A Rússia boicotará a audiência do Tribunal Internacional do
Direito do Mar sobre o barco do Greenpeace e os 30 tripulantes detidos quando
protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico, anunciou o ministério
russo das Relações Exteriores. "A parte russa informou a Holanda e ao Tribunal
Internacional do Direito do Mar que não vai participar no processo", disse uma
fonte do ministério citada pela agência Rio-Novosti.
O governo russo
também criticou o procedimento de arbitragem iniciado pela Holanda, segundo o
qual os dois países devem nomear "árbitros" que ficariam responsáveis por
encontrar uma solução para o caso do barco "Arctic Sunrise" de Greenpeace, que
navegava com bandeira holandesa.
A Holanda anunciou nessa segunda-feira
um recurso ao tribunal para obter a libertação dos tripulantes, incluindo a
bióloga gaúcha Ana Paula Maciel. O Tribunal Internacional do Direito do Mar
deve, a princípio, convocar uma audiência para que Rússia e Holanda apresentem
seus pontos de vista em um prazo de duas ou três semanas.
A Holanda
destacou que estava disposta a suspender o recurso no Tribunal e discutir com a
Rússia as questões jurídicas do caso "Arctic Sunrise", mas apenas depois da
libertação dos tripulantes.
Riscos para o meio-ambienteA
guarda costeira russa rebocou em 19 de setembro o "Arctic Sunrise", depois que
alguns ativistas tentaram escalar uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom
para denunciar os riscos da atividade para o meio-ambiente.
Os 30
tripulantes, de 18 nacionalidades, estão detidos em Murmansk, noroeste da
Rússia. Todos foram acusados de "pirataria em grupo organizado", crime que pode
ser punido com pena de até 15 anos de prisão no país.
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