Com o objetivo central de debater o processo de construção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA) apresenta uma série de painéis sobre o tema. Tendo como foco a Economia Verde, a primeira mesa do evento apresentou desafios que se impõem para o alcance de uma economia de baixo carbono.
“A Economia Verde é um instrumento econômico para se alcançar o desenvolvimento sustentável”, explicou a representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Luisa Madruga. No âmbito do programa, a Economia Verde é caracterizada pela melhoria do bem-estar humano e da igualdade social ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica.
Durante sua participação no painel, a especialista abordou alguns pontos do relatório Green Economy que aponta que é possível se chegar à Economia Verde com um investimento de 2% do PIB mundial em 10 setores-chave da economia até 2050. Publicado pelo PNUMA, e lançado em 2012 durante a Rio+20, o relatório levou dois anos para ser concluído, conta com 150 colaboradores e envolveu mais de 500 pessoas.
“Trata-se de um trabalho científico robusto, que conclui que é possível alavancar o crescimento econômico, gerar empregos e reduzir o impacto ambiental”, concluiu Luisa.
O professor Eduardo Viola, pós-doutor em economia política internacional pela Universidade de Colorado, apresentou 20 tópicos que pavimentariam o caminho rumo à Economia Verde.
“Trata-se de uma síntese de conclusões da sociedade científica e devem ser considerados como vetores tecnoeconomicos para se alcançar a uma economia de baixo carbono”, explicou Viola. Os tópicos incluem vetores de eficiência energética, como redução do uso de carvão, estabilização de petróleo e aumento do uso de gás natural e energias não-fósseis renováveis; vetores de infraestrutura como edificações verdes, maior uso de ferrovias e hidrovias para transporte de cargas, universalização de esgoto e saneamento básico; vetores de políticas públicas, como fim do desmatamento ilegal e mudanças no sistema tributário, entre outros.
Por outro lado, a pesquisadora independente Camila Moreno ponderou que o conceito de economia verde como se apresenta hoje corre o risco “de reforçar, com aura científica, os mesmos atores que movem a economia marrom”.
Para ela, setores como o agronegócio podem se beneficiar com um novo discurso e se apresentar como saída para a economia de baixo carbono. “Afinal, se não tivermos economia marrom funcionando a todo vapor, como projetos como o REED vão ser lucrativos?”, provocou Camila.
A tese da pesquisadora se fundamenta na importância central das questões de sequestro e compensação de carbono no caminho para uma Economia Verde.
Caracterizando o carbono como a moeda do século XXI, Camila apontou que a precificação do carbono irá impactar as relações dos mais diversos atores, desde comunidades tradicionais e povos indígenas até grandes conglomerados do capital. “Tudo o que tem carbono está no centro do plano de ação até pelo menos 2050. Precisamos ‘descarbonizar’ a economia verde, para realmente criar algo novo”, disse ela.
* João Gonçalves é jornalista, atua na área de comunicação socioambiental desde 2005 com foco no planejamento e implantação de ações de informação, mobilização e engajamento. Já desenvolveu trabalhos para Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Climate Action Network (CAN-International), entre outros.
** O V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental foi realizado em Brasília, de 17 a 19 de outubro de 2013. Veja a cobertura completa no Facebook e na página oficial do congresso.
(CBJA)
“A Economia Verde é um instrumento econômico para se alcançar o desenvolvimento sustentável”, explicou a representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Luisa Madruga. No âmbito do programa, a Economia Verde é caracterizada pela melhoria do bem-estar humano e da igualdade social ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica.
Durante sua participação no painel, a especialista abordou alguns pontos do relatório Green Economy que aponta que é possível se chegar à Economia Verde com um investimento de 2% do PIB mundial em 10 setores-chave da economia até 2050. Publicado pelo PNUMA, e lançado em 2012 durante a Rio+20, o relatório levou dois anos para ser concluído, conta com 150 colaboradores e envolveu mais de 500 pessoas.
“Trata-se de um trabalho científico robusto, que conclui que é possível alavancar o crescimento econômico, gerar empregos e reduzir o impacto ambiental”, concluiu Luisa.
O professor Eduardo Viola, pós-doutor em economia política internacional pela Universidade de Colorado, apresentou 20 tópicos que pavimentariam o caminho rumo à Economia Verde.
“Trata-se de uma síntese de conclusões da sociedade científica e devem ser considerados como vetores tecnoeconomicos para se alcançar a uma economia de baixo carbono”, explicou Viola. Os tópicos incluem vetores de eficiência energética, como redução do uso de carvão, estabilização de petróleo e aumento do uso de gás natural e energias não-fósseis renováveis; vetores de infraestrutura como edificações verdes, maior uso de ferrovias e hidrovias para transporte de cargas, universalização de esgoto e saneamento básico; vetores de políticas públicas, como fim do desmatamento ilegal e mudanças no sistema tributário, entre outros.
Por outro lado, a pesquisadora independente Camila Moreno ponderou que o conceito de economia verde como se apresenta hoje corre o risco “de reforçar, com aura científica, os mesmos atores que movem a economia marrom”.
Para ela, setores como o agronegócio podem se beneficiar com um novo discurso e se apresentar como saída para a economia de baixo carbono. “Afinal, se não tivermos economia marrom funcionando a todo vapor, como projetos como o REED vão ser lucrativos?”, provocou Camila.
A tese da pesquisadora se fundamenta na importância central das questões de sequestro e compensação de carbono no caminho para uma Economia Verde.
Caracterizando o carbono como a moeda do século XXI, Camila apontou que a precificação do carbono irá impactar as relações dos mais diversos atores, desde comunidades tradicionais e povos indígenas até grandes conglomerados do capital. “Tudo o que tem carbono está no centro do plano de ação até pelo menos 2050. Precisamos ‘descarbonizar’ a economia verde, para realmente criar algo novo”, disse ela.
* João Gonçalves é jornalista, atua na área de comunicação socioambiental desde 2005 com foco no planejamento e implantação de ações de informação, mobilização e engajamento. Já desenvolveu trabalhos para Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Climate Action Network (CAN-International), entre outros.
** O V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental foi realizado em Brasília, de 17 a 19 de outubro de 2013. Veja a cobertura completa no Facebook e na página oficial do congresso.
(CBJA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário