano, p.C3.
  
 

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