27 de fevereiro de 2015
(da Redação da ANDA)
Nova York pode ser o primeiro estado americano a proibir a onicotomia (ou “declawing”, retirada de garras) em todas as espécies de felinos, se um projeto de lei inovador introduzido pela parlamentar Linda Rosenthal for aprovado. As informações são da Care2.
A lei “A 1297″ deverá banir a onicotomia em gatos e outros animais e fará com que veterinários e tutores sejam responsabilizados legalmente, com exceções para casos em que o procedimento seja necessário para tratar alguma doença subjacente.
“É como tirar a sua primeira junta”, disse Rosenthal ao New York Daily News. “Gatos nascem com garras e são feitos para terem garras. É cruel removê-las por uma questão de conveniência humana e para salvar a sua mobília”.
Apesar da onicotomia continuar a ser um tema controverso entre os veterinários, defensores dos animais e tutores de gatos, a verdade é que não é um procedimento simples que apenas remove as unhas deles. Ao invés disso, o processo, que é cirúrgico, envolve a remoção da última junta no dedo da pata de um gato na qual a unha está ligada. Para os gatos, é uma amputação, equivalente a cortar a última junta de nossos dedos.
No verão, a Associação Médica Veterinária Americana deu um pequeno passo em favor dos gatos, alterando a sua política ao passar a esclarecer que a onicotomia é uma cirurgia de grande porte, também descrevendo-a como uma amputação, mas ainda não desaconselham a sua realização, dizendo apenas que ela deve ser usada “como um último recurso para barrar comportamentos destrutivos”.
A maioria dos gatos têm as garras removidas devido a preocupações de seus tutores quanto ao hábito de arranhar superfícies, que é um modo de marcação de território, de manter as suas unhas aparadas e de alongar-se. Quer as pessoas gostem ou não, arranhar é um comportamento natural dos gatos, e quem não sabe conviver com isso não deveria tutelá-los.
Alguns defensores deste procedimento argumentam que esta cirurgia ajuda a evitar que gatos sejam despejados em abrigos, mas os gatos que têm as unhas arrancadas podem acabar sendo rejeitados de qualquer maneira, pois os problemas físicos e comportamentais decorrentes desta mutilação podem ser terríveis. Sem as suas garras, eles podem começar a morder como sinal de defesa, e evitar a caixa de areia – porque pisar no granulado ou dar patadas é doloroso. Eles também podem sofrer de efeitos colaterais do procedimento, como a dor crônica.
Apesar alguns veterinários estarem se opondo ao projeto de lei, o mesmo recebeu até agora o apoio da Humane Society de Nova York e do Paw Project, uma organização dedicada a educar o público sobre a onicotomia e acabar com a prática. Enquanto um número de países e oito cidades dos EUA proibiram o procedimento por questões éticas, esta seria a primeira proibição a nível estadual.
“Ninguém foi em frente para fazer, e é por isso que eu estou tomando a atitude. As pessoas falam muito sobre o assunto, mas muitas pessoas ainda praticam, e elas têm os veterinários que concordam em fazê-lo, ou seja, algo tem que mudar. Assim como há alguns cirurgiões que irão manter a realização de cirurgias plásticas mutiladoras em seus clientes enquanto eles continuam pagando. É o mesmo tipo de coisa, mas eu acho que é totalmente antiético executar estes tipos de amputações em gatos”, disse Rosenthal ao Gothamist.
Assine a petição para clamar aos legisladores de Nova York que assumam a liderança sobre essa questão e façam de seu estado o primeiro a banir a onicotomia. O The Paw Project também está pedindo que as pessoas enviem mensagens por e-mails, e tem mais informações neste link.
Se o estado de Nova York, por ser tão representativo, proibir a prática, isso pode ser um motivador para que o processo seja seguido por outros estados e países.
Os Estados Unidos já têm uma lista de veterinários feita pela Declaw.com, por estado, que declararam não fazer a onicotomia.
Saiba mais nesse vídeo produzido pelo The Paw Project.
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