Faltando um ano para encerrar o prazo de adequação à lei
federal de resíduos sólidos, oito municípios gaúchos
mantêm lixões a céu
aberto, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. São eles:
Ijuí, Ipiranga do Sul, Novo Machado, Santa Margarida do Sul, São Gabriel,
Tupanciretã, Uruguaiana e Viamão.
Segundo o diretor-presidente Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Nilvo Luiz Alves da Silva, apesar de o
Rio Grande do Sul estar adiantado nessa área, existe uma preocupação com as
cidades que ainda não se adequaram às normas. “Cerca de 70% do Estado têm
aterros sanitários, que é a forma correta”, afirma.
O restante conserva
os locais de depósito de lixo direto no solo ou utiliza aterros controlados, que
é um meio termo entre um modelo e outro. “É o Estado com menos lixões”, garante
o secretário estadual do Meio Ambiente, Neio Fraga.
O Plano Estadual de
Resíduos Sólidos deve ser concluído até a metade de 2014 e orientará a atuação
das prefeituras. “Os municípios sozinhos, muitas vezes, não conseguem
implementar, mas podem fazer consórcios por
região para otimizar o trabalho.”
A Fepam moveu processos judiciais para forçar as prefeituras a
regularizar a situação, mas, na opinião de Silva, algumas cidades não
conseguirão se adequar às regras até o meio do próximo ano, como prevê a Lei
12.305/10. “Além de um problema ambiental, é econômico, porque, a cada dia que
se opera um lixão, mais se gasta para regularizar.”
A Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) pediu para a União estender o prazo de adequação.
“Até o ano que vem é inviável. Para fechar um lixão, é preciso um projeto e
licenciamento. Isso demanda tempo e muito dinheiro”, observa a assessora técnica
do Departamento de Meio Ambiente da Federação das Associações de
Municípios
do RS (Famurs), Marion Heinrich.
Segundo ela, prefeituras
procuram frequentemente a orientação da entidade para fazer o plano de
gerenciamento de resíduos e o projeto de saneamento, pois boa parte ainda não
tem. No Brasil, a produção diária de lixo é de 166 mil toneladas. O Ministério
do Meio Ambiente estima que seriam necessários R$ 9,6 bilhões para extinguir os
lixões. Segundo um levantamento de 2011, 25% dos municípios gerenciavam os
resíduos de forma adequada, correspondendo a 58% do total produzido.
Fonte: Karina Reif /
Correio do Povo
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