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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

VÍTIMA DE CAÇA : Tigre Cinderella é devolvida à natureza e encontra um companheiro

16 de fevereiro

Por Patricia Tai (da Redação da ANDA)
Zolushka olha para câmera na reserva de Bastak, em 31 de Março de 2014. Foto: WCS
Zolushka olha para câmera na reserva de Bastak, em 31 de março de 2014. Foto: WCS
Os tigres-siberianos passaram quase um século tentando sair da situação de pré-extinção, e sua população cresceu de 20 indivíduos nos anos 30 para cerca de 500 em 2005. Esse número sofreu uma queda recentemente, no entanto, devido em parte ao ressurgimento da caça. Há apenas de 350 a 400 adultos hoje na natureza, e apesar de ainda estarem ameaçados, sua perspectiva é positiva quando aparecem histórias como a de Cinderella, nas florestas boreais do extremo leste da Rússia. As informações são do Mother Nature Network.
A história começou em fevereiro de 2012, quando dois homens encontraram um filhote de tigre de quatro meses de idade, sozinho, na província de Primorsky, e que parecia ter perdido a sua mãe para caçadores. O filhote, que era uma fêmea, estava faminta, letárgica e apresentava queimaduras por congelamento. Ela foi levada a um especialista local do Departamento de Vida Selvagem de Primorsky. Lá ela recebeu cuidados veterinários – incluindo a amputação de um terço de sua cauda, que estava congelada – antes de ser movida para o novo Centro de Reabilitação e Reintrodução de Tigres e outros animais raros da Rússia.
Os cuidadores da filhote deram-lhe o nome de Zolushka, que equivale a “Cinderella”, em russo. Ela foi o primeiro tigre a ser levado para o centro de reabilitação, que foi projetado para ensinar tigres órfãos a caçar, preservando o seu medo natural de humanos.
“Era como uma criança tentando montar um quebra-cabeças”, disse Dale Miquelle, diretor da WCS na Rússia, à Smithsonian Magazine, sobre as experiências de caça de Zolushka. “Ela evoluía, mas levava um certo tempo”.
Em maio de 2013, exatamente quinze meses depois de ter sido resgatada, Zolushka foi considerada pronta para voltar para o seu lar. Um time de cuidadores a sedou, a equipou com GPS e a levou de caminhão para a reserva natural Bastak – um local que já foi habitat de tigres-siberianos e que os cientistas esperam que ela vá ajudar a recolonizar. Sua libertação foi repleta de suspense, como se pode ver no vídeo abaixo.
Zolushka passou vários dias explorando o seu novo habitat, e quando o seu sinal de GPS finalmente pausava em um lugar, os cientistas esperavam que isso significasse que ela tinha capturado alguma presa e parado para se alimentar. Carcaças encontradas no campo confirmaram as suspeitas: Zolushka estava sendo bem sucedida na caça.
Mas o colar de GPS parou de funcionar alguns meses depois, deixando os cientistas preocupados com a sua localização e bem-estar. Guardas florestais e funcionários da WCS procuraram pela área até que encontraram rastros de tigre, e então instalaram armadilhas fotográficas para ver se as pegadas seriam da Cinderella. E elas de fato eram – as câmeras capturaram múltiplas imagens de Zolushka, que é facilmente reconhecível não só por suas listras, como todos os tigres, mas também pela sua cauda mais curta devido à amputação.
Uma vez que estavam rastreando Zolushka novamente, os cientistas fizeram outra grande descoberta: um conjunto de largas listras próximo a ela. Imagens das câmeras revelaram que esta companhia era a de um adulto macho e saudável, que os pesquisadores passaram a chamar Zavetny. Os dois tigres parecem estar compartilhando o ambiente e até mesmo dividindo refeições.
Fêmeas de tigre-siberiano alcançam a maturidade sexual por volta dos três anos de idade, segundo a Academia Russa de Ciências, e guardas relatam ter encontrado evidências de que Zolushka e Zavetny acasalaram. Isso aumenta as esperanças de ninhadas, que deverão marcar os primeiros bebês de tigres da área em mais de 60 anos.
“Se filhotes nascerem”, disse Miquelle em um comunicado sobre o progresso de Zolushka, “será sinal de sucesso no retorno dos tigres a essa paisagem outrora vazia”.
O retorno de Zolushka à natureza foi seguido pelo de outros tigres, incluindo a libertação de três órfãos reabilitados chamados Ilona, Borya e Kuzya em 2014, conforme mostra o vídeo a seguir:
Kuzya visitou a China desde a sua libertação e a sua aventura ainda levanta preocupações com a sua segurança, pois na China acredita-se que partes de corpos de tigres tenham valor medicinal, e uma única carcaça pode ser vendida por mais de 10 mil dólares. A caça é a principal razão pela qual a China tem apenas cerca de trinta tigres-siberianos, e os cientistas ficaram aliviados quando Kuzya retornou à Rússia em dezembro.
Mas, de acordo com Zhang Minghai, vice-diretor do Centro de Pesquisas Felinas da Administração de Florestas da China, Kuzya provavelmente irá voltar a visitar a China, pois ele demarcou as áreas visitadas com sua urina, designando-as como seu território.

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