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Povos Indígenas
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Há uma reação cada vez mais forte às demandas das populações indígenas, na avaliação do antropólogo Márcio Meira, ex-presidente da Funai. A reação decorre do crescimento econômico e o consequente avanço sobre áreas ocupadas pelos índios por empreendimentos do agronegócio, da mineração e hidrelétricas. Outro fator preocupante é o fortalecimento da bancada ruralista no Congresso. Meira afirma que o objetivo da Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC-215) é a paralisação da Funai – cuja missão legal é a proteção dos interesses indígenas.“Os conflitos não ocorrem porque os índios têm terra demais”, diz Meira em entrevista. “Eles ocorrem porque os índios têm terras que interessam ao agronegócio” - OESP, 25/2, Blog de Roldão Arruda. |
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Clima
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A União Europeia informou ontem que vai oferecer a redução de ao menos 40% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, durante a conferência mundial sobre mudanças climáticas, em dezembro. Algumas organizações internacionais consideram a meta "decepcionante". "Vamos defender um acordo ambicioso, que inclua objetivos a longo prazo para reduzir as emissões em ao menos 60% até 2050, levando em consideração os níveis de 2010", afirmou o comissário europeu Arias Cañete. A UE também disse que "perseguirá" um acordo em que "todos os países" assumam metas de redução de emissões de CO2 e definam um "processo completo de fiscalização, que seja transparente e permita revisões a cada cinco anos" - OESP, 26/2, Metrópole, p.A21. |
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Um desequilíbrio ambiental pode estar entre as possíveis causas de um episódio de malária autóctone no Estado do Rio. São poucos casos, 14 pessoas neste verão, segundo o geneticista Mariano Zalis, que participa do grupo que estuda a malária na Mata Atlântica, liderado pela Fiocruz. O padrão molecular do parasita parece ser novo, para uma infecção da qual o estado se considerava oficialmente livre há quatro décadas. Todos os casos são de pessoas que haviam passado férias em casas dentro de matas da Serra, em florestas nas cercanias de Petrópolis, Friburgo, Lumiar, Sana e Guapimirim. Em comum, muitos casos de banhos de cachoeiras, que neste ano de seca recorde - a pior registrada no estado - tornaram-se criadouros naturais para o mosquito transmissor do parasita plasmódio, que provoca a malária - O Globo, 26/2, Sociedade, p.23. |
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Água
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A Sabesp, empresa do governo paulista, reconheceu que, para economizar água e evitar o colapso do abastecimento na Grande SP, tem reduzido a pressão nos encanamentos abaixo das regras. A informação contradiz o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que, no final do ano passado, negou que a empresa estivesse descumprindo norma da ABNT. Pela norma brasileira, empresas de saneamento devem garantir, pelo menos, dez metros de coluna de água. A altura é necessária para que a caixa-d'água de um sobrado, por exemplo, possa ser constantemente abastecida. Com apenas um metro de coluna de água, como a Sabesp reconheceu, a água não teria força para avançar nas tubulações da casa - FSP, 26/2, Cotidiano, p.C1. |
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O risco de contaminação da água admitido ontem pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, em caso de rodízio oficial já é realidade em algumas regiões altas da Grande São Paulo. São locais onde a rede fica despressurizada após o fechamento manual dos registros na rua. "Se implementado o rodízio, a rede fica despressurizada, principalmente em regiões de topografia acidentada, nos pontos em que a tubulação está em declive. Se o lençol freático está contaminado, isso aumenta o risco de contaminação (da água na rede)", afirmou Massato. O resultado desse contágio, segundo ele, não colocaria a vida dos consumidores em risco, mas poderia causar disenteria, por exemplo - OESP, 26/2, Metrópole, p.A18. |
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O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse ontem que a implementação de um rodízio oficial de água na Grande São Paulo "é um evento de baixa probabilidade". "Não está afastada a hipótese de rodízio, embora os cálculos indiquem que é um evento de baixa probabilidade", afirmou Kelman. "Na hipótese de preservação da atual situação, levando em consideração quanta água temos em estoque, levando em consideração cenários pessimistas de quanta água chegará nos vários sistemas produtores e levando em consideração um cronograma de obras, fazendo as contas, chego à conclusão de que não será necessário o rodízio - FSP, 26/2, Cotidiano, p.C3; OESP, 26/2, Metrópole, p.A18. |
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Após quase um mês, o reservatório de Santa Branca, na Bacia do Paraíba do Sul, finalmente deixou o volume morto. Na segunda-feira, o nível da represa estava em menos 0,03%. Ontem, subiu para 0,08% do volume útil, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Com a melhora do cenário, agora nenhum dos quatro reservatórios que usam a água do Rio Paraíba do Sul está operando no volume morto - O Globo, 26/2, Rio, p.10. |
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"Temos sido obrigados a ouvir e a falar em 'crise hídrica', na 'maior seca em 84 anos' e expressões afins, que culpam a natureza, e não em catástrofe, colapso, responsabilidade ou palavras de igual gravidade. O cidadão comum vive, na gestão do governo paulista, sob um regime eufemístico de linguagem, em aparência elegante, mas, na verdade, retoricamente totalitário, com o qual somos obrigados a conviver e, ainda, forçados a mimetizar. 'Crise hídrica', 'plano de contingência', 'obras emergenciais', 'volume morto', 'reservatórios', tal como vêm sendo usados, não são mais que desvios covardes da linguagem e da política para ocultar o enfrentamento do real", artigo de Noemi Jaffe - FSP, 26/2, Tendências/Debates, p.A3. |
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